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Cultivando a fé cristã (Livro completo)

Agradecimento Especial

Agradeço especialmente a irmã Dorinda McCoy. Ela dedicou muitas horas, desde o primeiro rascunho desse guia de estudo, para torná-lo melhor do que eu imaginava. O trabalho de Dorinda têm sido de valor inestimável para a conclusão deste livro. Oro para que Deus conceda à ela uma benção especial pela sua infinita paciência e fiel trabalho.

“Você não poderá usar uma coroa /A menos que você carregue uma cruz / Quanto mais pesada for a cruz / Mais brilhante será a coroa.”


Texto base:

“E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo- se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.” 2 Pedro 1: 5- 10

Lição 1

Versículo para Memorizar: Gálatas 2:20

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo- a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”

Leitura diária:

Ore pelo entendimento dessas verdades.

  • Segunda-feira – Lucas 18:18-30
  • Terça-feira – II Samuel 24:18-25
  • Quarta-feira – Filipenses 3:7-14
  • Quinta-feira – II Timóteo 2:1-15
  • Sexta-feira – Lucas 14:25-33
  • Sábado – Efésios 2:1-10

Introdução

Depois que nosso Senhor Jesus foi crucificado, foi sepultado, ressuscitou e ascendeu além do véu dos céus, para o Santo dos Santos, sentando-se à destra do nosso Pai. Desde essa gloriosa ocasião, os verdadeiros crentes em Cristo, denominado Cristãos, têm desejado manter uma comunhão e união com o eterno Filho de Deus. Infelizmente, são poucos os que possuem a disposição ardente de pagar o preço para manter esta união. Para muitos, o preço é maior do que eles estão dispostos a pagar.

Não erre no seu entendimento; há um preço exigido enquanto procura andar nos caminhos espirituais da justiça com o Senhor Jesus Cristo. Se o desejo de alguém é o de comunhão ou o de ser um com o Cordeiro sacrificial de Deus, então deve esperar que o sacrifício se torne uma parte intrínsica da sua vida. Participar com o Senhor da Glória é participar também nos seus sofrimentos. Isso requer um comprometimento incondicional e sem reservas.

Um verdadeiro relacionamento com Jesus não vêm por mero acaso ou por um encontro acidental. Isto é adquirido através de muita preparação e um enorme sacrifício pessoal. Isto não é um passeio no parque, mas colocar-se sob o jugo de Jesus e lavrar com Ele. É um cultivo contínuo da preciosa fé plantada no salvo. Só colhemos aquilo que somos dispostos a cultivarmos sacrificialmente sob o jugo de Jesus Cristo.

Pontos para refletir:

  • Você tem sido feito uma nova criatura (salvo) em Jesus Cristo pela graça pura de Deus, e purificado pela lavagem do sangue do Cordeiro?
  • Você tem a disposição e a paixão de ser um com o Senhor Jesus Cristo?
  • Do que você está disposto a perder para obter unidade com o Cordeiro Sacrificial?
  • Há algumas ressalvas pessoais ou precondições suas que limitará o seu compromisso de ser um com Jesus?

II

A pergunta é: Você está disposto a crescer espiritualmente para obter doce comunhão e unidade com nosso eterno Salvador? Muitos desejam de forma superficial ter um relacionamento melhor, porém poucos se esforçam para ganhar esta santa posição. Para participar com o Cristo, temos que estar dispostos a negar a nós mesmos antes que podermos viver em Cristo Jesus. Como o apóstolo Paulo escreveu: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo” (Fp. 3:7-8).

Este tipo especifico de “ganhar” no Grego significa: “adquirir como um ganho”, isto não é “ganhar” como em um jogo de sorte. Unidade com Deus e com Jesus não é decidido em um jogo de dados. Isso requer disposição, determinação e um santo esforço. Qual é a medida da sua disposição, determinação e santos esforços para que você possa ganhar mais de Cristo? Você está disposto a sacrificar tudo e todos? Até onde vai o seu comprometimento? O ganho é proporcional ao sacrifício.

Pontos para refletir:

  • Você está disposto a aperfeiçoar-se espiritualmente em Jesus Cristo?
  • O quanto o conhecimento de Jesus Cristo é importante para você?
  • O quanto você está determinado a ser um com Jesus?

III

Nos primeiros anos do meu ministério, eu pregava numa casa de repouso. Enquanto visitava um dos residêntes, cheguei a uma entrada pelo qual ouvi uma voz doce e suave cantando um velho hino. Quando eu entrei no quarto, ví uma idosa negra e idosa balançando numa cadeira de balanço. Por um momento sentei-me perto dela, e logo ela parou de cantar. Então sem levantar sua cabeça ou abrir seus olhos, ela disse: “Pregador, você não pode usar uma coroa a menos que você carregue uma cruz; quanto mais pesada a cruz, mais brilhante a coroa.” Então, como se eu não estivesse mais alí, ela voltou a cantarolar.

Esta senhora havia sido colocada na ala nos fundos da casa de repouso, porque pensavam que ela não tinha valor. Mas, pelos últimos vinte e nove anos, ela e suas palavras têm sido um tesouro para o meu coração. Em suas simples palavras há uma sabedoria cristã profunda. Encontrei naquelas simples palavras sabedoria quanto ao propósito e sabedoria do que temos que pagar. Nada de valor eternal é sem proposito e custo.

Alguém que cultive fé Cristã a fim de colher o fruto do crescimento espiritual, começa com um propósito legítimo do coração, não com uma fantasia caprichosa ou uma emoção passageira. Todo crente professo deseja uma coroa, mas a questão é: “Por quê?”. Por que eles realmente querem usar uma coroa? Eles têm o propósito legítimo em seus corações que satisfarão o doador desta coroa?

Além disso, ele está disposto a pagar o preço? Ele vai tomar a sua cruz diariamente e seguir os passos do Senhor Jesus Cristo? Ele sacrificará a sí mesmo para ganhar a coroa de ser um com o Rei dos Reis, e Senhor dos Senhores? O Cristianismo digno de uma coroa envolve autonegação, e o viver com a mente e o coração de Cristo.

Pontos para refletir

  • Qual é o seu propósito espiritual?
  • Qual é o custo que voce está disposto a pagar?
  • Qual é o seu proposito legítimo?
  • Por que você quer ter uma coroa?

IV

No livro de Hebreus, capítulo seis, na primeira parte do verso um, está escrito: ” Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição…”. Apenas para ficar mais claro, vamos ampliar, mas não mudar o sentido da tradução, isto irá nos ajudar a obter uma imagem mais nítida desta declaração: “Portanto, deixando o fundamento do relato dado do princípio de Cristo, vamos carregar o peso avante para a perfeição, nosso fim completo e esperado… “

Depois de alguém ter sido “vivificado” (nascido de novo) em Cristo Jesus, ele é considerado como um “bebê” e uma “nova criatura” em Cristo. Isto é um novo começo. No entanto, ninguém espera que um bebê fique bebê para sempre. Espera-se que um bebê cresça e amadureça, de igual modo, isto é esperado de todo crente. O fundamento da fé do cristão, e o novo nascimento, estão baseados no sangue sacrificial do Senhor Jesus. Esta nova vida em Jesus é apenas o começo, o ponto de partida. A partir dese ponto de partida, o cristão deve tomar o peso do seu crescimento espiritual a maturidade, que é o fim esperado de todo cristão. Espera-se que a vida de todo crente seja um de cultivar o dom da fé que recebeu em Jesus. É um esforço para trazer a fé de alguém a um estado de completa maturidade, não pela carne, mas pelo espirito. Com propósito de coração, todo crente deve buscar colher a coroa de ser um com Jesus, tendo a mente de Cristo.

Não fomos comprados e lavados pelo precioso sangue de Jesus para ficarmos a vida inteira com chupeta ou no leite da palavra. Nós fomos remidos para que crescamos em servos maturos, aptos para o uso do mestre.

Pontos para refletir

  • Testemunhe da nova criatura em você.
  • Você está disposto a suportar a carga, ao longo do caminho da justiça, para no final chegar a maturidade em Cristo?
  • Você está crescendo como um servo e está apto para ser usado?

IV

A Sua Vida Cristã Satisfaz o Senhor Jesus?

Se alguém é sincero no seu desejo de um caminhar espiritual verdadeiro com o Senhor, deverá estar firmemente disposto a comprometer- se a um trabalho vigoroso do cultivo da sua fé em Jesus Cristo. Deixe-me ser absolutamente claro, salvação não vem por qualquer tipo de autoesforço. Salvação Bíblica é fruto da soberana graça de Deus, através do sangue de Jesus Cristo, pela qual, nos séculos vindouros, Ele receberá toda honra e glória. Quando alguém é vivificado, atravéz da regeneração, sendo assim lhe concedido a “preciosa fé” e o arrependimento, então ele está capacitado, pelo Espírito Santo de Deus, a começar seu trabalho na vida espiritual. Ter um desejo sincero, mas sem salvação, é ter um desejo morto, que não pode agir espiritualmente e nem pode ganhar nada. Importa nascer de novo para que pode viver para Deus.

Você é vivo com Deus em Jesus Cristo? Muitos amam apoderar-se do título de “cristão”, porém poucos têm a compreensão verdadeira da profundidade desta implicação. Indivíduos demais possuem apenas uma salvação pretenciosa, intelectual ou emocional. E isto, claro, de forma alguma pode ser considerado como salvação. Nínguém pode cultivar o que não possue. O que você possue?

Aquele que é nascido do Espírito de Deus, através do sangue de Jesus, tem uma nova natureza. Essa nova natureza é gerada no do novo nascimento, nos tornando participantes da natureza divina de Deus. É esta nova natureza espiritual que é capacitado a ser cultivado espiritualmente para a satisfação do Senhor Jesus. Este crescimento, para aprovação divina, requer o compromisso da pessoa nesta tarefa.

Pontos para refletir

  • A sua vida cristã satisfaz você?
  • Sua vida cristã satisfaz ao Senhor Jesus?
  • Por que você acredita ter a salvação e uma vida nova?
  • Qual é o nível de comprometimento que você tem para obter um crescimento satisfatório?

VI

Paulo o Apóstolo escreveu: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou , e se entregou a si mesmo por mim” (Gl. 2:20). Cristianismo não é o viver para si. É ter Jesus Cristo vivendo em e através de cada crente. O “eu” morre e Cristo resplandece para o mundo. É por isso que um crente verdadeiro é chamado de “cristão”, por causa da sua vida ser semelhante à do Cristo. O eterno Jesus Cristo torna-se visível por intermédio do caráter e do seu modo de viver do professo perante o mundo. Não se engane, o mundo vai escrutinar a todos que professam Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

Vamos-nos explorar três passagens das Santas Escrituras. Primeiro, está escrito em Mt. 17:2 que Jesus “transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz.” A palavra “transfigurar” no Grego é composta de duas palavras. Uma das palavras significa a expressão externa que alguém dá para a sua verdadeira natureza íntima, e a outra implica em mudança de atividade. Deste modo, Jesus manisfesta exteriormente à Pedro, Tiago e João a Sua verdadeira natureza íntima. Como está escrito: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.”(Col. 2:9)

A segunda passagem é a de II Cor. 11: 13- 15, “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando- se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras.” A palavra “transfigurar” nestes versos é uma transformação direta de um tipo para o oposto. Essa transformação é o ato de mudar a aparência exterior, mas interiormente permanecendo a mesma. Esta manifestação visível não exemplifica a verdadeira natureza íntima. Isto significa mascarar. Satanás se disfarça como um anjo de luz. Seus ministros se disfarçam como ministros da justiça. Suas filhos se disfarçam como Cristãos, filhos de Deus. As igrejas estão cheias de indivíduos que pretendem ser o que eles não são. Isto é a astúcia da velha Serpente.

A terceira passagem está em Rom. 12: 2; ” E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” A palavra “conformados” neste texto tem o mesmo significado da palavra “tranfigurar” em II Cor. 11: 13- 15, e a palavra “transformados” neste texto tem o mesmo significado da palavra “transfigurado” em Mat. 17:2.

Portanto, em Romanos, o Apóstolo Paulo ordena a todo cristão o dever de não ser artificial ou estar mascarando, como os filhos do Malígno. Em vez disso, Paulo encoraja que “…que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus…”. Alguém que não é nascido de Deus, não deveria fingir ser. De igual modo, alguém que é nascido de Deus, não deveria agir como se não estivesse livre da escravidão do pecado. Alguém que é realmente nascido do Espírito, pelo sangue do Senhor Jesus Cristo, através do dom gracioso da fé, deve demonstrar exteriormente o que ele é interiormente, isto é: um filho de Deus. Também, deve haver uma mudança de atividades em sua vida, por causa de Cristo que habita nele.

Este poder atua em todo cristão, é o poder de Deus moldando o barro á imagem do Seu querido Filho, Jesus. Isto muda o cristão internamente, e pela sua natureza muda as atitudes externas. Lembre-se, o apóstolo Paulo disse, ” Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim…”. Se Jesus vive realmente no interior de alguém, haverá uma paixão inerente em “ser um” com Ele e ter uma comunhão consagrada com Ele. Isto requer disposição, determinação, empenho e sacrifício no cultivo do dom da fé no Senhor Jesus Cristo.

A questão é: Você está disposto a pagar o preço desta união com o Senhor da Glória, que é morrer para si e viver para Deus em Jesus, que o comprou com Seu próprio sangue?

Pontos para refletir

  • O que o título de “Cristão” significa para você?
  • O que isso significa fora das Escrituras?
  • Depois de ler João 8:31-47, nomeie alguns grupos que você percebe que possivelmente estão disfarçados como filhos de Deus.
  • Como Romanos 12:1-2 se aplica à você?
  • Por que você acredita que o Jesus da Bíblia habita você?

Lição 2

Versículo para Memorizar: I Coríntios 2:14

“Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.”

Leituras Diárias :

Ore para ter entendimento dessas verdades.

  • Segunda-feira – I Coríntios 2:1-16
  • Terça-feira – João 6:32-71
  • Quarta-feira – Romanos 9:8-24
  • Quinta-feira – Efésios 2:1-10
  • Sexta-feira – Mateus 13:10-17
  • Sábado – João 3:1-21

Fé: Parte 1

“…aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa…”

Esta epístola de II Pedro não foi escrita indiscriminadamente para qualquer pessoa de qualquer época sem excessão. Se discernimos no verso um do capítulo um, é prontamente entendida que esta carta foi escrita “aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa, pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”. Isto deixa abundantemente claro que esta epístola foi dirigida somente para aqueles que têm sido recepientes da “preciosa fé”, e ninguém mais.

Então a questão precisa ser: Por que apenas para estes? A resposta está no fato do Pai celestial ter decretado dar aquilo que é espiritual, somente para aqueles que são nascidos do Seu Espírito Santo. Veja bem, Deus não lança Suas pérolas aos porcos. O apóstolo Paulo revelou-nos mais ao escrever a carta aos Coríntios, “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê- las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Co. 2:14). Desde que o homem natural não vai e nem pode receber ou entender as coisas do Espírito de Deus, Pedro entendeu que não era necessário escrever para aqueles que são mortos espiritualmente. Somente quando alguém se torna participante da natureza divina é que passa a ter discernimento espiritual. Então, o conteúdo da carta de Pedro, são para a instrução dos crentes, que irão recebê-las porque são nascidos do Espírito, através do sangue do Cordeiro de Deus, e são participantes da natureza divina do Deus vivo. Deste modo, aquele que é nascido do Espírito, do sangue e da justiça de Deus, recebe com alegria o que é de Deus. Celestial é a sua natureza, e dos céus é o seu desejo e socorro.

Há, no grego, nove palavras diferentes que são traduzidas corretamente como alcançar. Entretanto, cada uma delas tem sua própria característica de “como” se alcança. A maioria delas carrega a idéia de um “auto esforço” sendo envolvido a fim de se obter. A que é utilizada em nosso texto de II Pe. 1:2, “alcançaram”, contém a idéia de nenhum esforço próprio sendo empreendido a fim de se alcançar. A idéia é que o ato de alcançar foi realizado por ter sido concedido, ou divinamente apontado, ao receptor. Em nenhum lugar, onde esta palavra é analisada, existe a mínima indicação de um “envolvimento próprio” sendo feito para alcançar. O sujeito, ou receptor, está sendo totalmente sujeito a ação de alcançar.

A mesma palavra no Grego é usada em Lucas 1:9, em referência a Zacarias: “Segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templo do Senhor para oferecer o incenso”. Também, Atos 1:17 declara, em referência a Judas: “Porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério”.

Zacarias nasceu da tribo de Levi, de uma família sacerdotal. Ele escolheu sua tribo e família? Sua tribo ou família escolheram suas responsabilidades e obrigações para o Tabernáculo/Templo? Zacarias não tinha escolhas nesse assunto. Ele não pediu; ele não escolheu; ele foi divinamente apontado para a tribo e a família e as obrigações do Templo sem ter sido consultado ou envolvido na decisão feita. Essa era sua sorte, ele foi divinamente apontado.

Jesus disse aos apóstolos: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós…” (Jo 15:16). Ele também disse à eles: “Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo. E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze” (Jo 6:70,71).

Vamos considerar dois fatos nestas passagens.

Primeiro – Os doze foram chamados e apontados por eles mesmos para o Apostolado? Ou, eles foram divinamente chamados e apontados? Agora, se nós crêmos no que Jesus declara, e eu estou completamente inclinado a crêr n’Ele, então fica totalmente claro que eles sofreram ação externa, divinamente chamados e divinamente apontados, inclusive o tal Judas Iscariotes. Eles não fizeram nada por eles mesmos para serem separados. Eles foram apontados de acordo com os propósitos de Deus. Do princípio ao fim, tudo foi realizado por Deus.

Segundo – Note a palavra “havia” em João 6:71. No Grego, a idéia é a de algo que está prestes a ser feito, e implica que isto será feito, por necessidade da própria natureza dos eventos, através do apontamento divino. Assim, aquilo que está prestes a ser feito, será feito, porque foi predestinado à este fim.

Por que os doze foram escolhidos? Porque eles foram preordenados ao Apostolado. Por que Judas foi escolhido? Porque ele foi predeterminado para trair Jesus. Os doze foram destinados a tomar parte no ministério do Apostolado, como vemos em Atos 1:17,24,25. Eles não buscaram e nem pediram isto. Eles não planejaram e não foram à escola aprender como fazer. Eles obtiveram isto por serem divinamente apontados de acordo com os propósitos do Eterno e Soberano Criador, antes da fundação do mundo.

Agora, vamos retornar ao nosso texto de II Pedro 1:1″…aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”. De onde veio esta fé? Ela foi divinamente concedida. Isto nunca foi, nunca é, e nunca será obtido por sequer partícula de esforço próprio ou escolha. O apóstolo está escrevendo para aqueles que foram elegidos, através de um apontamento divino, a obterem a fé salvadora , através da justiça de Deus e do Senhor Jesus Cristo.

Pontos para refletir:

  • Por que Deus NÃO revela as verdades espirituais e divinas para os perdidos?
  • Por que é importante para os salvos saberem as coisas de Deus?
  • De onde e de quem procede a repartição, ou o chamado divino da fé salvadora?
  • Quem age, ou quem faz a ação inicial com respeito à fé salvadora?
  • Por que foi dito que Zacarias foi divinamente apontado?
  • Quem fez a ação na seleção dos apóstolos?
  • Quem iniciou a chamada?
  • De acordo com o quê os Apóstolos foram chamados e apontados?
  • Por que Judas deveria trair Jesus?
  • Por que os doze Apóstolos foram escolhidos?
  • Como e por quê alguém recebe a fé salvadora?

II

Está escrito em Efésios 2:1, 5-9: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados: … Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;”

Todo detalhe, toda porção infinitesimal dessa fé salvadora tem sua origem em Deus. Pelo Seu apontamento divino, o recipiente sofre ação ao receber a fé através da justiça de Deus e de Jesus. Note as palavras “nos vivificou”, “nos ressuscitou”, e “nos fez”.

Quem atuou? Deus atuou! Quem sofreu ação? Alguém que estava morto em ofensas e pecados, incapazes de vida espiritual com Deus! Por que eles sofreram ação? “Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus”. Deus não é motivado pelos atos (passado, presente, ou futuro) daqueles sobre quem Ele agiria, porque eles estavam mortos e eram incapazes de agirem por si mesmos. Eles precisavam receber vida! Deus dá vida onde há morte, luz onde há trevas, e graça onde não há esperança.

O decreto de Deus impõe que NÃO haja sequer uma pitada dos nossos próprios esforços ou méritos envolvidos neste presente da fé salvadora, que produz a soberana e eterna salvação. Por quê? Novamente, “Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus”. Ele é o começo e o fim da fé salvadora. Graça, graça, tudo pela graça! Até em Efésios 2:8, ele esclarece grandemente isto dizendo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto (pronome se referindo à fé) não vem de vós, é dom de Deus”. Então, nós entendemos claramente que a fé salvadora não é conjurada pelos caprichos emocionais do homem; isto é dom de Deus. O Senhor Jesus mesmo disse: “E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu pai não for concedido” (Jo. 6:65). Você suponha que Jesus está falando a verdade, quando Ele revela a verdade de que a fé salvadora deve vir do Pai?

Nossos antepassados da Associação Batista em Filadélfia escreveram:

“A preciosa graça da fé é uma dádiva da livre e soberana vontade de Deus, propagada pelo poder do Espírito Santo, e instrumentalidade da Palavra; e é coexistente com a regeneração, senão uma parte essencial disso; e como não é de nós mesmos, podemos ver que a jactância é excluída, para que nós todos podemos dizer, “pela graça de Deus, nós somos o que somos.”…Nós sabemos que esta doutrina é humilhante para os corações carnais, mas isso é tão verdadeiro como se eles acreditassem nisso, e se isso também não fosse verdade, não haveria Cristãos verdadeiros na terra” (Out. 7, 1788) (Minutes of the Philadelphia Batist Assn., 1707 – 1807, pg. 240).

Esta “preciosa graça da fé” é o que dá aos crentes a redenção através do sangue do Cordeiro, e é o elemento essencial pelo qual alguém passa a ter comunhão santa com Deus e com o Senhor Jesus. É sobre este fundamento, a virtude da fé, que todos os outros virtudes são construídas e fortalecidas. Se o fundamento da verdadeira fé salvadora não estiver lá, tudo mais irá desmoronar, desintegrar-se no chão.

Pontos para refletir

  • Qual o sentido da palavra “vivificar” nas Escrituras?
  • Qual é o estado espiritual do homem perdido?
  • O homem é capaz de mudar por si próprio o seu estado interior?
  • Quem é o único que tem o poder de transformar o homem em seu estado de morte, para vida eterna?
  • Qual é o papel do homem? Por quê?
  • De onde vem a fé salvadora?
  • O que significa João 6:65?
  • Sobre qual fundamento todas as outras graças de Deus devem ser construídas?
  • O que acontece com todos os esforços “Cristãos” se eles não são construídos sobre o fundamento da fé salvadora? Discuta.

III

“E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentando à vossa fé…” I Pedro 2:5

A Palavra “diligência” significa apressar-se com sinceridade e zelo. A palavra “acrescentando” como é usada nessa passagem, significa se equipar plena ou abundantemente. Dessa forma, o apóstolo Pedro instrui os possessores daquela virtude de fé divinamente apontado a apressar-se sinceramente para abundar sobremaneira nisto. O significado de se revestir abundantemente no dom da fé, será discutido em futuras lições. Mas, vamos entender melhor essa graça da fé antes de começarmos a tentar acrescentar qualquer coisa a ela. Então, nós estaremos numa posição melhor, para acrescentar ao dom da fé, dada por Deus.

Na perspectiva Bíblica, quando alguém recebe o dom da fé, que o salva completamente, seus desejos e paixões serão conformados a nova natureza divina. Um cristão verdadeiro tem o desejo ardente de conhecer mais de Deus, que o tirou das trevas, e o conduziu para Sua maravilhosa luz. Há uma necessidade urgente de conhecer mais a respeito dÁquele cujo sangue nos libertou da escravidão do pecado, e nos comprou a vida eterna. Os religiosos de hoje fazem o homem acreditar que a salvação é um ato puramente emocional, sendo assim, utilizam a música mundana e os apelos carnais. Tais festivais religiosos, repletos de emoções, nunca podem invocar realmente o Espírito Santo. Pode ser que algum tipo de espírito se faça presente, mas certamente não será o Espírito Santo. Há, na verdadeira fé salvadora, uma natureza celestial, uma participante da natureza divina de Deus.

O teólogo John Gill, que pastoreou em Londres, Inglaterra, nos anos de 1700, escreveu:

“Onde não há fé, não há desejo de Deus, nem de Cristo, nem de ser salvo ou ter comunhão com Ele, do mesmo modo, tais não desejam por Ele, nem o conhecimento dos seus caminhos, mas onde houver uma pequena fé, haverá no grau mínimo uma ânsia por Deus, um desejo de ver Jesus, de ter comunhão com Ele, e também um interesse genuíno por Ele: onde não há fé, não há consciência, nem desejo e nem reclamação da necessidade ou do crescimento nela; mas onde houver fé, ainda que pequena, a alma ficará sensível à sua falta, incomodada por sua incredulidade e orará pelo seu crescimento; como aquele pobre fez: Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade, Marcos 9:24” (Body of Divinity, pg.741).

Se você não tem, lá no seu íntimo, um genuíno “desejo de Deus”, é porque você ainda não experimentou, ainda que pequena fosse, a graça da fé. Portanto, sem a fé, concedida do céu, você não tem nada para começar a construir ou acrescentar. Ouça o Senhor Jesus: “Necessário vos é nascer de novo!”.

Se, no entanto, lá no seu interior, há um desejo insaciável de conhecer, um pouquinho que seja, mais de Deus e de Jesus, então você deve começar com muito zelo e depressa a cultivar esta preciosa fé. Quando há novidade de vida, há uma fome e sede pela justiça de Deus. Há também uma ânsia de se revestir com preceitos inspirados por Deus para crescimento espiritual na sua dadiva de fé.

Há, lá no seu íntimo, uma fé, ainda que pequena? Você consegue ver honesta e sinceramente que tem “um ânseio por Deus?”.

Pontos para refletir

  • O que a palavra “diligência” significa?
  • Ela descreve seu trabalho de crescimento?
  • Nesse texto, o que a palavra “acrescentar” significa?
  • Ela descreve o quanto você tem acrescentado à sua fé?
  • Você tem o desejo honesto de ter comunhão mais íntima com Deus e com Jesus?
  • Você poderia descrever o seu desejo como sendo o “almejo por Deus “? Por quê?
  • Você tem fé salvadora por onde começar a construir?

Lição 3

Versículo para Memorizar: Hebreus 11:1

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.”

Leitura Diária:

Ore para ter entendimento dessas verdades

  • Segunda – Hebreus 11:1-40
  • Terça – Mateus 16:13-20
  • Quarta – II Reis 6:8-23
  • Quinta – Mateus 3:1-12
  • Sexta – João 15:1-4
  • Sábado – João 14:16-26

Fé: Parte II

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.” Hebreus 11:1

I

Nesta passagem, a natureza da palavra “Ora”, como é usado no Grego, indica que aquilo que será escrito, se refere ao assunto que foi previamente declarado. Sendo assim, Hebreus 11:1 se refere a Hebreus 10: 35-37, que declara: “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança (isto se refere a ter coragem de falar), que tem grande e avultado galardão. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará.”

Quando perseguição e zombaria vierem por causa do testemunhar de Jesus Cristo, esta pessoa não deve perder a ousadia de continuar a falar, pois certamente receberá abundantemente sua recompensa. Todo cristão precisa ter paciência em fazer a vontade de Deus, porque lhe é assegurado receber a promessa no tempo devido. Lembre-se, as promessas de Deus não são terrenas, o Rei dos reis trará as recompensas do céu no dia em que Ele reunir Seus eleitos, tantos os que estiverem vivos, quanto os que já morreram, na primeira ressurreição. (Apocalipse 11:18). O Deus que não pode mentir, cumprirá todas as suas abençoadas promessas. De qualquer forma, por agora “fé” (aquela firme confiança nas promessas de Deus e do Senhor Jesus Cristo) “é o firme fundamento das coisas que se esperam…”.

A palavra “fundamento” está se referindo ao “alicerce”. A preciosa graça da fé, que tem sido divinamente concedida aos cristãos, é o “alicerce”, sobre a qual estão fixadas todas as suas bem fundamentadas expectativas. Quando Jesus perguntou aos discípulos, “E vós, quem dizeis que Eu Sou?” A resposta de Pedro foi: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus explicou a ele: “…to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.” Mais adiante, Jesus revelou que “sobre esta pedra”, isto é, a fé divinamente concedida em Jesus, o Cristo, o Filho do Deus vivo, é e sempre será o alicerce sobre a qual “edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Por quê? Porque o inferno não pode vencer ou superar o fato de que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo. As pessoas irão morrer, edifícios irão se deteriorar, congregações irão desaparecer, mas Jesus sempre será o Cristo. A preciosa e eterna fé, concedida por Deus, não pode ser abalada. Ela está fixada firmemente em suas expectativas e esperanças na “Rocha dos Séculos”. A âncora da alma está eternamente segura em Jesus. Porém, sem o dom da fé, ninguém pode ter segurança ou um alicerce firme, em lugar disso, o inferno vai prevalecer contra ele.

Pontos para refletir

  • Você fielmente testemunha do Evangelho do Senhor Jesus Cristo? Seu testemunho é feito com ousadia?
  • Por que você precisa ser paciente quanto às promessas de Deus?
  • Quando os santos receberão suas recompensas?
  • Qual é a firme fundamento de todo cristão e das igrejas do Senhor Jesus?
  • Pode alguma coisa ou alguém destruir a firme fundamento, ou o dom da fé, alicerçado em Cristo? Isto é uma segurança eterna?

II

Jesus disse “aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3). Talvez, isso porque é dito que a fé é os olhos do espírito do homem, através do qual ele está habilitado a enxergar o espiritual. Pela fé o homem vê o Cordeiro sacrificial de Deus, pendurado na cruz de Golgota, pagando o preço da redenção do seu eterno espírito. Ele vê o Sacrifício sendo enterrado como se houvesse sido vencido, mas vê e regozija quando Cristo sobe vitorioso sobre a morte, a sepultura, e inferno. Os olhos da fé vêem o Noivo ascendendo aos céus para ir preparar um lugar para aqueles que foram eleitos antes da fundação do mundo. (Leia: Efésios 1:1-4). Ele vê nosso Sumo Sacerdote sentado à destra do Pai como Mediador e Advogado para aqueles que foram remidos pelo Seu sangue. Ele vê o Filho de Deus como o Guardador da Promessa, que ajuntará Seus eleitos, pois que eles receberam a promessa da vida eterna. Ele vê Jesus como fiel e verdadeiro, que romperá os céus violentamente, enquanto avança montado em Seu cavalo branco, com os exércitos dos céus, para trazer juízo e julgamento sobre o ímpio. Ele vê Jesus sendo proclamado como o Rei dos reis e o Senhor dos Senhores. Os olhos da fé vêem Jesus como Aquele que era, que é, e sempre será o Messias de Deus. Essa fé é o alicerce, o título da propriedade, para tudo esperado em Jesus, o Cristo, o Filho do Deus vivo. Se você não recebeu o novo nascimento que vem de cima, do Espírito Santo de Deus, através do sangue de Jesus, você não pode ver.

Cada indivíduo que crê em Deus, desde Adão e Eva até esta geração, tem sido inteiramente persuadido que a promessa de Deus não diz respeito a este mundo. Como está escrito: “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria.”… “Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.”… “E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” (Hebreus 11: 13-14, 16, 39-40)

Os olhos da fé vêem o Reino de Deus e crêem na promessa de Deus de que ele será um co-herdeiro com o Senhor da Glória. Então, ele não está satisfeito com esse mundo e admite ser apenas um peregrino, atuando como um embaixador de Cristo.

A partir da graça da fé é que vêm o bramido por Deus. Haverá então uma fome e sede de se conhecer a Deus e ao Senhor Jesus. Não encontraremos um alicerce mais firme sobre o qual poderemos construir ou cultivar a vida espiritual de homens e mulheres consagrados para o evangelho, para o louvor do Seu nome.

Pontos para refletir

  • O que seus olhos vêem? Onde eles estão focados? Na terra ou nos céus?
  • Quando você deseja que as promessas de Deus sejam cumpridas?
  • O que é um Mediador? O que é um Advogado? Quantos há entre Deus e o homem? Dê uma referência das Escrituras.
  • Quem garante ao Cristão o cumprimento de tudo que Ele espera?
  • Através do que os santos do passado alcançaram bom testemunho?
  • Isso também será uma verdade na vida dos santos de hoje?

III

A fé não é somente o firme fundamento das coisas que todos esperamos, ela é também “a prova das coisas que não se vêem”. A palavra “prova” na a língua original, significa dar demonstração, evidência, ou argumento convincente. Se você diz que recebeu o dom da fé, que produz o arrependimento, como a está demonstrando? Qual é a prova disso? Qual é o argumento a seu favor que é ser capaz de convencer os crentes e os não crentes? Onde está a evidência de que você é uma nova criatura? João, o Batista, disse aos Fariseus e Publicanos que foram até ele para serem batizados: “Produzi, pois, (maduros) frutos (dignos) de arrependimento” (Mateus 3:8) Se você diz que foi remido pelo sangue do Cordeiro de Deus, onde estão os frutos maduros e dignos que acompanham o “arrependimento para a vida?”

A graça da fé, por sua própria natureza, não pode permanecer sozinha e inativa. Ela é viva, constantemente crescendo e produzindo fé. Esse crescimento e os frutos produzidos, são evidências abundantes de que a fé em Deus e em Jesus, estão presentes na vida dos que assim professam. A fé que produz a salvação é apenas o fundamento e o começo de uma vida espiritual. Esta fé possui dois lados. Um é o lado de crer, que é o trabalho do Espírito Santo no interior do homem. O outro é o lado do fazer, que também é trabalho do Espírito Santo, mas no homem exterior. O lado do fazer, é que dá evidências abundantes de que somos um nova criatura, possuidores de uma natureza divina. Ele também deve dar testemunho do seu caráter celestial, para a glória de Deus.

Se o ramo está verdadeiramente ligado a videira, ele produzirá frutos. Jesus disse: “Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.

Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”.(João 15:4-5). A vida eterna que flui através da Videira, é a mesma que percorre os ramos, fazendo que eles produzam frutos. Esta é a evidência que há vida nos ramos. Os santos têm sido dado uma fé viva, não uma fé morta.

Jesus disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós… Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito…”(João 14: 16-17,26)

Note que o mundo incrédulo e cego não pode ver o Espírito Santo, nem tampouco conhecê- Lo. Porém, Ele certamente habita em todo cristão, naqueles que receberam a Graça, pelo dom da fé. Bem, se o Espírito Santo não pode ser visto, como alguém pode dar provas de que o possui, e de que Ele o está ensinando, assim como Jesus prometeu? Na verdade, você não pode ver o Espírito Santo, mas os resultados dos Seus ensinamentos é que darão um testemunho convincente da Sua presença. De qualquer forma, se Ele não está presente, haverá evidências claras da sua ausência. Desde que o Espírito Santo é o único que conhece as coisas de Deus e a mente de Deus, Ele é o único que pode ensinar e produzir frutos maduros através daqueles que receberam a Cristo pela fé.

Está escrito em I Coríntios 2:10-14:

“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.”

Enquanto o Espírito Santo está ensinando as coisas de Deus para o espiritualmente recém-nascido, um crescimento santo começa a acontecer. Ao passo que o recém-convertido vai amadurecendo no homem interior, começa a refletir no exterior através das ações aquilo que está por dentro. Sendo assim, isto dá um testemunho convincente de que o Pai, o Filho e do Espírito Santo, ali habitam.

Virtude, conhecimento, temperança, paciência, piedade, bondade e amor fraternal são evidências, ou provas da virtude da fé de Deus. Pelo cultivo dessas virtudes é que somos capazes de apresentar um argumento convincente de que temos fé em Jesus, e de que cremos em Deus. Os não cristãos não podem ver como os cristãos vêem , mas eles não podem negar a abundância de evidências que são produzidas em uma vida transformada pela fé.

Se você recebeu o dom da fé, onde estão as evidências convincentes disso?

Pontos para refletir:

  • O que a palavra evidência significa?
  • Quais são os dois lados da fé?
  • Quais evidências você está demonstrando das obras dignas de arrependimento?
  • De acordo com João 15, quem produz muito fruto?

Lição 4

Versículo para Memorizar: II Timóteo 1:7

“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.

Leitura Diária:

Ore para ter entendimento dessas verdades.

  • Segunda – Números 13:1-33
  • Terça – Mateus 6:25-34
  • Quarta – Mateus 8:23-27
  • Quinta – Mateus 14:22-33
  • Sexta – Mateus 16:1-12
  • Sábado – Marcos 9:14-29

Fé: Parte III

I

“de pouca fé”

Encontramos quatro vezes, nos Evangelhos, o termo “homens de pouca fé” sendo usado por Jesus. Com esse termo, Jesus repreende quatro estados particulares da mente. Eles são características negativas que atrapalham o desenvolvimento espiritual de qualquer pessoa na fé em Deus e em Jesus.

1. Em Mateus 6:30, Jesus repreende a preocupação e apreensão: “Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?”

Esse verso está situado no meio dos versos 25-34, que ensina os cristãos a colocarem sua confiança (fé) na capacidade do Pai celeste de cuidar dos que são Seus. Nesses versos encontramos a palavra Grega “merimnao”, traduzida em várias vezes como “inquietar-se”. (Veja versos 25, 27, 28, 31, 34). Essa palavra significa estar perturbado, afligido, inquieto, ou apreensivo, ao ponto de estar distraído pelos cuidados desse mundo.

Quando um cristão encha-se de ansiedade e apreensão, com relação as suas necessidades diárias, ele passa a duvidar da capacidade do Pai de prover para ele tudo aquilo que é necessário e, na realidade, ele tem pouca fé no poder e soberania de Deus de governar toda Sua criação e de Sua habilidade de sustentá-la. Agora, é Deus quem está no comando, ou é o caos ou chance que dita as regras? Jesus nos encoraja a colocarmos toda nossa confiança no Pai e pararmos de nos distrairmos nos nossos deveres com os cuidados deste mundo.

O apóstolo Paulo escreveu: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá (preencher) todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Filipenses 4:19) A palavra “por” carrega o pensamento de localização, “em”. Deste modo, onde todas nossas necessidades são supridas? – Em Cristo Jesus! Se você não está “em” Cristo Jesus, todas suas necessidades não serão supridas.

Esta é o motivo pelo qual Jesus instrui os cristãos a: “buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mateus 6:33). Se os cristãos gastassem menos tempo se inquietando com as coisas deste mundo e mais tempo com as coisas de Deus, eles individualmente, como família, e também na qualidade de igreja, subirão, espiritualmente falando, aos lugares mais altos.

As Santas Escrituras ensinam os crentes a terem a fé simples, como de uma criança, no Pai celestial. Em outras palavras, eles deveriam ter uma fé incondicional e inquestionável na fidelidade de Deus, de que nunca irá deixá-los, nem abandoná-los, e de que sempre suprirá suas necessidades. Todo cristão precisa, incondicionalmente, manter sua total fé em Deus.

2. Em Mateus 8:25-26, Jesus repreende o temor: “E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: SENHOR, salva-nos! que perecemos. E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pouca fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança.”

Paulo, o Apóstolo, escreveu ao jovem Timóteo: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.” (II Tim. 1:7) Bem, se Deus não nos deu um espírito de temor, por que somos tão temerosos na nossa vida cotidiana? Se Deus é nosso Protetor, o que tememos? Deus disse a Abraão: “Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo” (Gên. 15:1). E Paulo escreveu aos Efésios: “Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.” Os verdadeiros santos acreditam em Deus, assim como Abraão acreditava nAquele que é Eterno. Deus é nosso escudo eterno. Quando o maligno lança seu dardo inflamado sobre os eleitos de Deus, o sopro do Onipotente Deus apaga estes dardos. Se os dardos pudessem passar por Deus, então os crentes poderiam se preocupar, mas eles não podem atravessar este Escudo vivo; glória seja dado ao Seu santo nome. Os eleitos, que são preciosos para Deus, estão salvos e seguros, pois se Deus é nosso poderoso Escudo, o que temeremos? Satanás não pode vencer a Deus, e nem o homem também o pode. “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rom. 8:31). Dessa forma, o que devemos temer?

O notável pregador inglês falecido em 1800, Charles Haddon Spurgeon, disse que nós somos imortais até que a vontade de Deus para nós se conclui, e então nada poderia impedir o abrir da porta da morte. Talvez os crentes gastem tempo demais procurando atrás das rochas e no interior das sombras, para encontrar o proverbial “bicho papão”. Crente, não tema o que possa estar atrás das rochas, ou aquilo que está oculto nas sombras, tenha fé no Pai!

3. Em Mateus 14:29-31, Jesus repreende a dúvida: “E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me! E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste?”

Deus ainda é um Deus soberano em todas as situações, e Ele com soberania governa as tempestades da vida. Nada O pega de surpresa! Os crentes são vencidos pelos grandes ventos de temor quando tiram os seus olhos do Senhor Jesus e começam a duvidar de Deus. Nada absolutamente acontece em Sua criação sem o Seu consentimento. Agora, ou Deus é soberano sobre todas as coisas, ou Ele não é o Deus onisciente, onipotente, onipresente das Santas Escrituras; e nós somos deixados a deriva num Mar de Caos. Dessa forma, se tudo tem o Seu consentimento, então tudo o que acontece é para o nosso bem. Está escrito:… “que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Rom.8: 28). Se o resultado final, de todas as situações e circunstâncias, contribui para o bem do crente, de acordo com Seu propósito, por que duvidamos de Deus e nos desesperamos diante das tempestades e tribulações desta vida? Quando o crente estiver cheio de fé não haverá lugar para dúvidas pousarem.

4. Em Mateus 16:7-10, Jesus repreende o esquecimento: “E eles arrazoavam entre si, dizendo: É porque não trouxemos pão. E Jesus, percebendo isso, disse: Por que arrazoais entre vós, homens de pouca fé, sobre o não terdes trazido pão? Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens, e de quantas alcofas levantastes? Nem dos sete pães para quatro mil, e de quantos cestos levantastes?”

Frequentemente, os cristãos se esquecem das bênçãos, misericórdias, e mandamentos de Deus. Assim como os discípulos que andavam com Jesus se esqueciam rapidamente do que Ele havia feito, assim somos nós também igualmente esquecidos hoje em dia. Esse esquecimento é repreendido por Jesus, pois ao esquecermos, nós mesmos seremos prejudicados e fracos no Seu serviço.

Deus nos manda: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.” Ainda assim, muitos se preocupam com o “eu” e se esquecem das “coisas santas”. Esse esquecimento os tem imergido nas profundezas da destituição espiritual. Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. É duro andar com Deus quando alguém tem se esquecido onde é o caminho. Lembrando o mandamento eterno do dia do Sábado com ação santa, poderia nos ajudar em relembrar esse caminho de justiça onde Deus caminha.

Foi dito ao povo de Israel para colocarem “cordão azul” na franja das bordas de suas vestes, para que quando eles olhassem para isso eles se lembrassem de todos os mandamentos do SENHOR, e os cumprisse; e não seguissem o seu próprio coração, nem seus próprios olhos, pelos quais andavam se prostituindo. Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os cumprais, e santos sejais a vosso Deus.”(Números 15:39-40) A falha em “relembrar e fazer” provoca a ira de Deus; mas “relembrando e fazendo” traz as bênçãos de Deus. Qual você prefere?

Jesus disse à igreja em Eféso em Apocalipse 2:5: “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.” Portanto, essas são palavras de peso que o Senhor usou para repreender o esquecimento deles. O primeiro amor de cada pregador e de cada igreja é um testemunho de Jesus sendo o Cristo, o Filho do Deus vivo. Esquecer disso é esquecer do fundamental propósito da Igreja existir. Se as primeiras obras não são praticadas, a igreja perde o sentido, e o Castiçal (uma referência ao Espírito Santo) é removido. Sendo assim, a igreja é chamada a arrepender-se por se esquecer do primeiro amor de testemunhar, e voltar a testemunhar de Jesus e da Sua crucificação. Está escrito: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas” (Atos 1.8).

Cultivar da Fé Cristã envolve a mortificação de certas atitudes e pensamentos como: ansiedade, temor, dúvida e esquecimento, pois está escrito: “tudo o que não é de fé é pecado” (Romanos 14:23). Essas quatro coisas repreendidas por Jesus, opõem-se diretamente a fé na soberania de Deus. Devemos continuamente destronar a nossa própria auto-suficiência e colocar toda confiança em Deus Pai e no Senhor Jesus. Paulo escreveu: “… a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus…” (Gál. 2:20). Note que não é através de uma confiança da carne que Paulo poderia invocar, mas apenas “na fé do Filho de Deus.” Essa fé, pela qual o cristão caminha, não é de origem terrena, é do Senhor Jesus, portanto, o crente verdadeiro é sincero na fé, abunda na fé, é forte na fé, é rico na fé, está seguro na fé, e ora para um crescimento nessa fé, a fim de que ele não seja achado com “pouca fé”.

Pontos para Refletir

  • Quais são os quatro qualidades negativas repreendidas por Jesus?
  • Você acredita realmente que Deus é capaz de cuidar de todas as suas necessidades em todo tempo e em todo lugar?
  • Você está sendo distraído na sua caminhada diária com o Senhor pelos cuidados desse mundo?
  • O que a palavra “soberano” significa?
  • Deus é soberano sobre toda sua criação, incluindo o homem?
  • Deus cuidará de todas suas necessidades se você não está em Cristo Jesus (salvo) ?
  • Qual é a primeira prioridade a ser buscada por todo cristão?
  • De onde vem o espírito de temor? De acordo com II Timóteo 1:7, que tipo de espírito Deus dá aos cristãos?
  • Quem e o quê é o Escudo dos santos?
  • Se Deus está do nosso lado, quem realmente poderia nos vencer?
  • Quem está realmente no controle de tudo, e acima de todas as tempestades da vida? Ele é confiável?
  • De quem é que o apóstolo Paulo escreve em Romanos 8:28? Você acredita que o que Paulo escreveu é verdade?
  • Quando alguém está preocupado com si mesmo, ou em outras palavras “centrado em si mesmo”, o que acontece a ele espiritualmente? Isso descreve sua vida?
  • Qual é o dia mais importante que todo cristão deve relembrar? Por quê?
  • Deus é provocado em que quando os santos se esquecem de “relembrar e fazer” ? O que eles deveriam relembrar e fazer?
  • O que a igreja localizada em Eféso falhou em relembrar e fazer? O que poderia acontecer se falhassem nisso?
  • Qual dever ser o primeiro amor de todo crente e da igreja do Senhor Jesus?
  • Se o cristão recusa a caminhar e viver pela fé, o que ele está fazendo perante Deus?
  • Donde vem a fé salvadora e a fé pela qual vivemos?

II

“Incredulidade”

Jesus disse “Ó geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos sofrerei ainda?” (Marcos 9:19) Ao apóstolo Tomé, Jesus disse, “…e não sejas incrédulo, mas crente.” (João 20:27) Essa palavra “incrédulo”, no Grego, é utilizada para alguém que não é digno de confiança, ou inconfiável por não receber os ensinamentos, o poder, ou as evidências da graça de Deus. O apóstolo Tomé não recebeu o testemunho dos outros discípulos a respeito de Jesus ter verdadeiramente ressuscitado dos mortos com poder e vitória sobre a morte, o inferno, e a sepultura. Todavia, esse é o fundamento sobre o qual a evidência, de que Deus pode dar vida eterna pela Sua graça, está ancorada. A dúvida de Tomé fez com que ele não fosse considerado digno de confiança.

Então, se você não crer totalmente Deus, nunca será uma pessoa digna de confiança. O apóstolo Paulo escreveu, “…eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso…” (II Timóteo 1:12) Está escrito: “Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.” (Romanos 4:13). Novamente está escrito: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6).

A fé verdadeira é uma fé inquestionável. Ela responde a vontade de Deus com um “eis-me aqui”, e responde à Sua vontade dizendo: “envia-me”. A fé viva tem plena confiança nas habilidades e nos propósitos de Deus. Nós é dito, nas Santas Escrituras, que os cristãos do passado alcançaram um bom testemunho. “Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício…Pela fé Enoque foi transladado…Pela fé Noé …preparou a arca…Pela fé Abraão…saiu, sem saber para onde ia…Pela fé Isaque..Pela fé Jacó…Pela fé José…Pela fé Moisés…Pela fé Josué…Pela fé Raabe…Pela fé Gideão…Pela fé Baraque…Pela fé Sansão…Pela fé Jefté…Pela fé Davi…Pela fé Samuel…Todos esses morreram na fé…” (Hebreus 11).

A necessidade de cultivarmos uma vida espiritual, tem o seu começo e o seu fim na fé. Fé em Deus e no Senhor Jesus Cristo deve existir antes de começarmos a cultivar . Você tem uma fé honesta, verdadeira e real? Se não, Creia em Deus!!

Pontos para Refletir

  • O que a palavra “incredulidade” significa?
  • Você confia em Deus verdadeiramente?
  • Quando Abraão creu em Deus, o que lhe foi contado como justiça?
  • É possível agradar a Deus sem que tenhamos o que?
  • Deus é galardoador de quem?
  • Como os cristãos do passado alcançaram bom testemunho?
  • Como é seu o testemunho de fé?

Lição 5

Versículo para Memorizar: Josué 1:9

“Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares.”

Leitura Diária:

Ore para ter entendimento dessas verdades

  • Segunda – I Samuel 17:1-58
  • Terça – Efésios 6:10-18
  • Quarta – II Timóteo 4:1-8
  • Quinta – Mateus 10:24-39
  • Sexta – Atos 4:1-33
  • Sábado – Romanos 8:28-39

Acrescentai à vossa fé: Virtude – Parte 1

I

Ao analisarmos os passos do crescimento cristão em II Pedro 1, fica evidente que todos os pontos separados e distintos deste crescimento (ciência, temperança, virtude, piedade, amor fraternal, caridade) são na realidade, virtudes em si mesmas. Isso nos leva a questão: Se todas são virtudes em si mesmas, por que a “virtude” está encabeçando esta lista? A resposta está no fato de: desde que a palavra não está sendo usada no plural, mas no singular, há e deve haver uma razão lógica para ela ser a primeira a ser acrescentada a fé de alguém. Dessa forma, um exame da “virtude”, confirmará a evidência de que há uma essência rudimentar na palavra, que é de muito valor para a nossa fé. Deus não usa palavras apenas para preencher os espaços. Deus tem um propósito em todas as Suas palavras, assim como para esta.

Pelos planos de Deus, a virtude é a primeira a ser usada no cultivo da graça da fé, a fim de que esta fé possa chegar a maturidade. É lógico e razoável que toda ferramenta seja usada na sua própria ordem e no tempo apropriado, porém, nunca devemos descartar uma ferramenta ou jogá-la fora. Cada ferramenta deve estar sempre pronta, pois há um uso adequado para cada uma delas. Assim como o lavrador não pode utilizar o ceifeiro antes que haja uma terra arada, semeada e fertilizada, ou seja, passar pelo processo de cultivar o grão até que gere frutos e chegue o tempo da colheita, assim também a fé deve produzir os primeiros frutos para que possa chegar a maturidade espiritual. Esse processo foi designado e decretado por Deus. Isso não pode e não será alterado pelos propósitos malignos dos homens. Então, logicamente, o uso de uma ferramenta faz o preparo para o uso da próxima.

A palavra Grega, traduzida como “virtude” nessa passagem da Escritura, deve ser entendida como: poder, vigor, valor, coragem ativa, e energia misturado com excelência moral, e contém um sentido de que isso causa impacto em outros.

O sentido Bíblico de virtude não é o de fraqueza, mas antes, poder, vigor e força. Os santos de Deus estão no calor de uma enfurecida batalha espiritual, a qual, tem uma enorme necessidade da graça da fé. A fé fraca produz perdas, enquanto a fé forte produz soldados experientes. Temos que suportar as dificuldades para sermos qualificados como bons soldados de Cristo. Virtude não é esconder-se passivamente em uma trincheira, mas uma coragem destemida de permanecer firme em face aos inimigos da cruz e de Deus.

Quando o jovem Davi estava diante de Golias, ele não demonstrou fraqueza, medo ou conformismo. Ele estava cheio de poder, energia, e vigor na força da sua fé no Deus de Israel. Davi teve uma virtude operante! Note que Davi disse a Golias: “…eu venho a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. Hoje mesmo o SENHOR te entregará na minha mão, e ferir-te-ei, e tirar-te-ei a cabeça, e os corpos do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves do céu e às feras da terra; e toda a terra saberá que há Deus em Israel.” (I Samuel 17:45-46) Davi estava se lastimando ou mantendo sua boca fechada como cristão? Um milhão de vezes, Não! Davi possuía a virtude dada por Deus, que certamente impactava.

Os apóstolos e a igreja em Jerusalém foram grandemente odiados, não porque eram mansos e moderados, mas por causa da grande coragem e ousadia com que viraram Jerusalém de cabeça para baixo e a encheram com a doutrina do Senhor Jesus Cristo. A impressão que eles causaram com o uso da ferramenta da virtude, permanece até hoje. Quanto tempo a impressão que causamos neste mundo vai permanecer?

Pontos para Refletir

  • Defina a virtude bíblica.
  • Por que os santos de Deus precisam de virtude?
  • O que acontece com um soldado sem virtude?
  • Em uma escala de 1 a 10, qual é o nível da sua virtude? Como ela poderia ser e por quê?

II

Virtude é realmente firmeza e constância. As escrituras ensinam o crente a serem firmes na fé e não serem “…levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” (Efésios 4:14)

Os verdadeiros cristãos não abrem mão das doutrinas (ensinamentos) e dos mandamentos do eterno e soberano Deus, que estabeleceu para sempre a Sua Palavra nos céus.

Ela não pode ser guardada em nossas mentes, mas está guardada eternamente nos céus. Cristãos fortes não são influenciados por decepções emocionais, mas estão bem fundamentados, firmados e ancorados no fundamento da fé que uma vez foi dada aos santos.

Eles não se desviam nem para a esquerda e nem a direita, mas têm seus pés firmemente plantados nos caminhos da justiça, por causa nome de Deus. Eles têm uma vontade resoluta de se entregar ao trabalho e de batalhar com garra pela fé, conhecendo muito bem a realidade eterna da sua importância. Eles são cuidadosos com quem eles se associam, e os lugares aonde vão, abstendo-se de toda aparência do mal, com temor da impressão errada que possam causar neste mundo mal.

Virtude não abre mão, muda, ou compromete as doutrinas estabelecidas na Santa Palavra de Deus. Não se deixam levar pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.

Pontos para Refletir

  • Que outras palavras podem ser usadas para definir “virtude”?
  • O que é necessário para estar firme na fé que uma vez foi entregue aos santos?
  • Em que lugar a palavra de Deus foi estabelecida para sempre?
  • Por que é importante não se desviar nem para a esquerda e nem para direita?
  • Por que os crentes precisam ter uma firmeza resoluta?

III

A ferramenta da virtude é também constituída de firmeza mental. É ser fixada firmemente na mente, não ser persuadido a ir contra ou ser inconstante nos propósito e desejos de Deus. Há uma determinação de que “pela graça de Deus, eu: seguirei a Jesus, farei o que Deus deseja que eu faça, nada e ninguém me impedirá de fazer o meu trabalho”. Virtude é ter uma coragem destemida ao se deparar com os ardís do Diabo. É a expressão de um espírito robusto e nobre na apresentação e testemunho da Palavra de Deus. Virtude é como uma fortaleza permanente no meio da batalha “contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Efé. 6:12) Sem essa coragem mental o crente desmoronaria como as muralhas de Jericó.

Noé, um pregador de justiça, possuía essa coragem mental em meio a um mundo mau e condenado. Moisés, o grande libertador de Israel, demonstrou-a diante do ímpio Faraó do Egito. Elias, o profeta de Deus, demonstrou-a diante dos profetas pagãos no Monte Carmelo. João, o Batista, aquele que preparou o caminho do Messias, demonstrou uma virtude piedosa perante a face de Herodes. Os apóstolos e santos da antiguidade demonstraram esta mesma virtude diante das perseguições e da morte. Está escrito: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.” (II Timóteo 1:7) Isto não é virtude?

Fortalecer a mente é uma necessidade absoluta para o crescimento cristão. A mente deve ser fortificada contra os enganos do Diabo, que procura causar dúvida, temor, e confusão na tentativa de desabilitar um filho de Deus. É essencial para a mente cristã estar saudável, firme, resoluta e enriquecida na fé do Senhor Jesus Cristo. Ela é edificada com base na assegurança de que Deus é fiel em todas as suas promessas e decretos, que Jesus é fiel em nunca nos abandonar; que o Espírito Santo é fiel em confortar e em manter selado todo crente até o dia da redenção. A mente do homem é fortificada por crer em Deus! A sua mente esta fortificada?

Depois da vitoria de Gideão, Josué chamou todos os homens de Israel e mandou os capitães dos homens de guerra colocarem seus pés sobre os pescoços dos cinco reis que eles haviam derrotado na batalha. Então Josué disse: “Não temais, nem vos espanteis; esforçai-vos e animai-vos; porque assim o fará o SENHOR a todos os vossos inimigos, contra os quais pelejardes.” (Josué 10: 25) Agora, qual era o propósito de Josué na execução disso? Era dar aos homens da guerra, especialmente os líderes, coragem mental-“virtude”. Não era para criar neles orgulho pela sua própria capacidade, pelo contrário, era para levá-los a confiar na capacidade de Deus em lhes dar a vitória. Os santos não têm autoridade ou poder sobre os príncipes das trevas; mas Jesus, o Capitão do exércitos, coloca Seu pé sobre seus pescoços e pelo poder e fidelidade de Jesus os santos são prometidos um glóriosa vitória segura.

Pontos para Refletir

  • Do que mais a virtude é feita?
  • O que a virtude faz?
  • Virtude é uma fortaleza no meio de uma batalha contra o quê?
  • Por que virtude é absolutamente necessária no crescimento cristão?
  • A virtude é edificada com base em qual garantia?
  • Deus espera que todo crente seja forte e corajoso na fé?

Lição 6

Versículo para Memorizar: I Samuel 2:3

“Não multipliqueis palavras de altivez, nem saiam coisas arrogantes da vossa boca; porque o SENHOR é o Deus de conhecimento, e por ele são as obras pesadas na balança.”

Leitura diária:

Ore para ter o entendimento destas verdades.

  • Segunda-feira – Salmos 1:1-6
  • Terça-feira – Mateus 6:19-24
  • Quarta-feira – Romanos 6:1-23
  • Quinta-feira – João 3:22-36
  • Sexta-feira – I Pedro 2:1-10
  • Sábado – I Samuel 2:1-10

Acrescentai à vossa fé: a virtude – Parte II

I

Virtude também carrega sobre seus ombros as idéias de justiça, verdade, fidelidade, lealdade, fidelidade inabalável, sabedoria e misericórdia. Portanto, os santos de Deus devem ser justos em todos os seus negócios, verdadeiros em todas as suas palavras, fiéis à adoração e aos propósitos de Deus, leais à Palavra de Deus e a causa de Cristo, firmes em sua devoção ao dever e a responsabilidade, sábios nos conselhos de Deus, cheios de compaixão e demonstrando a misericórdia de Deus e do Senhor Jesus Cristo.

Virtude não é um ato frio e calculado de religiosidade. É uma posição firme inabalável nas coisas de Deus; ainda, é igualmente cheio de compaixão pela redenção das almas dos homens. Dar conforto ao homem, sentado com ele enquanto a casa está se incendiando, não salva o homem preso no meio do fogo. Ele deve ser transportado para um lugar seguro. Ninguém que está se afogando, luta contra quem poderia resgatá-lo, ou trazê-lo em segurança, pois afundaria juntamente com salva-vidas. Virtude permanece eternamente segura e protegida sobre a Rocha dos séculos, e ainda fará uso de todos os recursos disponíveis para resgatar quem está perecendo; mas não vai sair da Rocha da salvação para fazer isso.

Virtude não é apenas uma mera exibição diante da humanidade. Ela tem uma influência intrépida sobre o espírito do cristão. Não é por pintar uma casa caindo aos pedaços que faz com que as coisas pareçam melhores. É o fortalecimento contínuo do novo homem que mostra exteriormente o verdadeiro poder do Criador. Com a virtude verdadeira há uma transformação espiritual e mental que produz frutos visíveis na vida do homem, como conseqüência do que há no interior, pela fé em Deus.

Quando a virtude está unida com a fé, elas têm um único e singular propósito. Não existe qualquer indício de divisão em seus esforços. Elas trabalham, se esforçam , caminham e participam juntas. A vontade do cristão irá se sujeitar a vontade de Deus e desejar apenas uma coisa: fazer a vontade de Deus. O cristão autêntico, que tem uma grande devoção e fidelidade no dever de trabalhar com Deus, irá: se esforçar com Deus, caminhar com Deus e participar com Deus. Ele tem o que chamamos de “virtude”.

Pontos para Refletir

  • O que é carregado sobre os ombros de virtude?
  • Quais são algumas características na vida daqueles que possuem virtude?
  • O que a virtude tem em comum com a religiosidade?
  • Que tipo de transformação a virtude produz na vida de alguém que a possui? Por quê?
  • A virtude e a fé podem ser separadas? Por quê?

II

A virtude bíblica não possui uma personalidade dupla. Como está escrito: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” (Mateus 6:24) Quando um cristão é revestido de virtude celestial, ele não fica dividido entre Deus e as coisas deste mundo. Ele permanecerá firme num só pensamento – fazer a vontade de Deus. Sua paixão é dirigida apenas para o Criador não para as coisas criadas.

O apóstolo Tiago colocou da seguinte maneira: “O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos.” (Tiago 1:8) As palavras “coração dobre” carregam a idéia de se ter uma “alma dupla”. Tiago está dizendo que uma pessoa cuja alma está dividida em direções opostas, está em um estado de confusão, sendo incapaz de encontrar estabilidade na vida espiritual.

As duas direções que Tiago se refere são: a direção dos desejos da carne, e a direção dos desejos espirituais. Alguém que está dividido constantemente entre os desejos deste mundo e o desejo de agradar a Deus, não tem nenhum valor para Deus, ou para a causa do Senhor Jesus Cristo. Ninguém pode se colocar, ao mesmo tempo, debaixo do jugo de Cristo e o jugo de Satanás, e ainda esperar cultivar sobre terra santa. Uma alma só pode pertencer a Deus ou a Satanás. Ou ela é uma alma remida ou uma alma condenada. Um cristão verdadeiro deve ter a sua mente e a sua alma firmemente ancoradas apenas em um lugar, e o único lugar deve ser a Rocha da nossa salvação.

Seguidores de coração dobre são uma vergonha para o Cordeiro de Deus, o Reino de Deus, e as igrejas do Senhor Jesus. O que produz de bom os de duplo ânimo? Deus exige dos santos cem por cento de comprometimento. Qual o grau de comprometimento que Jesus demonstrou quando Ele veio buscar e salvar os que estavam perdidos? Qual o grau de comprometimento que Jesus teve quando ressuscitou vitorioso sobre a morte e a sepultura? Qual o grau de comprometimento que Jesus tem a direita do Pai? O mesmo grau de comprometimento é exigido de todos que são propiciados pelo Seu sangue e feitos participantes da sua natureza divina.

Ao nascerem de novo os cristãos adquirem uma só alma e um só objetivo. Os verdadeiros cristãos, de todo coração, desejam fazer a vontade de Deus e serem agradáveis aos Seus olhos. Dentro do que chamamos de “virtude” há uma rendição total dos cristãos quanto aos seus desejos, emoções, mente, e espírito para Deus e para os propósitos de Deus. É uma entrega total com coragem, firmeza, poder e disposição da mente e do coração. Como está escrito: “Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.” (Rom. 6:13) Se você foi vivificado pela graça de Deus, estando morto em ofensas e pecados, agora deve viver em novidade de vida. Dê evidências desta nova vida ao viver em Sua justiça e santidade.

Pontos para Refletir

  • Por que um cristão só pode servir a um Senhor?
  • O que “coração dobre” significa? Qual é a evidência disso?
  • Que utilidade tem um crente de coração dobre?
  • Qual o grau de comprometimento que você deveria ter?
  • O que está dentro do que chamamos de “virtude” que é importante para cada cristão?
  • Se você foi vivificado das ofensas e pecados, qual é a evidência desta nova vida?

III

João, o Batista, disse: “É necessário que ele (Jesus) cresça e que eu diminua.” Ora, isso é uma verdade importante para entendermos a essência e o começo da virtude. Ninguém pode ser conformado à imagem de Cristo se o “eu” predomina. Cada indivíduo é importante, mas nenhuma pessoa tem maior valor do que Jesus, o Filho de Deus. Quando o cristão olha sua vida através do sangue precioso do Salvador, percebe a si mesmo de maneira diferente. Um cristão honesto tem, como fonte e propósito da sua vida, um desejo ardente de ser conformado com Cristo. Quando o “eu” de alguém é mergulhado no sangue do Cordeiro, o próprio “eu” irá afundar ou diminuir a vista de todos. Esse é o ponto quando a luz e o testemunho do Redentor começam a crescer em glória. A Luz do Evangelho é agora capaz de brilhar claramente nesse mundo das trevas. A Luz se torna obscura quando o “eu” quer roubar a cena.

É por isso que o apóstolo Paulo escreveu: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gál.2:20) O crente é moldado no poder de Cristo, na determinação de Cristo, na coragem de Cristo, e na fortaleza de Cristo. A verdadeira virtude é e está em Jesus, que é o Cristo de Deus. No cultivo da virtude, Jesus irá crescer e o “eu” diminuir.

Infelizmente, para alguns de nós, levará toda uma vida para perceber que esta virtude interior não vem de atividades exteriores, antes, de atividades interiores do Espírito Santo, colocando Jesus sobre o trono do coração. Como está escrito: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mat. 6: 21) Além disso, as Escrituras ensinam que: como um homem “imagina no seu coração, assim é ele” (Prov. 23:7) Quanto mais Jesus se torna o Único e mais importante, no interior do homem, mais Ele será o foco dos pensamentos, e mais será revelado nas evidências exteriores. Se Jesus não governa o interior do homem, Ele também não governa o exterior, e não há testemunho pessoal desta Luz. Se você é o que você pensa, o que predomina os seus pensamentos? Jesus está satisfeito com seus pensamentos íntimos e suas ações exteriores?

Pontos para Refletir

  • Por que Jesus deve crescer no cristão e o “eu” diminuir?
  • Como você se vê diferente desde sua conversão?
  • Quando é que a Luz do Redentor brilha mais?
  • Por que o Apóstolo Paulo escreveu : “…e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim”?
  • Onde a virtude celestial é encontrada, e de onde ela vem?
  • Quem predomina os seus pensamentos, o seu coração, e a sua vida?

IV

A natureza da virtude Bíblica requer que ela esteja fundamentada e ancorada em Deus e no Senhor Jesus Cristo. Se alguém tentar fundamentá-la sobre uma igreja, um pastor, um indivíduo, ou alguma ideologia, ela certamente irá desmoronar e ficar desolada. A carne não pode ajudar ninguém nas coisas espirituais que pertencem a Deus, a carne sempre irá falhar. A virtude que resiste ao teste do tempo, brota da fé em Deus e no Senhor Jesus. Uma multidão de religiões tem tentado imitar as coisas celestiais, mas o melhor deles é apenas uma imitação triste e vã.

John Gill escreveu:

“A virtude cristã se interessa pelas coisas que revelam vontade de Deus, e é exercitada em obediência a ela, fazendo com que o homem cumpra suas responsabilidades com a motivação correta de honrar e a glorificar a Deus, confiando e dependendo do Seu poder, força e graça, para ajudá-lo a realizar qualquer coisa para a qual for chamado a fazer ou sofrer na execução desta tarefa, da qual ele não será dissuadido por eventuais dificuldades que possam surgir, ou perigos que possa estar exposto, esta é a virtude apropriada aos Cristãos.” (Body of Divinity, Page 820)

Cumprir os diversos deveres que são exigidos do cristão requer ousadia na fé, coragem na fé, e a confiança de que receberá de Deus e de Jesus a graça, o poder e coragem necessários. Os santos de Deus devem ser firmes e inabaláveis em sua constância e perseverança. A verdadeira virtude exterior irá demonstrar a virtude interior, através da obediência à vontade de Deus, sem se preocupar demasiadamente com o próprio “eu”. Não é apenas a virtude no sentido da excelência moral, mas no poder com que os Cristãos a exibem como Deus demonstra-lhes. O poder de Deus é um poder vivo e ativo, portanto, a vida cristã deve demonstrar o mesmo.

Pontos para Refletir

  • Virtude Bíblica deve ter um fundamento e uma âncora, quais são elas?
  • Por que a ideologia não nos servirá como um firme fundamento e uma âncora segura?
  • O que impede um Cristão de fazer a vontade de Deus em sua vida?
  • O que expõem a virtude interior e celestial diante do mundo?
  • Que tipo de poder provém de Deus, e o que os verdadeiros cristãos devem fazer com ele?

V

Está escrito em I Pedro 2:9, “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;”

A palavra “virtudes” nessa passagem das Escrituras é a mesma palavra virtude, traduzida do Grego no nosso primeiro texto de II Pedro 1:5. Então, entende-se que o cristão deve demonstrar o poder, coragem, firmeza, bravura e força dAquele que os tirou das trevas da morte espiritual e do abismo do pecado, para a Sua maravilhosa luz. O santos devem demonstrar exteriormente as virtudes de Deus, de Jesus, e do Espírito Santo, no exercício vigoroso da fé com ações ou obras. Está escrito: “Não multipliqueis palavras de altivez, nem saiam coisas arrogantes da vossa boca; porque o SENHOR é o Deus de conhecimento, e por ele são as obras pesadas na balança.” (I Sam.2:3) Deus não honra o serviço apenas de boca; Ele exige ações ou obras que dêem um testemunho das Suas virtudes, para a glória do Seu Santo Nome, e do Senhor Jesus Cristo. Um testemunho sincero é a ação de se dar a si mesmo e não apenas o de participar dos cultos da igreja.

Quando Josué disse: “eu e a minha casa serviremos ao SENHOR”, ele estava declarando que eles se entregariam com leal e fiel devoção ao exercício dos seus deveres. Como o Apóstolo Paulo escreveu: “Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.” (Fil. 1:20) Virtude Bíblica, acrescentada à fé, engrandece a Deus e ao Senhor Jesus. A quem a sua virtude engrandece?

Pontos para Refletir

  • Como Cristão, o que você deve demonstrar em sua vida? Por quê?
  • Deus se impressiona com a jactância do homem? O que Deus considera?
  • Como você descreveria o serviço apenas de boca, e como você descreveria as ações ou obras?
  • O que e quem é engrandecido através do seu corpo e da sua vida?

Lição 7

Versículo para Memorizar: II Pedro 1:2

“Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor.”

Leitura diária

Ore para ter entendimento dessas verdades:

  • Segunda-feira – Provérbios 1:33
  • Terça-feira – II Pedro 1:1-4
  • Quarta-feira – Daniel 3:8-28
  • Quinta-feira – Daniel 6:4-24
  • Sexta-feira – I Coríntios 2:10-16
  • Sábado – II Timóteo 3:1-17

Acrescentai à Virtude: Conhecimento – Parte I

I

Está escrito: “O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” (Prov. 1:7). É simplesmente impressionante como o Único e Eterno Deus é capaz de separar em uma simples declaração os cristãos nominais dos cristãos genuínos. O sincero e reverente temor a Deus provoca uma fome e sede do santo conhecimento. Os corações insinceros não têm sede e fome do conhecimento de Deus, e não podem ter, pois eles nem conhecem e nem temem o eterno e soberano Deus de toda criação. Os não regenerados talvez tenham tido uma experiência de religião, mas sem o novo nascimento, jamais conhecerão intimamente a Deus. O temor de Deus só pode ser experimentado através do novo nascimento, enquanto o temor que causa tremo, só no julgamento dos ímpios. Onde não há temor de Deus, não há conhecimento santo.

O Espírito de Deus, que habita no cristão, o capacita a reconhecer que: “…da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento.” (Prov. 2:6). A partir do momento em que nos tornamos novas criaturas, há uma iniciativa em se adquirir todo conhecimento possível, daquilo que procede da boca de Deus, no tocante a Si mesmo, ao Messias, ao Espírito Santo, e ao Reino. Está escrito: “O coração do entendido adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios busca a sabedoria.” (Prov. 18:15) Há um desejo ardente de se sentar na escola, diante do trono do celestial, para ouvir com os ouvidos espirituais, tudo aquilo que procede do coração do Pai. Não é apenas o mero ouvir, mas o desejo de receber e praticar toda a instrução proveniente do trono celestial. O temor do SENHOR é apenas o começo da busca e das aventuras no conhecimento daquilo que é eterno, santo, justo e também do propósito divino. É um dom santo e precioso quando Deus se revela a Si mesmo nas mentes e nos corações dos Seus filhos.

Pontos para refletir:

  • Qual é o princípio do conhecimento de Deus? Por que você acredita que isso seja verdade?
  • A religião é salvação? Explique resumidamente.
  • O temor e o conhecimento Deus podem existir separadamente?
  • De onde procede o conhecimento e entendimento santo?

II

A palavra “conhecimento” torna-se mais claramente entendida ao examinarmos duas palavras no Grego; “gnose” e “epignosis”. O fundamento ou raiz do significado original da palavra “gnose” é: buscar conhecimento. Ou seja, o conhecimento que continuamente busca entender os assuntos com os quais se depara, e sua conduta é determinada por aquilo que descobre. Essa é a palavra usada no nosso texto de II Pedro 1:5.

Portanto, o conhecimento que deve ser acrescentado á fé e a virtude, é aquele que está na busca constante de obter mais entendimento. Sendo assim, conforme a verdade é exposta e o entendimento é iluminado, pelo poder e a graça do Espírito Santo, o cristão sendo interessado na vontade e nos propósitos de Deus, mudando sua conduta a fim de conformar-se á justiça do Pai e de Seu querido Filho. Essa constante busca em conhecer, e conformar-se a imagem de Cristo, é o que faz com que o cristão amadureça na fé. Ela ardentemente procura saber e entender mais e mais abundantemente o Grande “Eu Sou” e o “Senhor da Glória”. Aquele que constantemente está nesta busca, inevitavelmente demonstrará seu nível de conhecimento e compreensão do Único Deus Santo.

Pontos para refletir:

  • Que tipo de conhecimento devemos acrescentar á fé em Cristo Jesus?
  • Essa é uma fé ativa ou uma fé inativa?
  • O que acontece com o cristão quando ele encontra o conhecimento e entendimento santo?
  • Você alguma vez procurou por mais conhecimento fora das Santas Escrituras de Deus e de Jesus?
  • Se sim, você pôde enxergar algumas mudanças na sua vida?

III

Quando o prefixo “epi” é acrescentado a palavra “gnosis”, ela se torna mais precisa. Há um entendimento mais claro e profundo, pois aquele que busca, começa a participar ou interagir com o assunto que está sendo estudado. Sendo assim, a pessoa obtém um conhecimento mais profundo e completo ao participar e interagir. Por exemplo: Existe um tipo de conhecimento quando se assiste, pela televisão e na segurança e conforto da nossa casa, um urso caçando, entretanto, haverá um conhecimento totalmente diferente ao encontrarmos o urso cara a cara no deserto. O nível de conhecimento muda de acordo com o nível de participação. Epignosis é um tipo profundo de conhecimento, pois trata-se de uma participação interativa com o assunto. Quanto mais alguém interage e participa com Deus, Jesus Cristo, e o Espírito Santo, mais claro e profundo será o seu conhecimento. Se alguém salta nos braços de um urso pardo, ele rapidamente fará uma nova descoberta a respeito do poder do urso. Agora, salte nos braços de Deus! Oh, que novo conhecimento você descobrirá!

Em IIPedro 1:2 nós lemos: “Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor.” A palavra conhecimento, usada nesse verso, é “epignosis”. Dessa forma, num completo e mais profundo conhecimento, obtido pela participação interativa com Deus e o Senhor Jesus, graça e paz são multiplicadas.

Em II Pedro 1:3 nós lemos: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude.” Novamente, esse conhecimento é “epignosis” e é usado para chamar a atenção do cristão de que através do conhecimento claro e profundo, obtido pela da interação e participação, ele tem recebido todas as coisas que pertencem à vida e piedade. Entretanto, a falta deste tipo de conhecimento “epignosis” impedirá que qualquer pessoa possa participar das coisas que pertencem a vida eterna e a piedade. Como alguém armazena tesouros no céu se ele nunca participou do processo de armazenar? Muitos falham no serviço ao Senhor por nunca terem chegado a um mais claro, profundo e participante conhecimento com Deus e Jesus. Participação correta requer conhecimento correto.

Epignosis não é instantâneo. Ele vem através de um grande esforço, na busca da verdade, do entendimento da Santa Palavra de Deus, e também pela participação em oração, diante do trono do Único Deus Eterno. Ele disciplina a si mesmo em “Destruir os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” (II Cor.10:5) Ele estuda para apresentar-se a Deus “aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (II Tim. 2:15)

Pontos para refletir:

  1. O que acontece com “gnosis” quando o prefixo “epi” é acrescentado?
  2. O que esse tipo de conhecimento faz com o cristão?
  3. Como o cristão cresce em graça e paz?
  4. Como o cristão obtém um conhecimento mais claro e profundo?
  5. Você está participando e interagindo com Deus e com o Senhor Jesus? Explique resumidamente.
  6. Como o cristão é aprovado diante de Deus?

IV

O conhecimento que deve ser acrescentado à virtude, é aquele que busca conhecer. Se ele for cultivado corretamente, fará com que o cristão tenha um conhecimento mais claro e profundo, através da interatividade e envolvimento com Deus e com o Senhor Jesus Cristo. O Apóstolo Pedro ordena aos santos á cultivar esta busca do conhecimento de Deus e de Jesus, de modo que cada um deles tenha uma mais profunda e alegre interatividade e envolvimento neste conhecimento. Crescimento espiritual traz consigo, por natureza, um maior envolvimento.

O Apóstolo Paulo escreveu “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! (Rom. 11:33) Este conhecimento é o mesmo utilizado em nosso texto principal, ou seja: aquele que busca conhecer. Quando alguém procura conhecer Deus, ele encontrará uma extraordiária riqueza de sabedoria e de conhecimento. Infelizmente, poucos são os que se esforçam na busca destes tesouros de conhecimento. A maioria dos cristãos estão satisfeitos com sua pobreza, quando eles deveriam exclamar como Paulo, “tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor.” (Fil. 3:8) O que você está disposto a abrir mão a fim de adquirir mais conhecimento de Deus e de Jesus? O verdadeiro conhecimento espiritual requer sacrifício. Quanto mais você sabe, mais coisas terá que levar em conta como perda. Qual a profundidade você está disposto a atingir, ao mergulhar no conhecimento destas riquezas? O seu ganho será proporcional ao sacrifício sincero desta busca.

Paulo também escreveu em referência à Cristo: “Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” (Col. 2:3) Visto que os tesouros da sabedoria e conhecimento estão ocultos em Cristo, se Jesus não habitar no coração, será impossível para esta pessoa adquirir os tesouros ocultos. Resumindo: sem salvação, não haverá tesouros. Além disso, se um cristão está procurando os tesouros celestiais do conhecimento, ele deve olhar para Jesus a fim de encontrá-los. O mundo não tem conhecimento verdadeiro dos tesouros eternos. Infelizmente, como tem sido falado, poucos estudantes da Bíblia vão ao poço do conhecimento para beberem das suas águas vivas, a maioria vai apenas para molhar a boca, e não para matar sua sede. Eles não desejam viver delas, mas apenas experimentar seu sabor em suas pobres bocas, e então a cospem fora.

Antes de alguém beber do conhecimento espiritual de Deus e Jesus, ele deve nascer do Espírito de Deus, e então o Espírito de Deus vai alimentá-lo. Está escrito: “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” ( I Cor. 2:10-14)

Evidentemente, se o Espírito de Deus não está habitando no interior da pessoa, ela nunca chegará ao conhecimento da verdade com respeito a Deus e Jesus. O homem natural ou carnal não pode, por natureza, interagir ou ter algum envolvimento com Deus. Deus pode agir sobre ele, mas o morto não pode interagir com o que está vivo. De qualquer forma, quando alguém nasce do Espírito Santo, através do sangue de Jesus e pela vontade de Deus, a nova criatura proveniente deste nascimento celestial, é agora participante da natureza divina de Deus. A nova e divina natureza interior, tem agora um relacionamento correto, podendo receber os ensinos do Espírito de Deus. Esta nova criatura celestial, como qualquer recém-nascido, sente desesperadamente fome e sede de se alimentar da justiça celestial. William Shakespeare escreveu: “Vá ao seu íntimo, bata lá e pergunte ao seu coração, o que ele realmente sabe? Você diz que “nasceu de novo”, então bata na porta do seu íntimo e pergunte ao seu coração o que ele sabe sobre as coisas de Deus. O que seu coração procura saber? Inatividade para com Deus revela que não há atividade de Deus.

Pontos para refletir:

  • O que o crescimento espiritual traz para a vida do cristão?
  • Onde alguém encontra os tesouros do conhecimento espiritual?
  • O que você deseja sacrificar para adquirir “a excelência do conhecimento de Jesus Cristo”?
  • Por que você deveria ir a fonte do conhecimento?
  • Há em você uma fome e sede pelo conhecimento de Deus e Jesus?

V

A sociedade de hoje, dá uma grande ênfase ao ensino superior, porém, quando se trata da Santa Palavra de Deus, o que continuamente prevalece é a ignorância. As coisas temporais deste mundo, tem se tornado mais importante do que as coisas eternas de Deus. Tal negligência da Bíblia resulta na diminuição do envolvimento e interatividade com o Deus dos céus, e pouco crescimento espiritual.

O profeta Amós previu isto quando escreveu: “Eis que vêm dias, diz o Senhor DEUS, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR. E irão errantes de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a palavra do SENHOR, mas não a acharão.” (Amós 8: 11-12)

Aquele dia, do qual Amós falou, está certamente sobre o mundo de hoje. Há uma fome grave em ouvir a Palavra de Deus. Muitos estão procurando, mas não encontram, porque se recusam a ir à fonte de águas vivas. Eles são os “Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.” (II Tim.3:7) As massas se comportam como “os Atenienses” que adoravam ao Deus desconhecido. Temer ao Deus vivo e verdadeiro é o princípio de um conhecimento e envolvimento sincero e atuante. Irmãos, acrescentai à virtude, conhecimento!

Pontos para refletir:

  • Qual é a maior ignorância do mundo atual?
  • Qual é a coisa mais importante na mente da sociedade de hoje?
  • Que tipo de fome o profeta Amós falou que iria atormentar a terra nos últimos dias?
  • Como alguém pode estar sempre aprendendo mas nunca ser capaz de chegar ao conhecimento da verdade?
  • Qual é o ponto inicial do verdadeiro conhecimento de Deus? Você está lá?

Lição 8

Versículo para memorizar:

“A quem, pois, se ensinaria o conhecimento? E a quem se daria a entender doutrina? Ao desmamado do leite, e ao arrancado dos seios?” (Isaías 28:9)

Leitura diária:

Ore para ter entendimento dessas verdades.

  • Segunda-feira – Isaías 28:1-13
  • Terça-feira – I Coríntios 3:1-23
  • Quarta-feira – João 14:15-31
  • Quinta-feira – Eclesiastes 5:1-7
  • Sexta-feira – Oséias 4:1-12
  • Sábado – Romanos 10:1-21

Acrescente à Virtude : Conhecimento

Parte II

I

Está escrito: “ A quem, pois, se ensinaria o conhecimento? E a quem se daria a entender doutrina? Ao desmamado do leite, e ao arrancado dos seios? Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali.” (Isaías 28:9-10) O profeta Isaías apresenta duas questões que nos levam a pensar, e então ele segue com as respostas. Estas questões e suas respostas não foram criadas por Isaías, mas foram inspiradas por Deus

Aprenda essa única verdade: Deus não é obrigado a ensinar o conhecimento para todos, sem exceção! O Único Deus Eterno é soberano até mesmo em conhecimento. Essa passagem caminha de mãos dadas com os versos de I Coríntios 2:10-14, usada na lição anterior. O conhecimento de Deus é reservado para aqueles que nasceram do Espírito Santo, através do sangue de Jesus, e a quem o Espírito Santo de Deus ensina. Até os bebês em Cristo, que se recusam a ser desmamados e relutam viver do leite da Palavra, não recebem dos Seus conhecimentos, ou podem conhecer Sua doutrina.

O Apóstolo Paulo escreveu à Igreja em Corinto: “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? (I Coríntios 3:1-3) A cultivo sadio da fé, tira o Cristão da fase do leite, levando-o para a fase de adulto, onde há fome e sede da justiça de Deus. Esse amadurecimento o capacita de forma adequada a manusear o conhecimento e as doutrinas de Deus. É por isso que o Apóstolo Pedro escreveu para os irmãos sobre a preciosa fé: “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (II Pedro 3:18). Enquanto o cristão cresce, o Espírito o guia na construção de um crescimento que segue de mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, um pouco aqui e um pouco ali. Cada parte, ou preceito, deve ser exatamente colocado sobre o preceito correspondente, para que a Palavra de Deus seja corretamente dividida e aprendida. O zelo bíblico e cristão é sempre de acordo com o conhecimento.

Há um pensamento comum nos dias de hoje que nós não precisamos nos preocupar com a doutrina; nós apenas precisamos derrubar todas as paredes e amar à todos. Para o ouvido humanista isso pode ser soar bem, mas para o ouvido ensinado pelo Espírito Santo, isso pode ser uma abominação absurda. A Palavra de Deus é doutrina, e dizer que nós não precisamos de doutrina, é dizer que nós não precisamos da Palavra de Deus. Não precisar da Palavra de Deus é uma doutrina do Iníquo, a antiga Serpente, que engana todo mundo. A palavra “doutrina” significa ensino, e Deus ensina Sua verdade à seus filhos – doutrina.

Jesus disse: “Se me amais, guardai os meus mandamentos.” (João 14:15). “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama…” (João 14:21). “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor” (João 15:10). Aqui a palavra Grega para “guardar” significa manter com vigilância e cuidado, obedecendo devotadamente. Como alguém pode “vigiar com cuidado” aquilo que não tem? Como alguém pode “cumprir com devoção” se ele não conhece isso? Se a evidência do amor de alguém por Jesus é expressa em cumprir com devoção Seus mandamentos, não seria razoável assumir que obter um conhecimento mais preciso, é de suma importância para eles?

Pontos para refletir:

  • A quem Deus ensinará o conhecimento e fará entender as doutrinas? Por quê?
  • Deus é obrigado a ensinar o conhecimento e fazer a doutrina compreensível à todos? Dê uma breve explicação para a sua resposta.
  • Por que a maturidade na Palavra de Deus é importante para os filhos de Deus?
  • O zelo autentico cristã deve estar fundamentado em quê?
  • A ênfase moderna sobre “amar a todos” propositalmente ignora e evita a doutrina Bíblica. O que você supõe que seja a razão disso?
  • O que a palavra “doutrina” significa?
  • O que Jesus disse para fazermos com seus mandamentos? Por quê?

II

O Apóstolo Paulo revelou que o propósito de Deus em dar o dom de ensinar aos pastores da igreja era “Querendo o aperfeiçoamento (maturidade) dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor…” (Efésios 4:12-15). Um pastor pode dizer que ama seu rebanho, mas somente quando ele está disposto a arriscar tudo, para ensinar à eles o conhecimento da verdade, é que ele os ama de verdade. Ele sabe que, se eles estão participando com Deus na justiça, eles devem ter um conhecimento claro e exato de Deus. Portanto, o pastor deve ensinar ao seu povo a buscar ardentemente o conhecimento e as doutrinas de Deus e de Jesus.

Lembre-se, “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” (Prov. 14:12) A Religião é cheio daqueles que dizem “isto é o que eu acredito”. Todavia, a fonte da verdade não está no que alguém escolhe crer, pois a fonte eterna da verdade está na afirmação de: “Assim diz o Senhor Deus.” Religiosos e Cultistas são destituídos do conhecimento da salvação de Deus e de Jesus, enganando a si mesmos, não tendo esperança.

Muitos carregam consigo, ou tem suas reuniões, a Abençoada Palavra de Deus; mas seus olhos estão cegos quanto ao conhecimento de Deus, pois eles amam mais as trevas do que a luz. Os homens ímpios, que já estavam ordenados para condenação, tem prazer em “converter em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo” (Judas 4). “Dissolução” denota indisciplina, irreverência, alguém dado à luxúria e a extravagância, esbanjador, emocional e sensacionalista, e a tudo aquilo que instiga as concupiscências. Quando esses enganadores mudam a soberana graça de Deus em um pensamento animal e humanista, eles estão negando a Deus e a Jesus Cristo, para sua própria e eterna condenação. Por causa disso Jesus disse aos judeus que criam nele: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:31-32)

O homem não tem o direito de adorar a Deus de acordo com os ditames da sua própria consciência ou coração. O homem não é julgado por “o que eu sinto”, mas pelo que “está escrito”. Freqüentemente, as pessoas estão procurando “sentir boas emoções” na casa de Deus, quando eles deveriam se preocupar em conhecer e se aprofundar mais no conhecimento de Deus e de Jesus. Quando as igrejas pensam que reavivamento é um evento alegre, animalístico, cheio de uivos, latidas, risos e movimentos bruscos sobre um palco, isso é porque a consciência deles foi “cauterizada com ferro quente”. Eles podem achar que estão aprovados ou terem a aprovação de alguns, mas eles certamente nunca estudaram como se apresesentar a si mesmos aprovado diante de Deus. Deus não aprova este tipo de baboseira. A lascívia procede do trono de Lúcifer.

Pontos para refletir:

  • Por que o dom de ensinar, dado ao pastor, é um presente de Deus à Igreja?
  • Por que um pastor deve falar as palavras da verdade ao seu rebanho?
  • O que um pastor arrisca quando tem coragem suficiente para ensinar todo conselho de Deus?
  • O que Provérbios 14.12 revela? Como isso poderia acontecer?
  • O que significa transformar a graça de Deus em lascívia? A igreja onde você frequenta é culpada disso?
  • Qual é a evidência clara de ser um discípulo de Jesus Cristo?
  • Jesus disse: “A verdade vos libertará”.
  • Libertará do que?
  • De onde vem o avivamento? De quem ele procede? Quem dirige um verdadeiro e santo avivamento?

III

Está escrito: “GUARDA o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.” (Ecl.5:1) A palavra “guardar” nesse verso, na língua Hebraica, significa “ter cuidado”. Ir para a Casa de Deus é um privilégio sagrado e não deve ser considerado como uma coisa sem importância. Há sérias conseqüências para o ímpio que implanta suas tolices na Casa de Deus. (Nem toda Assembléia ou Igreja é uma Casa que pertence à Deus). É dito que as aves de pena voam juntas. Tolos se juntam com tolos, e justos se juntam com justos, e ambos se sentem desconfortáveis voando lado a lado com os outros. O conhecimento que Deus dá, faz a diferença na escolha destes dois grupos.

Embora seja verdade que “o muito estudar é enfado da carne”, não há atalho nem seminário que nos ajude a obter conhecimento instantâneo. Buscar o conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, é o trabalho de uma vida toda de esforços, mas com recompensas eternas da graça. Enquanto o cristão cresce no conhecimento de Deus e de Jesus, ele fica cheio de alegria por interagir e participar com o Deus de toda criação. A busca cuidadosa das Escrituras triunfa acima da ignorância e da tolice. A doce vitória do conhecimento é mais doce do que mel na boca. “Se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz, Se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, Então entenderás o temor do SENHOR, e acharás o conhecimento de Deus.” (Prov. 2:3-5)

Pontos para refletir:

  • O que significa guardar seus pés quando você entrar na casa de Deus?
  • Por que você deveria ser mais pronto em ouvir na casa de Deus?
  • Por que não há atalho para se obter o conhecimento de Deus?
  • Se você seriamente se empenhar em buscar e entender o conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, o que acontecerá?

IV

Há aqueles que preferem habitar na terra da ignorância obstinada, cujo resultado é exclusão da graça e das bênçãos de Deus. Deus disse: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.” (Oséias 4:6) Por que o Reino de Israel estava destruído? Eles sofreram a destruição porque Israel desprezou o conhecimento de Deus. De acordo com Oséias 4:1, “porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus.” Eles supostamente eram o povo de Deus, mas não tinham tempo para Deus, escolhendo deliberadamente continuarem ignorantes a Seu respeito. Note, isso não teve efeito apenas na geração deles, pois também fez com que Deus se esquecesse de seus filhos. Uma ignorância deliberada influência mais do que uma determinada pessoa; isso afeta a geração subseqüente. O conhecimento de Deus deve ser guardado porque é a mais preciosa de todas as heranças!

Multidões têm suas próprias formas de piedade, mas desdenham do verdadeiro conhecimento do Deus eterno e do Senhor Jesus Cristo, preferindo suas paixões infames. Graças a Deus, ainda existem poucos remanescentes fiéis, que buscam aquele conhecimento eternamente guardado nos céus. Alguns são ousados em andar no caminho estreito da justiça, enquanto multidões dançam a música sobre a ampla estrada de Baal, a caminho da destruição eterna.

O sábio ouvirá Deus dizendo: “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.” (Oséias 6:6) Eles buscam um claro, profundo, e participante conhecimento de Deus e do Senhor Jesus Cristo.

Pontos para refletir:

  • Por que Deus destruiu o Reino de Israel e rejeitou o povo como um todo? Compare com a geração de hoje.
  • O que faltou na terra de Israel? Compare com a geração de hoje.
  • A devastadora doença de uma ignorância obstinada traz aflição sobre quem? Por quê?
  • Piedade é apenas ter uma “aparência de piedade?” Explique.
  • O sábio procura o quê? Por quê?

V

O Apóstolo Paulo escreveu: “Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus.” (Col.1:9-10)

Uma coisa é ser ouvinte da Palavra de Deus, a outra, completamente diferente, é ser ouvinte e praticante da Palavra. Infelizmente, muitos têm “zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.” (Rom. 10:2-3) Se o cristão deseja “andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo”, então ele deve ser um praticante da Palavra, e isso requer um conhecimento exato da Palavra. Por exemplo, Abel ofereceu um sacrifício perfeito, porque desejava ser um praticante da perfeita vontade de Deus. Caim não ofereceu o que era agradável a Deus, porque ele procurou estabelecer sua própria justiça, não tendo o desejo de cumprir a vontade de Deus. Como resultado, Deus rejeitou a oferta de Caim. O conhecimento da plena vontade de Deus, em um cristão verdadeiro, produz frutos dignos de justiça, que agradam ao Pai.

Está escrito: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rom.10:17) É o conhecimento de Deus que produz fé, e esta fé “é a vitória que vence o mundo.” (I João 5:4) Com o conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, os heróis da Bíblia e os santos do passado “pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos.” (Heb. 11:33-34) A fé operante, que é fortalecida pelo conhecimento da plena vontade de Deus, é o que nos garante a vitória em meio a uma geração corrompida e perversa.

É algo maravilhoso conhecer o Senhor Jesus e saber que Ele conhece você. E mais grandioso ainda, é que, enquanto os cristãos buscam as Escrituras para aprenderem mais de Deus e de Jesus, a graça maravilhosa da fé é cultivada “com gozo inefável e glorioso”. Procure conhecer e regozije-se!

Pontos para refletir:

  • O que é necessário para se andar dignamente no Senhor?
  • Apenas ouvir a Palavra de Deus é o suficiente? Explique.
  • Ter apenas zelo é o suficiente para Deus? Por quê?
  • Como o cristão é capacitado a caminhar dignamente com o Senhor?
  • Por que a oferta de Caim foi rejeitada?
  • O que a fé fundamentada sobre conhecimento exato da Palavra de Deus pode executar?
  • Discuta I Samuel 2:3.
  • Discuta I Coríntios 15:34.

Lição 9

Versículo para Memorizar: Tiago 1:14

“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.”

Leitura Diária:

Ore para ter o entendimento destas verdades.

  • Segunda-feira – Isaías 14:12-17
  • Terça-feira – Gênesis 3:1-24
  • Quarta-feira – Josué 7:1-26
  • Quinta-feira – Juízes 16:1-24
  • Sexta-feira – Tiago 4:1-17
  • Sábado-feira – Tiago 1:1-27

Acrescentai ao Conhecimento: Temperança

Parte I

I

Biblicamente falando, todo pecado pode ser classificado em três categorias básicas: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida. Estas três categorias de pecado compõem o pecado do “ego” de Lúcifer, ao tentar se colocar acima de Deus. Esse é o pecado de todos que são condenados, “Eu não necessito de Deus”, e não crêem em Deus. É numa destas três categorias que todo pecado está enraizado, produzindo pragas e ervas daninas contra os cristãos. Por que alguém que peca ignora as conseqüências? Autogratificação!!!

No cultivo da Fé Cristã, toda erva daninha deve ser erradicada, ou então ela irá crescer em força, abafando e prejudicando a maturidade em Cristo do cristão. Temperança é um instrumento indispensável para desarraigar e lançar fora tudo aquilo que impedirá alguém de ter um crescimento saudável em Cristo. Temperança é o maior inimigo da “autogratificação.” Ela encoraja a morte do “eu” e a vida através de Deus e do Senhor Jesus.

Quando o Apóstolo Paulo ergueu-se perante Félix, pregou a ele a respeito da sua fé em Cristo, “E, tratando ele da justiça, e da temperança, e do juízo vindouro, Félix, espavorido, respondeu: “Por agora vai-te, e em tendo oportunidade te chamarei.” (Atos 24:25) Os argumentos que Paulo utilizou, assustaram o grande Félix, levando-o a tremer. Félix ficou assustado e temeroso ao ouvir as palavras do prisioneiro Paulo.

Agora, o que havia na mensagem de Paulo para deixar Félix tão apavorado? É óbvio, Paulo falou a ele a respeito da justiça de Deus, e da necessidade do homem receber esta justiça, através da soberana graça de Deus e do sangue do Senhor Jesus Cristo. Sim, Paulo disse à ele do julgamento vindouro, quando todo indivíduo, não apenas estará de pé diante de Deus, mas também que todo joelho se dobrará e toda língua confessará seus feitos. Mas, havia um elemento a mais na pregação de Paulo a Félix, ou seja: A TEMPERANÇA. Por que Félix tremeria por causa da temperança?

De fato, por que alguém ficaria espavorido por causa da temperança? A temperança é tão essencial para a eternidade quanto ter alcançado a justiça de Deus através do sangue de Jesus, e passar pelo julgamento eterno na presença de um Deus santo? A resposta é sim, um milhão de vezes sim!! É sob este atributo da temperança que nós encontramos suspenso a eterna balança da justiça e do julgamento vindouro. A justiça requer temperança, e o julgamento vindouro levará em conta a temperança que alguém demonstra ou não. Então, temperança é de suprema importância, pois terá um impacto tremendo na eternidade de alguém. Todo cristão, em particular, deveria estar ciente que a eleição, e a segurança da preservação, não diminuem as responsabilidades dos eleitos em manter a temperança.

Pontos para refletir:

  • Todo pecado pode ser classificado em três categorias básicas. Quais?
  • Qual foi o pecado de Lúcifer?
  • Por que uma pessoa ignora as conseqüências do pecado?
  • O que é temperança?
  • Por que Félix tremeu ao ouvir a mensagem de Apóstolo Paulo?
  • Qual é o maior inimigo da temperança?
  • Sob o atributo de temperança está suspensa a eterna balança do quê?
  • O que a resposta da pergunta acima tem a ver com você em particular?

II

A palavra “temperança” em nosso texto de II Pedro 1:6, “E à ciência a temperança”, se origina da palavra Grega que se refere a graça pela qual a carne do cristão é restringida. Isso é, pelo poder do Espírito Santo, que habita em todo Cristão, há um controle sobre as inclinações carnais, paixões, desejos, conduta, expressões, e apetites, incluindo todas as variações que possam surgir das mesmas. Temperança é aquele elemento essencial no cultivo da fé Cristã , pelo qual alguém exerce, pela graça de Deus, o controle do “ego”.

O Apóstolo Paulo escreveu: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gál. 2:20) Paulo expressou aqui a verdadeira essência da temperança. Ela exerce poder sobre o “eu carnal”, para que Cristo possa receber a glória através do “eu espiritual”. A razão pela qual os que observavam os crentes passaram a chamá-los de “Cristãos”, foi o fato de suas vidas refletirem a Cristo. O eu carnal foi mortificado, e a fé deles em Jesus foi revelada, como uma luz que brilha no meio das trevas de um mundo descrente.

Assim como Jesus disse ao Pai: “não se faça a minha vontade, mas a tua,” Assim também será o desejo ardente de todo aquele que é nascido do Espírito, através do sangue do Senhor Jesus Cristo e pela soberana graça e propósito eterno de Deus. Crentes sinceros procuram exercer controle sobre seus próprios desejos e vontades, lutando para imergir o seu “eu total” para conformá-lo a imagem de Cristo. Olhar para um verdadeiro cristão é olhar para Jesus. Eles estão sendo moldados na semelhança de Cristo.

Pontos para refletir:

  • Temperança é a graça pela qual a carne do cristão é o quê?
  • Temperança é o poderio sobre que?
  • Por que o título “Cristão” foi dado aos primeiros crentes?
  • Há uma razão para colocarem em você o título de “Cristão”?
  • Os desejos e vontades de quem estão se cumprindo na sua vida?

III

A expectativa Bíblica de autocontrolar, ou restringir a velha natureza, seria uma tarefa impossível sem o poder do Espírito Santo. No plano soberano de Deus, a temperança não foi projetada para ser uma vitória instantânea. É um processo que leva toda uma vida. Ele requer constante atenção através do cultivo e anos de provações, tentações, e tribulações, enquanto o cristão busca ser mais semelhante à Cristo.

Quando um descrente encontra um Cristianismo autêntico, ele fica desnorteado e perplexo, mas aqueles que passam através do portal do novo nascimento, experimentam isso com enorme adoração e surpresa. É algo verdadeiramente incrível ser um participante da natureza divina de Deus, e provar da santidade divina e da justiça do Único Deus Eterno. O conhecimento íntimo que você foi adquirido, comprado com o sangue de Cristo, na cruz do Calvário, produz um desejo ardente de ser semelhante a Ele. É como João, o Batista disse: “É necessário que ele cresça e que eu diminua.” (João 3:30).

Vida, como a humanidade entende isso, imparte somente duas alternativas: ser crucificado com Cristo, ou ser destruído sem Ele. Ninguém pode verdadeiramente se divertir com os prazeres desse mundo e, ao mesmo tempo, ter o gozo do autêntico cristianismo, porque eles se opõem um ao outro. Religiosos estão se gabando das suas suntuosas carnalidades, mas as Santas Escrituras ensinam: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:4) É verdade que a carne luta constantemente contra o espírito para o controlar. De qualquer forma, também é verdade que o Cristianismo autêntico, que está cheio do Espírito, não é desprovido de coragem espiritual, mas ganha a vitória sobre a carne, pelo poder de Deus e o Sangue do Salvador.

Por favor entenda, o genuíno filho de Deus, não acorda um dia e arbitrariamente decide fazer um passeio através das armadilhas do pecado. Ele não decide caprichosamente ser um bêbado, um adúltero, um mentiroso, um amante desse mundo, um ladrão, ou seja o que for. Ele pode, no entanto, como Ló, levantar sua tenda em direção a Sodoma, baseado no seu raciocínio egoísta. Então, em virtude dele mesmo ter se colocado na direção do pecado, Satanás com todos os seus poderes encantadores, o envolverá e o vencerá pela sedução enganosa do pecado.

Entenda que o crente comprado pelo sangue de Jesus, está livre da escravidão do pecado, mas quando alguém voluntariamente se entrega ao engano, faz com que ele pensa que está sob escravidão, sem esperança de escapar. Você se lembra de Sansão? Ao render-se a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida ele acabou sendo enganado pelo pecado, tendo como resultado, a perda da visão, a perda de liberdade e acabou se colocando debaixo da escravidão de um senhorio cruel. O crente não pode flertar com o pecado e ganhar. Um guarda vigilante e constante deve estar sempre alerta contra o leão que anda em derredor, buscando a quem possa tragar.

O Apóstolo Tiago escreveu, “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” (Tiago 1: 13-14) Como alguém é atraído para fora do caminho de justiça? Ele é atraído pela sua própria concupiscência e autogratificação!

Você já tentou pegar um peixe quando ele não está com fome? Não importa que variedade de isca você usar, ele não morderá. Jesus disse, “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.” (Mat.5:6) Portanto, se o crente tem se alimentado na justiça de Deus, nenhuma isca irá tentá-lo tão facilmente, porque ele não está com fome. Ele está satisfeito e cheio da justiça do Pai. Deus permite a Satanás apresentar a isca, mas ele não pode pegar aqueles que estão cheios. O velho ditado “você é o que você come” é bem verdadeiro quando se trata de uma dieta espiritual.

Pontos para refletir:

  • Por qual poder o domínio próprio começa a enraizar-se no cristão? Como ele continua a crescer?
  • Você verdadeiramente faz parte da possessão adquirida?
  • Num verdadeiro cristão o que deve crescer e o que deve diminuir?
  • O que a amizade com o mundo faz com alguém que tem um relacionamento com Deus?
  • Por que os crentes com freqüência se encontram na escravidão do pecado?
  • Quando alguém flerta com o pecado, quem é o ganhador e quem é o perdedor?
  • Como o homem é tentado?
  • Se VOCÊ é o que VOCÊ come, o que VOCÊ é?

IV

Também está escrito: “Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” (Tiago 1:12) Não é uma questão de “se” você for tentado, mas de “quando” você for tentado. É um fato garantido que todo cristão vai se deparar com determinadas iscas de Satanás. Pelo propósito eterno de Deus, todos os que herdam a vida eterna, devem ter sua fé (confiança N’Ele) purificada através do fogo das provas e tentações. A Fé, satisfeita na justiça de Deus, vence todas as iscas que Satanás tem a oferecer neste mundo. Essa é a doce vitória!

Entenda isso também: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” (I Cor. 10:13) Toda tentação concebível, e mesmo inconcebível, que possa vir a confrontar um cristão, é apenas aquela velha isca, sempre usada por Satanás, a qual possui três categorias distintas: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Deus, no entanto, é fiel em não permitir ao Tentador seduzir a nenhum dos santos além do que eles possam suportar. O nível de temperança dos santos, sobre a velha natureza, determina resultado deste encontro. Os que estão sem temperança, se rendem à tentação, mas aqueles que têm domínio sobre si mesmos, encontram o escape.

Pontos para refletir:

  • Você é tentado? Qual é normalmente o resultado?
  • Se você tem se rendido à tentação, porque você acha que você rendeu?
  • Por que Deus propositou aos santos serem confrontados com tentações?
  • Você acha que está sendo tentado acima do que pode suportar?
  • Quanta temperança você tem sobre sua velha natureza?
  • Você pensa nos meios pelos quais poderá vencer as suas tentações?

V

Há, no entanto, um aviso para aqueles que tem um conceito elevado de si mesmos. Está escrito: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.” (I Cor. 10:12) Muitas vezes, aqueles Fariseus que nos rodeiam, e que proclamam sua própria justiça, fazem duras críticas contra os bebês em Cristo, que infelizmente foram vencidos pelo pecado. Ao invés de auxiliarem os mais fracos, eles de forma orgulhosa, e com aparência de piedade, somente apontam com seus dedos, pelo fato de serem ignorantes a respeito da cegueira dos seus próprios pecados. Eles não sabem, que apenas pela graça de Deus é que eles não caíram mesmo pecado que condenam os outros. Somente pela graça da temperança é que alguém é capaz de resistir e escapar do maligno.

Talvez, com o conhecimento apropriado, é que cada cristão adquirirá uma compaixão, como a de Cristo, pelos vasos mais fracos. Está escrito: “IRMÃOS, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado” (Gál.6:1). O problema, na maioria dos casos, é encontrar aqueles descritos como “vós que sois espirituais”; ainda pareça não haver carência daqueles que proclamam sua própria e piedosa auto-justiça.

Todo cristão é capaz de pecar a qualquer momento, e somente pela graça de Deus, através da graça da temperança, é que isso não acontece. Aquele que está cheio da justiça de Deus, entende a guerra espiritual que é travada contra os Seus santos, demonstrando assim, uma compaixão igual a de Cristo pelos Seus cordeiros, procurando restaurá-los e fortalecê-los. Aquele que é espiritual não procura condenar de forma arbitrária, antes, procura encorajar com mansidão, aos cordeiros de Cristo, a saciarem a sua fome e sede da justiça, aonde eles encontrarão força para refrear sua velha natureza. Suas almas ficarão satisfeitas ao serem alimentadas com a justiça celestial.

Hoje, se um homem enviado por Deus, o questionasse a respeito da justiça, da temperança, e do julgamento vindouro, você ficaria num estado de tremor incontrolável, ou você se regozijaria na alegria da graça da temperança? Vitória vem momento por momento!

Pontos para refletir:

  • Você pensa muito em suas próprias habilidades de enfrentar as tentações de Satanás?
  • Você proclama a sua própria justiça e piedade?
  • Você é ignorante quanto aos seus próprios pecados?
  • Você despreza outras pessoas a fim de exaltar a si mesmo?
  • Você é suficientemente espiritual para ajudar um irmão fraco em espírito de mansidão?
  • Você tem compaixão semelhante a de Cristo pelos Cordeiros? Você é capaz de ajudá-los a se restaurar e fortalecer?
  • Há alguém para que você possa oferecer ajuda? Você vai oferecer?

Lição 10

Versículo para Memorizar: Romanos 6:12

“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências.”

Leitura Diária:

Ore para ter entendimento dessas verdades.

  • Segunda-feira – Gênesis 39:1-23
  • Terça-feira – Romanos 8:1-17
  • Quarta-feira – Colossenses 3:1-10
  • Quinta-feira – Romanos 7:7-25
  • Sexta-feira – Salmos 139:1-24
  • Sábado – Tiago 3:1-18

Acrescente ao Conhecimento: Temperança

Parte II

I

Temperança não é a recusa de honras e riquezas temporárias concedidas aos crentes pela providência de Deus. Muitos dos patriarcas bíblicos, incluindo Abraão, o pai dos fieis, foram materialmente abençoados, pelo propósito de Deus. A temperança também não nega a si mesma, de forma proposital, a vida e a saúde, como fizeram os falsos profetas no Monte Carmelo, diante de Israel e de Elias, o profeta de Deus. A temperança não abusa do próprio corpo, pois todo cristão tem o Espírito de Deus habitando nele.

No entanto, a temperança faz com que alguém renuncie ou abra mão de qualquer coisa, ou pessoa , que venha a competir com seu amor a Deus e ao Senhor Jesus Cristo. Ela resiste à tudo e à todos que impeçam uma total entrega as ordens de Deus. Deus deve ter a preeminência na vida de todo cristão, por isso está escrito: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento.” (Mat. 22:37-38) Qualquer coisa ou pessoa que tente destronar Deus, como Rei dos reis e Senhor dos senhores, no âmbito físico, espiritual ou mental, da vida do cristão, deve ser refreado e impedido, ou então, ele se tornará um inimigo do Único Deus Eterno, e será extremamente perigoso para o bem-estar espiritual do filho de Deus. Quando o Pai celestial reina firmemente sobre toda a vida do cristão, então o cristão pode desfrutar dos frutos da doce vitória.

O Apóstolo Paulo escreveu: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” (Rom. 6:12-14) Além disso, “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou (nos fez vivos) juntamente com Cristo (pela graça sois salvos);” (Efésios 2:5)

Quando estávamos mortos em ofensas e pecados, presos as cadeias da condenação e governados por um senhorio cruel, Deus, pela Sua soberana graça, quebrou as cadeias da morte eterna que nos aprisionava, através do sangue de Jesus. O Pai, gerou em nós, uma eterna e abundante vida, nos remindo do abismo e da morte eterna. O Único Deus Eterno, pela força do Seu poder, expulsou a Cruel Serpente do Inferno, e Se colocou sobre um novo e vivo trono, cheio de vida, amor e liberto da escravidão do pecado e da injustiça. Deus nos vivificou e nos libertou pela Sua maravilhosa graça! Então, se espera do cristão, que ele demonstre em sua mente, corpo e espírito, essa libertação do pecado que Deus lhe deu, e o viver de uma vida santa, com um vigor santo (não vinagre).

Temperança é rejeitar o pecado e as concupiscências mundanas: Romanos 6:12, Tito 2:12. É o controle do apetite para não comer demais: Romanos 16:18, Filipenses 3:19. A temperança se abstém das “concupiscências da carne que combatem contra a alma.” I Pedro 2:11, e não vive para atender as concupiscências dos homens, I Pedro 4:2. Ela mortifica os desejos e as obras da carne: Colossenses 3:5-10, Romanos 8:13. Ela não procura a satisfação própria, mas crucifica a carne e está crucificada para o mundo: Romanos 15:1-3, Gálatas 5:24, 6:14. Temperança também dá mais preferência a Cristo do que qualquer relação humana: Mateus 8:21-22, Lucas 14:26. Não procura a honra dos homens, mas somente a honra que vem do Mestre Celestial: Atos 4:19-20, 5:29, Gálatas 1:10. O domínio próprio se manifesta com contentamento, mesmo diante da perda de tudo (nome, lucro material, honra dos homens, amigos, parentes, etc.) por causa de Cristo: Filipenses 3:7-10, 4:5-13. Temperança não serve a você mesmo, mas à Deus.

Pontos para refletir:

  • Temperança significa que você não pode ter nenhum bem material?
  • A temperança causa, propositadamente, algum dano para a vida ou corpo de alguém?
  • O que a temperança traz para a vida do Cristão?
  • Que impacto Mat. 22:37-38 tem na sua vida?
  • Deus o vivificou? Se for assim, a quem os membros do seu corpo serve?
  • Como Romanos 6:11-12 se relaciona com sua vida?
  • De acordo com II Pedro 2:11, os desejos da carne travam uma batalha contra o quê?
  • Como a ira de Deus é provocada pelos filhos da desobediência? (Col. 3:5-6)

II

Uma das lições mais difíceis de aprender na fé Cristã, é a que diz respeito ao separação da carne pecaminosa. O homem natural, ou carnal, foi concebido em pecado, e desde o seu nascimento tem sido pecador, caminhando de forma habitual e deliberada na escuridão e na morte do pecado. Desta forma, esta longa vida na companhia do pecado, forçosamente se opõe a que o espírito do homem seja tirado das garras do abismo e da morte eterna. Este inimigo da alma se ressente da nova vida de luz que é dada aos redimidos. Com uma ciúmes desesperado, ele persistentemente procura desviar a atenção com as decepções emocionais. Ele incansavelmente luta para seduzir o remido para longe da luz da justiça de Deus. Nesta vida, a velha natureza e a natureza divina são forçadas a morarem juntas, ou seja, no mesmo corpo, mas não sem conflitos. A natureza pecadora se lança numa batalha feroz, dentro de cada cristão, para obter o controle e uso do corpo. A temperança controla essa raiva e usa o corpo através do poder e liderança do Espírito Santo. Não se engane, pois esta será uma batalha feroz, até que o crente esteja completamente convicto pelo Espírito de Deus, da maldade e do perigo mortal do pecado. Quando a luz revela isto, o cristão passa a abominar o pecado e a detestar o seu velho homem, quando este rende seus membros em servidão do pecado.

Há uma guerra travada no meu interior
Cuja dimensão parece não ter fim.
As perdas não são poucas,
Porém, parece que sou o único perseguido.
O campo de batalha não é largo mas estreito,
Ela é travada somente dentro do meu peito.
Eu não posso explicar a dor que sinto,
Parece existir apenas eu nessa batalha.
Mesmo se eu vencer eu perco, entendeu?
Pois a batalha é entre a minha carne e o espírito meu.
A carne clama seu desejo de viver,
Mas o espírito deseja glórias a Jesus render.
Quanto tempo essa guerra interior destruir,
Antes que a carne seja mortificada e o Espírito da vida vir?
Quanto tempo eu devo sofrer esse tormento interior,
Antes que meu Jesus glorioso novamente retorne?
Quanto tempo, Oh Senhor, essa batalha da vida deve ser travada,
Antes que eu marche Contigo naquele desfile da vitória ao seu lado?

O Apóstolo Paulo falou sobre sua batalha interior dessa forma: “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.” (Rom. 7:22-25)

O Apóstolo Paulo não era algum demente lunático com tendência suicida. Pelo contrário, Paulo tinha uma percepção exata das duas naturezas do homem, a natural e a espiritual. Todo participante da natureza divina de Deus, através do novo nascimento, experimenta esta guerra interior. Não pense que isso é algo estranho. Quando o Espírito de vida confronta a carne do pecado e da morte, há batalhas a serem travadas. Paulo entendia que o Espírito e a carne são inimigos naturais. Ele realmente sabia que através da graça da temperança o espírito poderia gozar vitória sobre a carne. É extremamente crucial, para o cristão, reconhecer que há uma guerra no seu interior, esforçando-se para obter vitória sobre a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, nesta batalha espiritual. É normal para um cristão sentir o calor da batalha. Isso é uma evidência da nova criatura que agora habita no seu interior.

Pontos para refletir:

  • Quais são algumas decepções emocionais da carne?
  • Por que o espírito e a carne estão em conflito?
  • Todo cristão tem esse conflito em seu interior?
  • Discuta sobre sua experiência nos seus conflitos diários.
  • Essa batalha, no seu interior, significa que tem algo errado com você?
  • A batalha é evidência do quê?

III

Nascer de novo, e ter Cristo habitando em nós, não significa que a opportunidade de pecar foi eliminada. Entretanto, isto significa que Jesus, através da operação do Espírito Santo, remove daquele cujo espírito nasceu de novo a escravidão e motivação do pecado. É como Deus falou a Israel através do profeta Ezequiel: “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.” (Ezeq. 36:26:27) Um coração novo, junto com o Espírito Santo, é o que faz com que haja uma nova motivação e desejo, e isso é o que significa viver em espírito, e do Espírito, em obediência a Deus.

No Cultivo da fé Cristã, há muitas pedras no campo da vida, que devem ser removidas através de um esforço tremendo, grande tribulação e cuidadosa diligência e fidelidade. A preocupação com os cuidados desse mundo prejudica o crente nos seus esforços de remover as pedras do pecado. Ao invés de liberdade, ele ficará sujeito ao mais lamentável escravidão, como se as pedras fossem atados aos seus pescoços. O maior conflito que cada crente enfrenta, é o de subjugar o seu próprio “eu”. Exercer domínio sobre o próprio “eu” é o mais nobre de todos os esforços. Isso exige uma força espiritual maior. Está escrito: “Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, e o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.” (Prov. 16:32)

O cristão deve levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo. A Palavra de Deus ensina que como o homem “imaginou no seu coração, assim é ele.” (Prov. 23:7) Você se torna aquilo que a sua mente constantemente pensa. Por isso, os santos são assim instruídos: “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;” (II Cor. 10:3-5) Será que todo pensamento nosso se assemelha ao de Cristo, sendo levado em obediência ao Pai?

Há muito mérito no velho ditado “a mente vazia é oficina do diabo”. Se a mente de alguém não está sendo cultivada na Palavra de Deus e na vontade de Deus, Satanás irá trabalhar a fim de promover a sua destruição, dando origem a pensamentos perversos. Quando o cristão pondera pensamentos perversos, é como se a sua tenda fosse levantada na direção de Sodoma e Gomorra. Então, Satanás começa a manipular e formar pensamentos em sua mente. Conseqüentemente, antes que perceba, o cristão começa a se entregar àquilo que seus pensamentos perversos têm imaginado, gerando assim o pecado. FIQUE EM ALERTA! – É de extrema importância que os cristãos se dediquem, guardem, e meditem incansavelmente na Palavra de Deus. Faça como o rei Davi disse: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.” (Salmos 119:11) Todo pensamento deve ser levado em cativeiro, criando assim uma obediência aceitável a Deus e uma obediência semelhante a de Cristo.

Temperança também é exercer domínio sobre a paixão sexual. Alguém disse, que para a humanidade, o “sexo ilícito é o esforço da carne para violentar o espírito”, e “apenas a força espiritual pode resistir com sucesso a esse ataque.” Esta talvez seja uma das mais comuns e notáveis armas utilizadas do arsenal de Satanás. A Bíblia nos dá muitos exemplos da destruição que ela causa, mas ainda assim, esta é uma lição dura de ser aprendida. Pergunte ao Rei Davi, um homem segundo o coração de Deus. Pergunte á Sansão, um homem de grande força física. Pergunte á Salomão, que tinha dom da sabedoria de Deus. Todos esses aprenderam, através do caminho mais difícil, a dura lição de controlar suas paixões sexuais.

O mau uso da língua pode realmente vir a ser um inimigo tremendo da causa de Cristo, como está escrito: “… É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.” (Tiago 3:8). Oh, como o cristão deveria aprender a controlar sua língua para não causar dano ao precioso trabalho do Senhor Jesus Cristo. Aqueles que são incapazes de domar suas línguas, têm operado tanta destruíção inútil nas igrejas do Senhor. Ainda assim, as Escrituras ensinam, “Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo.” (Tiago 3:2) A palavra “perfeito” se refere a alguém que é espiritualmente maduro. Como seria maravilhoso para igrejas se os cristãos domassem suas línguas!!

Pontos para refletir:

  • Ser “nascido de novo” significa que o cristão jamais irá pecar?
  • Em Ezequiel, o que Deus disse que acontece quando Ele coloca Seu Espírito no interior de uma pessoa?
  • Como o Espírito de Deus impacta a motivação e os desejos dos cristãos?
  • O que acontece quando um cristão está preocupado com os cuidados desse mundo?
  • Qual é o mais nobre de todos os esforços?
  • O que acontece com um cristão quando ele não controla seus pensamentos?
  • O que um cristão deveria fazer com seus pensamentos?
  • Como um cristão deixa Satanás manipular e desenvolver seus pensamentos? Como ele pode impedir Satanás?
  • Qual é uma das armas mais notável e comuns do arsenal de Satanás?
  • Qual é a coisa mais destrutiva que muitos cristãos usam para destruir as igrejas do Senhor? O que pode ser feito sobre isso?

IV

Temperança é o conhecimento em ação!!! É aplicar a Santa Escritura para o caminhar nesta vida. O conhecimento concedido pelo Espírito Santo coloca o cristão no caminho da justiça, segurando assim a sua mão, enquanto atravessa o vale da tentação, por meio da graça da temperança. É colocar em prática aquilo que o Espírito Santo tem ensinado.

O Apóstolo Paulo escreveu: “E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” (I Cor. 9:25-27) A palavra “reprovado”, no Grego, carrega a idéia de alguém que não é aprovado ou está desaprovado. O desejo de Paulo era guardar o seu corpo, vivendo com moderação para não cair em pecado, ficando assim reprovado diante de Deus e daqueles a quem ele pregava. Freqüentemente, vemos algum cristão perder o seu testemunho do Senhor Jesus, por se recusar a manter seu corpo em sujeição, guardando-o da concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos, e da soberba da vida – “autogratificação”. Como resultado, o que eles fazem, fala mais alto do que a mensagem que eles pregam. Devemos tomar todo cuidado quando nos encontrarmos na presença destrutiva da carnal e diabólica “autogratificação.”

Uma observação final: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” (I João 1:8-9) ESTEJA EM ALERTA – O PECADO ESTÁ ATRÁS DA PORTA, PRONTO PARA DEVORAR AQUELES QUE NÃO PRATICAM A GRAÇA DA TEMPERANÇA!!!

Pontos para refletir:

  • Quem guia o cristão em toda verdade?
  • Por que é importante conhecer a verdade?
  • Que tipo de coroa todo cristão deveria lutar para obter?
  • Por que é importante trazer o corpo a sujeição?
  • O que significa “reprovado”?
  • “Autogratificação” é o encher-se do quê?
  • Existe alguém que não peca? Isso deveria ser usado como desculpa?
  • Por que todo cristão deveria estar EM ALERTA?
  • Como a graça da temperança pode mudar sua vida e testemunho?

Lição 11

Versículo para Memorizar: Tiago 1:3-4

“Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.”

Leitura Diária:

Ore para ter entendimento dessas verdades.

  • Segunda-feira – Tiago 1:1-12
  • Terça-feira – Hebreus 6:9-20
  • Quarta-feira – Romanos 5:1-21
  • Quinta-feira – Atos 5:17-42
  • Sexta-feira – Romanos 8:28-39
  • Sábado- Romanos 12: 9-21

Acrescente à Temperança: Paciência

Parte I

I

Está escrito: “Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.” (Tiago 1:2-4)

Ora, parece ser algo impossível para os cristãos encontrarem alguma alegria quando eles “caem”, ou “estão rodeados por”, vários tipos de tentações. No entanto, coloque isto dentro do contexto daquilo que temos estudado até esse ponto. Começando com a fé em Deus e em Jesus Cristo, nós acrescentamos sobre essa fé, a virtude (poder, vigor, coragem), sobre ela nós acrescentamos o conhecimento de Deus e da Sua Palavra, então, temperança, que é o conhecimento em ação, está exercendo controle sobre a carne. O resultado é o seguinte: quando o cristão é cercado pelas tentações, ele não tem o desejo de se entregar a elas, pois está se completamente satisfeito com a justiça de Deus. Então, ele não é levado pela tentação. Há alegria quando alguém pode encarar a tentação frente a frente, reconhecendo claramente a sua presença, e pelo fato de estar plenamente satisfeito com a justiça de Deus, a isca não lhe pode tentar. A temperança resiste à sedução produzida pelos artifícios de Satanás, e com paciência e alegria transborda em doce vitória.

Ser tentado é algo que deveríamos encarar com toda alegria, porque esse é o tempo em que Deus testa a pureza da fé que professamos ter nEle. Esse processo, de purificar a nossa fé, é que irá produzir paciência. Sendo assim, o Apostolo Tiago instrui aos crentes, a não interromperem este percurso, mas permitirem, através deste processo doloroso, que a paciência seja gerada. Ele explica que só assim é que os cristãos atingirão a maturidade e a perfeição, não necessitando de nada. A palavra “perfeito” significa crescer até chegar a ser completo ou maduro. Um dos lugares em que a fé do cristão será testada é no vale das tentações. O nascimento e amadurecimento da paciência, no meio deste vale, ajuda o cristão a permanecer junto ao caminho do propósito final e completo de Deus que é a plenitude cristã.

A paciência, na Palavra de Deus, tem o mesmo peso que outras maravilhosas graças como a da justiça, bondade, fé, amor, mansidão, longanimidade, sobriedade, temperança, amor fraternal, e santidade. Indo um pouco mais além, a paciência faz parte da constituição essencial de todas essas graças. Cultivar a paciência é de grande importância para todo cristão.

Em nosso texto de II Pedro 1: 6, a palavra “paciência” vem da palavra Grega “hupomone” que é composta de duas palavras, “hupo” e “mone”. “Hupo” indica “abaixo de” e “mone” significa “permanecer, ficar, suportar, sofrer.” Sendo assim, paciência é permanecer ou ficar, suportar, sofrer. Ela realmente carrega a idéia de estabilidade, constância e firmeza de propósito. Michaelis define paciência como: “Qualidade de quem suporta problemas ou incômodos sem queixas nem revolta. Qualidade de quem espera com calma o que está demorando, com calma ou controle próprio.” Paciência implica em suportar o sofrimento, provocação, atraso, tédio, etc., com calma e autocontrole.

Então, nós podemos dizer que paciência é aquela graça que, quando não interrompida ou impedida de chegar ao seu estado completo e final, capacita os filhos de Deus a esperarem firmemente pela vinda de Cristo. Ela é também aquele atributo pelo qual os santos, através da calma e do autocontrole, suportam o sofrimento e provocação. Ela é o poder de resistir, sem ficar irritado ou perturbado, até que a vontade de Deus seja consumada. Ela tem participação essencial no alcance de todas as graças da maturidade cristã. Todavia, pelo plano divino, ela apenas pode ser cultivada através da difícil e árdua prova da nossa fé. Sendo isso verdade, será que a fé que professamos ter vai realmente suportar a prova?

Pontos para refletir:

  • Por que a paciência é importante para o caráter cristão?
  • Para que a paciência de Deus seja gerada, o que deve acontecer ao cristão?
  • O cristão pode ser completo sem paciência? Por quê?
  • Paciência é comparada nas Escrituras com quais outras graças?
  • Defina como a paciência se relaciona com os cristãos.
  • Como a paciência é cultivada?

II

Alguns dizem que a vida dos cristãos neste mundo, é a pior vida que eles conhecerão, enquanto para os perdidos, é a melhor vida que eles desfrutarão. Para todo cristão verdadeiro, os sofrimentos e provações deste tempo presente duram apenas um curto período de tempo. A eternidade para glorificar o Santo Nome de Deus não terá fim. Portanto, os verdadeiros cristãos permanecem inabaláveis na esperança da redenção, aguardando pacientemente na fé, o glorioso retorno do Messias. Esse breve período, no vale das perversas tentações do maligno, é o pior, mas o melhor ainda está por vir. Graças sejam dadas ao Seu Santo Nome!!!

No entanto, todos nós sabemos que nada de valor é alcançado ou realizado de um dia para o outro. Isso requer tempo. Assim como a árvore denominada sequóia gigante, não obtém sua imensa força e tamanho num curto período de tempo, assim também ocorre com a graça da paciência. As qualidades nobres de um cristão só se desenvolvem através de muitos anos de exposição a diversas tempestades. As pérolas preciosas são produzidas através de muita agitação da ostra. Se alguém deseja obter a força da preciosa pérola da paciência, terá que suportar as tempestades e agitações!

Aqui segue um alerta: não devemos confundir a falta de propósito, a falta de ânimo e a falta de entusiasmo, com paciência. Muitos que professam e reivindicam o título de “Cristão”, são indiferentes, desinteressados, apáticos, sem comprometimento e frios com relação à mensagem do Evangelho, a qual deve ser pregada com a máxima urgência a todos os pecadores. Isso não é paciência! É preguiça grosseira e apatia putrificante. Muitos querem a honra da paciência, mas poucos querem se engajar nisto. Preguiça e apatia não se comprometem com nada, exceto com a autopiedade e as desculpas. Se alguém quiser desenvolver o mandamento Bíblico da paciência, deverá colocar sua fé a prova, enquanto caminha animada e entusiasmadamente com propósito de coração.

Pontos para refletir:

  • Por que esta será a pior vida que o cristão conhecerá?
  • Como isto nos ajuda a ter mais paciência na fé?
  • Se você deseja a graça da paciência, o que deve ter lugar em sua caminhada com Cristo?
  • A paciência é freqüentemente confundida com o que?
  • O que paciência é na verdade?
  • Se você tem o preceito Bíblico da paciência, o que deve fazer?

III

A paciência não é apenas um traço individual de cada um dos santos. Ela é também uma qualidade coletiva de cada igreja Neo-Testamentária do Senhor Jesus Cristo. Está escrito a respeito das igrejas de Efésios e Tiatira: “Conheço…a tua paciência.” (Apoc. 2:2-19) Assim como o Senhor Jesus conhecia a paciência deles, Ele igualmente conhece a paciência ou a falta de paciência de todas as Suas Igrejas, através de todas as épocas. Espera-se de todo aquele que é chamado para esta assembléia do Senhor, que ele cultive a graça da paciência enquanto passa pelo vale das tentações. As forças satânicas procurarão seduzir as Igrejas do Senhor para abandonarem a fé, abrindo mão de tudo, em troca da luxuria e do apego as coisas impuras e ímpias deste mundo .

“Como guardaste a palavra da minha paciência…” (Apoc. 3:10) A palavra Grega traduzida “guardaste” carrega a idéia de guardar ou vigiar com a devida proteção. “A palavra da minha paciência” se refere às Santas Escrituras que dão testemunho da longanimidade de Deus para com o homem. A igreja local de Filadélfia guardou cuidadosamente aqueles escritos sagrados que continham o registro da paciência de Deus.

Nenhum outro escrito, abaixo dos céus, contém um registro de tamanha autoridade, que dá testemunho ao homem da contínua e soberana paciência do Deus Vivo, da paciente determinação do Cordeiro de Deus, e da paciente persistência, convencimento e habitação do Espírito Santo. Nenhum outro escrito tem irritado mais os demônios satânicos do inferno. A igreja local deve guardar fiel e persistentemente a Palavra da Sua paciência, dando um puro e verdadeiro testemunho neste mundo tenebroso, resplandecendo assim a luz da esperança da salvação. Os santos devem permanecer firmes em tudo, para que possam fielmente transmitir à humanidade, que a longanimidade de Deus, através da Sua graça soberana, nos tem concedido uma imerecida redenção, pelo sangue do Senhor Jesus. Eles devem estar sempre prontos e comprometidos em adquirir paciência.

A prova da fé dos santos, como revelado nas Escrituras, “opera a paciência”. Ou seja, ao suportar fielmente as tribulações, aflições, pesares, e outros infortúnios, que cercam o caminho do justo, a paciência é cultivada. Suportando cada uma destas progressivas e intensas provações, o justo irá adquirir forcas para superar a próxima. A Bíblia encoraja: “Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas.” (Heb. 6:12) As promessas serão recebidas no final da nossa jornada, não no começo. Paciência é uma necessidade primordial na jornada Cristã através deste mundo.

Pontos para refletir:

  • A paciência é apenas um traço individual de cada um dos santos?
  • Quando a paciência se torna um traço coletivo?
  • Por que as igrejas do Senhor precisam da graça coletiva da paciência?
  • Por que Satanás despreza a paciência coletiva dos santos?
  • Qual é o significado para “guardaste”, e como isto se relaciona à sua igreja?
  • O que Jesus queria dizer com “a palavra da minha paciência”?
  • Qual escrito, através de todas as épocas, tem mais irritado Satanás e os demônios do inferno? Por quê?
  • Qual é a responsabilidade de cada igreja do Senhor Jesus Cristo para com a Palavra da Sua paciência?
  • O que irá produzir paciência santa em sua vida?

IV

Ao analisarmos a paciência, encontraremos a paciência ativa e a passiva. Passivo se refere aquele que sofre a ação, enquanto ativo se refere aquele que faz a ação.

Passiva: É a paciência que envolve atributos como: tolerância, longanimidade, domínio próprio, tranqüilidade, falta de resmungo e coragem. A paciência passiva suporta e detém a si mesmo com compostura Cristã, enquanto permanece firme sob injurias, insultos, aflições, fadiga, provas e tentações. A paciência Cristã reconhece que Deus é soberano em todos os Seus caminhos, sendo assim, ela se mantém vitoriosa em sua compostura, confrontando tais aflições. Está escrito: “… E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência à experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Rom. 5:3-5)

Quando os fiéis Apóstolos encheram Jerusalém com a doutrina de que Jesus era realmente o Messias prometido, os dirigentes religiosos os prenderam. Eles foram provados! Então, após terem “açoitado, mandaram que não falassem no nome de Jesus, e os deixaram ir.” E os Apóstolos “Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus.” (Atos 5:40-41) Eles foram provados, no entanto, eles eram capazes de suportar com alegria aquilo que Jesus os considerou como “dignos de padecer afronta pelo Seu nome.” A fé Cristã verdadeira, se porta com calma e serenidade, compartilhando passivamente com os sofrimentos de Cristo neste presente mundo. Ela encontra segurança na verdade de “que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Rom. 8:28)

Jesus falando aos seus Apóstolos disse: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (João 16:33) Aqui nós temos palavras claras do nosso Mestre de que Seus discípulos teriam tribulações. Ele não disse “pode ser que” ou “talvez”, mas “tereis” tribulações. O conhecimento é poder. Saber que nós “teremos” tribulações, nos capacita a nos prepararmos para a prova da nossa fé, assim como um atleta se prepara para um teste no campo de desafios. Jesus exorta Seus discípulos: “tende bom ânimo, Eu venci o mundo.” Todos os Apóstolos foram provados e perseveraram. Paulo e Silas foram provados, e com calma foram capazes de suportar. Estevão sofreu sendo apedrejado até a morte, mas suportou tudo isso com extraordinária paciência. Ao sermos desafiados por todos os lados, no vale das tentações desta vida, pela fé nos ergueremos vitoriosos, com a graça da paciência.

Até mesmo o Apóstolo Paulo implora aos santos que sejam “pacientes na tribulação.” (Rom. 12:12) Entenda isto, Deus nunca teve nenhum filho, que não sofresse de alguma forma ou de outra, para ter a sua fé purificada. Desde Caim e Abel, os justos têm sempre sofrido, incluindo nosso Senhor e Salvador. Nós somos MENOS DIGNOS, do que todos os que já partiram antes de nós, a sofrer afronta por causa do nome de Cristo? Se for assim, nós somos INDIGNOS

(*Essa paciência passiva continuará na próxima lição, bem como a paciência ativa.)

Pontos para refletir:

  • Quais são os dois tipos de paciência?
  • Quais são algumas características da paciência passiva?
  • A paciência Cristã reconhece o quê?
  • Por que os cristãos devem se gloriar nas tribulações?
  • Por que os Apóstolos se regozijaram quando foram provados?
  • Para quem todas as coisas cooperam para o bem ?
  • Todo discípulo enfrentará a prova da sua fé em Deus e no Senhor Jesus Cristo?
  • Você será considerado DIGNO por sofrer vergonhas pelo Seu nome?

Lição 12

Versículo para Memorizar: Hebreus 12:1

“PORTANTO nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta.”

Leitura Diária:

Ore pra ter o entendimento destas verdades.

  • Segunda-feira – I Pedro 4:1-19
  • Terça-feira – I Pedro 1:1-25
  • Quarta-feira – João 15:1-8
  • Quinta-feira – Salmos 27:1-14
  • Sexta-feira – Romanos 8:14-25
  • Sábado – Jó 1:1-2:10

Acrescentai à Temperança: Paciência

Parte II

I

(Continuação da Paciência Passiva) “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado.” (I Pedro 4:12-14)

Note que o crente está sendo provado, o que o coloca na posição passiva. As provações VIRÃO como parte do processo de purificação da fé do cristão. Mais ainda, as provações não devem ser consideradas como algum evento estranho ou raro na vida do cristão. O cristão deve suportar as provações com alegria, pelo fato de ter sido considerado digno de participar dos sofrimentos de Cristo – em outras palavras- paciência passiva. Henry Wadsworth Longfellow uma vez escreveu: “Aprenda quão sublime é sofrer e ser forte.” A tristeza disso é que a maioria de nós muitas vezes sofremos e gritamos, “Ai de mim!”, como se algo estranho estivesse ocorrendo conosco. Nós deveríamos, no entanto, reconhecer o acontecimento como uma oportunidade do destino. Como Arnold G. Kuntz declarou: “Não estamos nesse mundo simplesmente para desfrutar dos dons de Deus. Estamos aqui para usar estes dons na construção do Seu reino, que traz consigo algum tipo de sofrimento.”

Na lição anterior, vimos a palavra Grega “hupomone”, traduzida como paciência. Há duas passagens onde esta palavra é traduzida como “sofrer”, no sentido de, suportar com paciência estando sob pressão, ou suportar com paciência firme e resoluta. Em II Timóteo 2:12 está escrito: “Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará;”. Também, em II Timóteo 3:12 nós encontramos: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” Quando um cristão verdadeiro é provado, ele irá suportar a provação com firmeza e determinação, pois a fé que lhe foi dada, não é da carne. A fé que depende da carne, não tem este poder e firmeza. A fé dada aos regenerados, por Deus, é de natureza divina e permanece inabalável pelo poder do Onipotente. Isso capacita o cristão a permanecer firme enquanto está sendo provado.

É através do sofrimento, provações, que a fé no cristão é testada e purificada. Isso significa que a fé santa está sendo separada das impurezas da carne. O cristão é submerso na fornalha da aflição para que a fé possa ser purificada e fique como o ouro puro. O Apóstolo Pedro escreveu: “…ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo;”. (I Pedro 1:6-7) Uma fé cristã purificada é muito mais preciosa do que o ouro, porque a fé pura trará louvor, honra, e glória quando do aparecimento do Senhor Jesus Cristo. Qual valor do ouro puro para Aquele que criou todas as coisas?

Pontos para refletir:

  • Por que o cristão deveria se regozijar quando passa por provações?
  • De onde vem a fé cristã?
  • O que acontece com a fé santa no processo de purificação?
  • Suportar a purificação da fé se refere a que tipo de paciência?
  • De acordo com II Tim. 2:12, o que acontece com aqueles que sofrem com Cristo, e com aqueles que negam à Cristo?
  • O que o cristão verdadeiro deveria fazer quando provado? Por quê?

II

Ativa: Primeiro – Esta paciência é encontrada na companhia de atributos como: persistência, vigor, tenacidade, perseverança e determinação. Paciência no sentido ativo, persistentemente procura cumprir a vontade de Deus em todos os aspectos sem desistir. Jesus disse: “Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.” (Lucas 9:62) O cristão deve se dedicar a obra do Senhor Jesus Cristo e cumpri-la, vencendo através da persistência, até se encontrar com o Senhor nas nuvens. O discípulo deve viver um Cristianismo ativo, enquanto espera pelo retorno do Salvador. Alguém pode ter que mudar o curso das coisas de tempos em tempos, mas sempre deverá estar olhando para o alvo. Até mesmo o Apóstolo Paulo, algumas vezes, teve que sair rapidamente, ou foi impedido pelo Espírito Santo e mudou os seus planos, ao ser impedido de ir à Ásia Menor. Porém, isto não diminuiu a sua determinação de continuar a testemunhar do Senhor Jesus, e buscando a salvação dos perdidos.

Está escrito na Bíblia Sagrada que Deus “recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade.” (Rom.2:6-8) Também, “Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos;” (I Pedro 2:15) Novamente, “Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal.” (I Pedro 3:17) E, “Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem.” (I Pedro 4:19) E mais, “E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem.” (II Tessal. 3:13) Deixe Deus guardar sua alma eterna enquanto você trabalha! Sua alma eterna pode ser tirada das mãos de Deus? Se Deus fosse é fiel, você também não teria que ser fiel! Entretanto, não é Deus fiel em todos os Seus caminhos?

É esperado do cristão que ele seja persistente e incansável em fazer o bem. Os santos de Deus não foram salvos para ficarem ociosos, ou somente para esquentarem os bancos da igreja cantando: “Não serei abalado”. Como está escrito: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:10) Fazer o bem significa ser “cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.” (Tiago 1:22) Essa persistência em cumprir a Palavra de Deus é uma paciência ativa na execução da vontade de Deus. Deus é um Deus vivo; então, Ele está ativo. Portanto, aquele que é gerado d’Ele, para uma viva esperança, deveria ser ativo por natureza, como Ele é ativo. Você é uma pessoa ativa?

Pontos para refletir:

  • Paciência ativa é encontrada na companhia de quais outros atributos?
  • Paciência ativa procura persistentemente fazer o quê?
  • O que silencia a ignorância do homem tolo?
  • Para que finalidade os cristãos se comprometem a guardarem suas almas à Deus?
  • Quem ou o quê poderia tirar sua alma das mãos de Deus?
  • Deus é fiel em todos os Seus caminhos?
  • Espera-se do cristão que ele faça o quê em relação ao bem?
  • O quê ser “Cumpridores da palavra” espera de você?

III

Segundo – Podemos dizer que a paciência ativa é exercida ao produzir frutos. Está escrito: “E a que caiu em boa terra, esses são os que, ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom, e dão fruto com perseverança.” (Lucas 8:15) Todo cristão não pode negar quatro verdades incontestáveis: 1) o Pai tem feito e fará Seu trabalho, 2) o Espírito tem feito e fará Seu trabalho, 3) o Filho tem feito e fará Seu trabalho, 4) todo cristão tem um trabalho pelo qual ele é chamado e deve ser feito. O tempo da colheita está sobre nós, e nós devemos estar exercitando a paciência ativa trabalhando nos campos. Essa é a Sua colheita, mas Ele nos criou e nos mandou trabalhar em Seus campos. Ele deseja que sejamos lavradores, e não espantalhos.

Jesus ensinou, “Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15:4-5) Estar em Jesus antes, durante e depois do tempo da colheita dos frutos, é um trabalho da paciência ativa, ou da stamina e perseverança. A quantidade de frutos é proporcional ao nível de atividade que o galho pacientemente (persistentemente) interage com a vinha. O galho reconhece que a força viva que mantém os frutos, vem da vinha. O galho também reconhece que não haverá vida ou fruto a menos que ele permaneça permanentemente ligado com a vinha

Jesus também disse: “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” (João 15:8) O Pai é glorificado quando o Cristão floresce na Vinha, produzindo muitos frutos, e em Sua força suporta a carga dos frutos até a colheita. “…então sereis meus discípulos” revela o fato de que Seus discípulos são árvores frutíferas.

Pontos para refletir:

  • Paciência ativa é exercitada em quê?
  • Quais são as quatro verdades incontestáveis que o cristão não pode negar?
  • O que era, é, e será o trabalho do Pai? do Espírito? E do Filho?
  • Qual é o trabalho que todo cristão é chamado e deve fazer? Como esse trabalho se aplica à você?
  • O que significa ser um espantalho no meio da colheita?
  • Como um cristão é capaz de produzir frutos?
  • Deus espera que todo cristão produza frutos?
  • A quantidade dos frutos que alguém produz é relativo à quê? Por quê?
  • Como os Discípulos de Cristo glorificam ao Pai?

IV

Terceiro- Paciência ativa é exemplificada em correr a carreira Cristã. Está escrito: “Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hebreus 12:1-2) A palavra “carreira” revela o teste ou prova de resistência a que cada cristão é submetido. A palavra “corramos” revela a opção. Portanto, se engajar na corrida da carreira que foi divinamente designada para testar a tolerância e persistência do cristão, é uma paciência ativa. O cristão está ativo e suportando tudo pode, até que termine de maneira vitoriosa o percurso traçado para ele, pelo decreto providencial de Deus. Inspiração e energia estimulam o cristão a prosseguir em frente na maratona da vida, e são encontrados na lista dos nomes dos heróis da fé, que tem corrido a carreira antes deles. Com uma tão grande nuvem de testemunhas, quem não poderia deixar de ser levado a ter uma persistência ativa vigorosa na carreira que lhe foi proposta?

Nosso Senhor Jesus Cristo suportou voluntariamente a cruz do Calvário, para que a vontade do Pai fosse “consumada”. Por causa da Sua persistência em fazer a vontade do Pai, Jesus com perseverança consumou tudo isso na “plenitude dos tempos”. Esta é a paciência ativa, pois não era (humanamente falando) uma circunstância inevitável. Jesus disse: “Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?” (Mateus 26:53) Ele também testificou: “dou a minha vida pelas ovelhas… Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la…” (João 10:15-18) O Senhor da glória, por vontade própria, sofreu como o Cordeiro do Sacrifício, para remir aqueles dados à Ele, antes da fundação do mundo. Isso foi uma exposição clara da paciência ativa. Não está escrito que Deus predestinou os eleitos “para serem conformes à imagem de seu Filho…” (Rom. 8:29) Paciência ativa é conforme á imagem de Cristo.

Pontos para refletir:

  • Quem são as testemunhas das quais estamos “rodeados”, afirmado em Hebreus 12:1?
  • Por que essas testemunhas deveriam nos interessar?
  • Qual o significado para “todo embaraço”?
  • Qual carreira está proposta à todo cristão?
  • De quem se origina a fé cristã? Quem fará com que a fé do cristão atinja o seu objetivo final?
  • A carreira proposta aos cristãos é designada a testar o quê?
  • Como o cristão suporta as provações?
  • Quando Jesus voluntariamente sofreu a cruz, isso foi considerado como uma paciência ativa, por quê? Por favor, explique.
  • Quando um cristão manifesta paciência ativa, a imagem de quem ele reflete?

V

Quarto- Paciência ativa está esperando. O Rei Davi escreveu sobre esperar pacientemente pelo Senhor: “Espera no SENHOR, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no SENHOR.” (Salmos 27:14) “Descansa no SENHOR, e espera nele;” (Salmos 37:7) “ESPEREI com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.” (Salmos 40:1)

Cultivar “espera paciente” é realmente uma tarefa difícil e pesada. Somos como crianças correndo por caminhos intransitáveis, quando deveríamos caminhar calma e obediêntemente, na sombra do Pai. Como resultado, crianças impacientes causam mais danos a eles mesmos e a outros. Impaciência resulta em perda de bênçãos. O tempo é importante quando se colhe frutos espirituais. Bênçãos espirituais são como o mamão. O mamão, quando maduro, é um deleite maravilhoso ao paladar, mas quando provado antes do tempo, se torna uma dura e amarga decepção. Quando os céus mandam bênçãos no tempo apropriado, são como uma doçura para a alma. Entretanto, quando a impaciência se apressa para agarrá-las antes do tempo determinado por Deus, seu gosto será amargo. Bênçãos são como o mamão, será fabuloso se você espera o momento de Deus. A determinação em esperar a liderança e a direção de Deus, é chamada de paciência ativa.

Esperar pelo som da trombeta que anunciará a Primeira Ressurreição e a vinda do Senhor da glória, é uma paciência ativa. O Apóstolo Paulo escreveu: “…e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” (I Tess. 1:9-10) Também, “Ora o Senhor encaminhe os vossos corações no amor de Deus, e na paciência de Cristo.” (II Tess. 3:5) Novamente, “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.” (Rom. 8: 22-25) ***Paciência Ativa!***

O cristão não deve permanecer de “braços cruzados” espera-se que ele faça alguma coisa. Paciência ativa não é uma atitude desinteressada, mas uma postura cheia de vida, permanecendo na posição de espera. Como em Neemias 4, onde os santos precisavam estar ativa e desesperadamente construindo e edificando, tendo a Espada do Espírito ao lado, mas estavam o tempo todo, esperando pacientemente o ouvir do som da trombeta celestial. Sim, espere, mas esteja ocupado e trabalhando, ao mesmo momento que espera!

Pontos para refletir:

  • O que significa esperar com paciência ativa?
  • O que acontece quando o crente espera pacientemente no Senhor?
  • Como as bênçãos celestiais são comparadas á um mamão?
  • Por que o cristão deve esperar o tempo apropriado para receber uma benção de Deus?
  • Geralmente, o que acontece quando um cristão corre adiante do tempo de Deus?
  • A determinação em esperar a liderança de Deus e Sua direção é chamada do que?
  • Quais são os cristãos que pacientemente esperam e ouvem?
  • O que os cristãos deveriam estar fazendo até ouvirem o som da trombeta e no reunirmos com o Senhor nas nuvens?
  • Com o que você está ativamente envolvido enquanto espera pelo som da trombeta?

VI

Paciência passiva e paciência ativa refletem o genuíno caráter Cristão. Quando o crente é passiva e ativamente purificado no fogo, ele se identifica com as palavras de Jó: “Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro.” (Jó 23:10) Deus sabe exatamente onde estamos e tudo aquilo que atravessamos, tendo o controle de todas as coisas.

Está escrito: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Rom. 8:28) A concretização dessas verdades nos capacita a suportarmos e a resistirmos com persistência até a plenitude dos tempos. Está escrito: “Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará.” (Hebreus 10:35- 37) Novamente, “Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança; Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas.” (Hebreus 6:11-12)

Para todo cristão, sempre haverá provações e tribulações, e um santo trabalho á ser feito. Isso exigirá paciência. Porém, nosso Senhor Jesus disse, “Na vossa paciência possuí as vossas almas.” (Lucas 21:19)

Pontos para refletir:

  • Qual é a diferença entre “paciência passiva” e “paciência ativa”?
  • Você acredita que Deus sabe o que está fazendo no mundo e nas nossas vidas?
  • Deus é soberano acima de toda Sua criação? Se sim, como Romanos 8:28 se aplica a todo cristão?
  • Por que você precisa de paciência depois de fazer a vontade de Deus?
  • Como Hebreus 6: 11-12 se aplica a você?
  • Como a paciência “passiva” e “ativa” pode ser útil para sua vida corriqueira?

Lição 13

Versículo para Memorizar: I Timóteo 3:16

“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.”

Leitura Diária:

Ore para ter entendimento destas verdades.

  • Segunda-feira – Isaías 43:10-15; 44:6-8; 45:20-24
  • Terça-feira – João 1:1-14
  • Quarta-feira – Salmos 119:1-56
  • Quinta-feira – Salmos 119:57-112
  • Sexta-feira – Salmos 119:113-176
  • Sábado – I João 1:5-2:6

Acrescentai à Paciência: Piedade

Parte I

I

Está escrito: “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória” (I Tm. 3:16).

“o mistério da piedade”

  1. Deus – Há APENAS UM Deus – Is. 43:10-11; 44: 8; 45:6, 21-22; 46:9.
  2. Deus – foi manifestado em carne – Jo. 1:1-14; Ap. 19:11-16; Mt. 1:18-23; Is. 7:14.
  3. Deus – foi justificado no Espírito – Mt. 1:18; 3:16-17; Is. 50:6-10; Jo. 4:24; Lc. 4:1, 14; Rm. 8:1-39.
  4. Deus – foi visto dos anjos – Lc. 2:7-15; Mt. 4:11; 28:1-7; At. 1:10-11.
  5. Deus – foi pregado aos gentios – At. 13:46-49, 10:1-11, 18.
  6. Deus – foi crido no mundo – Jo. 3:16; 1:11-13; Rm. 4:9-25; Ap. 7:9-17.
  7. Deus – foi recebido em glória – At. 1:18; Hb. 1:1-14; 4:14; Ap. 1:10-18; 5:1-14; 19:16; 21:1-4, 22-23; 22:1-6.

Grande é o mistério da piedade!

Piedade genuína é realmente um grande mistério para esse mundo ímpio. Conforme as Santas Escrituras, ninguém pode ver ou entrar nesse reino da piedade a não ser que ele nasça de novo. Jesus disse, “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (Jo. 3:3-5).

Se alguém não é capaz de ver o Reino de Deus, como ele pode esperar para ver o Deus do Reino? Portanto, para entender esse grande mistério, é necessário ser uma parte deste mistério, que é possível através do novo nascimento do Espírito de Deus. Ser feito participante da natureza divina de Deus, faz que entendamos mais da Sua natureza. Um mistério é apenas um mistério quando não há revelação da verdade. Quando a luz atinge as trevas tudo que está na escuridão é descoberto, e todos que estão na luz podem ver o que está sendo revelado. Está escrito: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl. 119:105). “A entrada das tuas palavras dá luz, dá entendimento aos símplices” (Sl. 119:130).

A palavra “manifestar” significa: tornar plenamente conhecido. Deus se fez plenamente conhecido, como está escrito: “ E o verbo se fez carne, e habitou em nós”, “E chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: Deus conosco.” Jesus Cristo é Deus manifestando-se ao homem. Há SOMENTE UM DEUS, e todo cristão verdadeiro adora SOMENTE UM DEUS. Há muita complexidade nisto para a mente humana, ainda que seja completamente lógico e simplista na mente e propósito de Deus.

A palavra “justificar” significa: ser declarado justo. Quando a Palavra se fez carne, foi examinado pelos injustos e declarado verdadeiramente justo e sem “mácula”. Todavia, a inveja dos injustos, traspassou o coração do justo, que os convence do pecado, da justiça, e do julgamento que virá. Pelo Seu Espírito Ele torna conhecida a Sua justiça, revelando toda a injustiça do homem.

A palavra “trindade” não é encontrada na Santa Palavra de Deus, portanto, devemos ser cuidadosos no uso desta palavra. Um deus triúno, pai-mae-filho, tem sido uma antiga doutrina pagã politeísta. Sua origem está na antiga adoração Babilônica de Ninrode, sua esposa, e Ninrode reencarnado (o filho nos braços da mãe). [Um bom livro sobre este assunto é “As Duas Babilônias” de Alexander Hislop, publicado por Loizeaux Brothers, Inc., Neptune, New Jersey]

Nós adoramos apenas um Deus, não três. Jesus, a Palavra, não é um “deus”, mas assim como João 1:1 declara: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” O Espírito Santo não é um “espírito”, mas como João 4: 24 declara: “Deus é Espírito.” [Ora, um espírito tem um espírito?] Quando nós falamos “Deus Criador” isso significa que nós acreditamos num quarto Deus? É claro que não! Quando eu converso com algumas pessoas, elas se referem a mim como pregador, outras como pastor, minha esposa se refere a mim como seu marido, e meus filhos como seu pai. Há quatro indivíduos? Não, há apenas uma pessoa, mas quatro expressões de uma e única pessoa. Então, para entender o mistério da piedade, alguém deve primeiro compreender que há APENAS UM DEUS, e esse Deus propôs revelar a si mesmo ao homem de diferentes maneiras e com vários propósitos. As três manifestações particulares nas Escrituras são: o Pai, o Filho, e o Espírito Santo, mas todas essas três se manifestam em um só Deus. Ele é eterno e soberano em todos os Seus caminhos, para o louvor, honra e gloria do Seu Santo Nome.

Pontos para refletir:

  • Porque você acha que a piedade é tal mistério para o homem?
  • Qual é o principal obstáculo para alguém compreender o mistério da piedade?
  • Como alguém pode entender o grande mistério da piedade?
  • O que acontece quando a luz da verdade atinge a escuridão da ignorância?
  • Quantos Deuses há?
  • O que a palavra “manifestar” significa em relação ao Pai, ao Filho e ao Espírito?
  • O que a palavra “justificar” significa com relação á Deus?
  • Por que devemos ser cuidadosos no uso da palavra “trindade”?

II

Agora vamos voltar a nossa atenção para o significado de “piedade”. Se vamos cultivar a piedade em nossa fé Cristã, por necessidade precisamos saber realmente o que isto Biblicamente significa.

A palavra piedade vem da palavra Grega “eusebeia”, que por si mesma é composta de duas palavras “eu”, significa “bem ou corretamente”, e “sebomaie” significa “adorar”. Portanto, piedade é adorar bem ou corretamente. Dizemos que alguém possui piedade, quando esta pessoa adora bem e de maneira correta a Deus, como estabelecido nas Santas Escrituras. Não é seguir os ditames do próprio coração e consciência, mas seguir os ditames da Santa Palavra de Deus, que permanece eternamente no céu. Ela não precisa de emoção, sensacionalismo, misticismo, ou modernização.

Quando Caim e Abel adoraram ao Senhor, Caim adorou de forma incorreta, e Abel adorou corretamente. Deus aceitou a oferta de Abel, mas rejeitou a oferta de Caim porque Caim não obedeceu Seus decretos divinos para adoração correta. Em retaliação, a injustiça tentou matar a justiça. Alguém pode matar um homem justo, porém, a justiça de Deus não pode ser morta ou aniquilada, é eterna. Uma adoração aceitável diante de Deus, requer uma adoração correta, e a isto chamamos de piedade.

E. W. Bullinger ao definir piedade declara: “Piedade é um relacionamento com Deus real, verdadeiro, vital, e espiritual” enquanto religião “diz respeito aos atos externos de observâncias religiosas ou cerimoniais, as quais são feitas pela carne. Nossa palavra no Inglês para ‘religião’ nunca foi usada no sentido de uma verdadeira piedade. Ela sempre tipificou as formas exteriores de adoração.”

John Gill, referindo-se a piedade, escreveu: “Ela não é outra coisa senão a devoção no interior da mente e o fervor do espírito em servir ao Senhor; é uma santa disposição da alma para com Deus.”

Sendo assim, podemos concluir que a piedade, a verdadeira piedade, está alicerçada numa fé firme no Único e únicamente eterno Deus, Criador dos céus e da terra, crendo em Deus, e em Suas manifestações e obras sobre a alma. Esta convicção faz brotar um “ relacionamento com Deus real, verdadeiro, vital, e espiritual.” Com uma santa disposição, o cristão irá adorar a Deus, o Eterno Pai, de forma natural, com devoção de mente e fervor de espírito.

Pontos para refletir:

  • Como a palavra “piedade” é definida biblicamente?
  • Por que Deus recusou aceitar a oferta de Caim?
  • Você acredita que Deus aceita sua adoração? Por quê? Deus aceita o culto da igreja onde você está adorando? Por quê?
  • Qual a diferença entre piedade e religião?
  • Você pode dar alguns exemplos?
  • Como você entende estas palavras de John Gill “a devoção no interior da mente, e o fervor do espírito”?

III

A Piedade crê na inspirada e manifesta Palavra de Deus! Ela acredita que Deus criou os céus e a terra. Acredita que Deus criou o homem, não a evolução. Acredita que Deus é a Única Esperança, Único Salvador e Justificador de almas vivificados pelas misericordias da Sua graça soberana. Acredita que: “Todo o que o Pai me dá virá a mim”. Acredita que: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” Acredita que: “E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.” Acredita que: “E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.” E, “aquele que crê em mim tem a vida eterna” (As palavras de Jesus em Jo. 6:37, 44-45, 65, 47). Piedade crê em todo ensinamento sagrado da Santa Palavra de Deus, sem enganar, torcer, perverter, distorcer ou comprometer com as tradições humanísticas dos homens.

Piedade acredita, como Abel, que a única adoração correta, ao Deus vivo, é através da remissão de pecados, pelo sangue do Cordeiro, pela graça, graça, tudo de graça, Sua soberana graça. Acredita nisto que as Santas Escrituras revelam: “Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória” (Ef. 1:13-14). Piedade verdadeiramente acredita em Deus, o que leva a todo aquele que crê com devoção, a adorar corretamente com devoção.

É através do conhecimento desse misterioso fundamento, dessas manifestações de Deus sobre o coração, e do espírito, que alguém procura a face de Deus, lutando para manter uma atitude sincera para com Ele. Na piedade, o cristão está inundado com santas afeições e disposições. Ele tem uma comunhão consciente com Deus. Ele caminha e medita com Deus. Então, Deus se revela a Si mesmo na atitude, conduta, conversa e existência do cristão. O cristão deseja somente uma coisa: a plenitude de Deus em sua vida agora, e na eternidade futura.

Pontos para refletir:

  • Quais são algumas coisas que a piedade acredita?
  • Você crê nas mesmas coisas?
  • A verdadeira piedade encontra falhas na Palavra de Deus?
  • A verdadeira piedade procura mudar a adoração Bíblica dirigida á Deus?
  • A piedade faz com que cada crente faça o quê?
  • Qual é a única coisa que todo cristão verdadeiro deseja?

IV

Contudo, não vamos presumir que salvação e a piedade erradicam a natureza carnal, pois certamente não o fazem. É por causa da regeneração e da piedade que o cristão luta para realizar os desejos do espírito e mortificar as obras da carne. Aqueles que nasceram de novo, honesta e seriamente se esforçam para adorar corretamente, mas sempre haverá batalhas entre a carne e o espírito. Até quando a vontade de Deus permita que a nova natureza divina habite com a natureza pecaminosa do homem, o pecado vai lutar até a morte para obter domínio.

Está escrito: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.” Mas, “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (I Jo. 1:8-10). Uma adoração correta requer o reconhecimento do pecado, confissão a Deus do pecado, arrependimento do pecado, e o perdão de Deus pelo pecado. Ninguém pode caminhar na luz de Deus enquanto encharcado nas trevas do pecado. Uma piedade autêntica lança fora todas as obras das trevas, para que possa andar na paz e na luz da maravilhosa glória de Deus. Adoração correta e verdadeira não é vista publicamente batendo seu tambor e tocando sua própria trombeta, fazendo uma proclamação barulhenta e um espetáculo a fim de mostrar sua própria auto-justiça. Piedade genuína encontra-se em silêncio perante o glorioso trono do único e Eterno Santo Deus. Ela considera mais importante uma humilde obediência ao Seu comando, do que desfilar como um pavão. Se você desfila a sua piedade, então você mesmo é o objeto de adoração, não Deus. Piedade correta encontra-se com a cabeça sobre o peito do Pai, ouvindo as palavras do Seu coração. Isso é “Eis-me aqui Senhor, o que posso fazer para ser agradável aos SEUS olhos?”

Piedade é adorar segundo a vontade de Deus e não adorar a nossa própria vontade. Você está experimentando uma piedade verdadeira?

Pontos para refletir:

  • A salvação em Jesus Cristo e piedade erradicam a natureza carnal do homem nesta vida?
  • O que a salvação verdadeira e a piedade lutam para fazer?
  • Se nós dissermos que não temos pecado, o que fazemos?
  • Adoração correta requer o quê?
  • Alguém pode caminhar com Deus e no lamaçal do pecado ao mesmo tempo? Por quê?
  • Onde a verdadeira piedade encontra-se?
  • Você está exercitando e experimentando a piedade Bíblica?

Lição 14

Versículo para memorizar: I Pedro 2:9

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;”

Leitura diária:

Ore para ter entendimento destas verdades.

  • Segunda-feira – Mateus 23:1-39
  • Terça-feira – Tito 2:1-15
  • Quarta-feira – Efésios 3:1-21
  • Quinta-feira – Romanos 12:1-21
  • Sexta-feira – Salmos 51:1-19
  • Sábado – Daniel 1:1-21

Acrescentai à Paciência: Piedade

Parte II

I

Piedade autêntica brota da semente incorruptível dentro de cada cristão tendo nascido do Espírito, pela soberana vontade de Deus, através do sangue remidor de Senhor Jesus Cristo. Porém, com hipócritas (falsos cristãos, impostores do nascimento divino) há somente uma aparente e pretensiosa fachada. Suas vidas se assemelham a um baile de máscaras, no qual se ocultam atrás de um disfarce, mas atrás dessa radiante máscara, continuam sendo brutos naturais, mortas em ofensas e pecado.

Quando nosso Senhor Jesus falou com este tipo de impostores, disse: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniqüidade. Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade” (Mt. 23:25-28).

[Perguntas pessoais para você: Você se disfarça atrás da máscara de uma religião exterior? Você está sendo apenas religioso, ou a verdadeira piedade está jorrando no interior da sua nova criatura celestial?]

O Apóstolo Paulo ao escrever á Timóteo, alertou sobre os hipócritas mascarados “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te” (II Tm. 3:5).

A eficácia a que Paulo se refere, é o poder de Deus, pela qual Ele soberana e poderosamente lança a eterna luz no interior da trevas eternas, expulsando a autoridade das trevas e ordenando a vida eterna, a qual por sua própria natureza, se encontrava condenado a morte por sua incredulidade. Através desta eficácia, Ele graciosamente concede o arrependimento para a vida eterna. Por ela o cristão se torna uma testemunha da habitação do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, servindo com uma adoração correta e manifestando exteriormente o único e verdadeiro Deus, que vive em seu interior.

Diante de Deus não há proveito ou adoração aceitável proveniente das trevas e da morte. Não importa quão perfeita esta pretensiosa aparência de piedade possa ser, pois ainda se trata de um disfarce. “Necessário vos é nascer de novo”. É por isso que os santos são exortados a abandonarem toda hipocrisia. A luz nunca tem comunhão com as trevas. Toda forma de adoração religiosa, independentemente de sua sinceridade, que não for correta e aceitável diante de Deus, não é de Deus, mas do Príncipe das Trevas, devendo assim ser evitado e abandonada.

Pontos para refletir:

  • De onde a piedade autêntica surge?
  • Descreva como um hipócrita é vista aos olhos de Jesus.
  • Por que os falsos adoradores usam uma máscara?
  • Você é um religioso mascarado?
  • Qual é o aviso que o Apóstolo Paulo dá a respeito desses impostores?
  • Qual é o poder da piedade e de onde ele vem?
  • O que acontece quando o soberano poder de Deus entra no coração escuro e pecaminoso?
  • Há algum proveito na adoração, ainda que sincera, feita atrás da máscara de uma falsa profissão de fé?
  • Deus tem que aceitar toda forma de adoração sincera?
  • Que tipo de adoração Deus aceita?

II

Não ser hipócrita é manifestar publicamente o que alguém é no interior. Se há uma nova criatura gerada no interior do homem, por Deus, ela naturalmente fará jorrar água viva do seu interior.

Um cristão verdadeiro não pode e não deseja ocultar os frutos do novo nascimento celestial. Deus se faz conhecido aonde Ele habita. Oh, que experiência gloriosa e feliz é conhecer a Deus e saber que Ele nos conhece. A alegria da presença de Deus é tão impressionante, que o cristão naturalmente procura conhecê-Lo mais, a fim de adorá-Lo corretamente. Deve haver uma atitude interior para com Deus antes que possa haver uma atitude exterior autêntica para com Ele. A hipocrisia disfarçada não engana ninguém, mas somente o próprio “eu”, e certamente nunca poderá enganar o onisciente Deus dos céus.

Quando as Escrituras revelam que Jesus se deu a Si mesmo por nós, para que pudesse “purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras,” isso não quer dizer que eles seriam um povo estranho ou esquisito, mas que seriam um povo comprado e separado, resultando no zelo de boas obras (Tt. 2:14). Está escrito: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe. 2:9). Isso significa que o povo de Deus é um povo comprado e separado para manifestar ao mundo Seu louvor, o qual revela Sua virtude, ou Seu caráter santo. Tornar-se estranho, esquisito ou misterioso, não faz ninguém piedoso, nem expõe as virtudes de Deus. O cristão deve fazer notória a justiça do Senhor, Mestre, e Redentor que habita nele.

Lógico, aos perdidos uma vida dedicada a verdadeira piedade, (não religião) não é algo compreensível ou razoável. Jesus disse a respeito dos remidos: “Não são do mundo, como eu do mundo não sou” (Jo. 17:16). O Apóstolo Paulo escreveu: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm. 8:5-9). O incrédulo pertence a este mundo, e na sua cegueira, procura adorar somente ao Príncipe das Trevas, seguindo a sua natureza animal ou carnal. Porém, aqueles que nasceram de novo, através do Espírito, não são mais cidadãos deste mundo, mas ao contrário, eles são cidadãos nascidos de novo, da Jerusalém celestial, os quais na luz procuram agradar ao seu Pai Celestial, o Deus eterno.

Pontos para refletir:

  • O que é ser um hipócrita? O que não é ser um hipócrita?
  • Um verdadeiro cristão procura ocultar os frutos da sua natureza divina?
  • Por que um cristão quer saber mais sobre o Deus que ele adora?
  • Quando o termo “povo especial” é usado com referência ao povo de Deus, o que isso significa? O que isso não significa?
  • De acordo com João 17:16, qual é a razão básica dos cristãos serem e pensarem diferente?
  • Qual é a mentalidade dos perdidos? Qual é a mentalidade dos salvos? Por quê?

III

Paulo escreveu aos santos: “Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef. 3:16-19).

Paulo sabendo que Jesus já está no interior de cada cristão, ora para que Cristo possa “habitar”, ou “se sinta em casa” com eles. Jesus não estava, não está e não estará em casa neste mundo. Ele está em casa quando cercado de coisas celestiais ou santas. Para ter esta condição no cristão, requer uma vida constantemente voltada a Deus e piedade. Como isso é possível? É possível a medida que Deus graciosamente concede ao cristão ser corroborado com poder pelo seu Espírito no homem interior. O Espírito Santo fortalece a nova criatura no interior de cada cristão, capacitando-o a ser santo como Ele é santo, proporcionado assim um ambiente santo, para que Jesus Cristo se sinta em casa. Jesus se sente em casa com você e na sua vida diária?

Deus não foi criado pelo homem e para o homem; o homem foi criado por Deus e para Deus. Todavia, o homem na sua depravação arrogante, tenta baixar Deus ao seu nível, dotando-O com limitações humanísticas. Essa tentativa ignorante está completamente fora da realidade, e os cristãos devem vigiar constantemente a si mesmos contra esta tendência perigosa de pensar como o homem carnal. O céu e o céus dos céus não podem conter Deus. Deus é o criador, não a criatura! Há algo abaixo da terra, ou acima da terra, ou sobre a terra, igual ou superior ao Deus Eterno e Deus Vivo?

O genuíno filho de Deus deseja obter um conhecimento mais claro e exato do Único e Verdadeiro Deus. Sem este conhecimento, não pode haver uma correta e verdadeira adoração a Deus ou piedade. Por isso está escrito: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo. 4:24). As escrituras ensinam, que o homem natural está espiritualmente morto, não tendo a capacidade de adorar de forma correta a Deus em espírito e em verdade. O homem deseja adorar alguma coisa, e como Caim, a sua própria maneira, mas ele não pode, por ele mesmo, orquestrar uma adoração correta à Deus. Ele pode juntar várias tipos de religião, mas será totalmente incapaz de exercitar uma adoração santa e aceitável a Deus, que é conhecida como piedade. Porém, quando Deus vivifica e Se faz conhecido á alguém, trazendo salvação, o Espírito Santo a ensinará como adorar corretamente em espírito e em verdade. Mas, sem que se torne um participante da natureza divina, e tenha o Espírito Santo como guia, a piedade será algo impossível.

Por essa razão Jesus disse à Nicodemos: “aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo. 3:5-6). Pelo texto acima, podemos compreender perfeitamente, que nascer da água é o nascimento carnal, que é um nascimento da água. Ser nascido do Espírito, é o nascimento celestial, produzido pelo Espírito de Deus, através do sangue de Jesus, fazendo parte do reino de Deus. As palavras “necessário vos é nascer de novo”, no Grego, transmitem a idéia de “receber nascimento do alto” (Jo. 3:7). Sem esse nascimento divino, que vem do alto, é impossível entender ou prestar uma adoração correta ao Pai. Todo verdadeiro esforço espiritual, só pode começar quando se é participante da natureza divina, através do novo nascimento, que vem do alto.

Ser piedoso é levar em conta as coisas do Espírito. É ter fome e sede de um ensinamento espiritual verdadeiro, de uma vida espiritual, graças espirituais, dons espirituais e bênçãos espirituais que são administradas por Deus, através do Seu Espírito. Ora, essas verdades espirituais não tem nada a ver com os modernos cultos avivalistas que provocam a emoção da multidão, com surpreendentes performances sensacionais e teatrais. Deus não é o autor de confusão; nem é o Deus daqueles que convertem em lascívia a graça de Deus. [Dissolução denota indisciplina, rebeldia, luxúria, extravagância, libertinagem, emocionalismo, sensacionalismo, e desejos carnais]

Piedade não é uma piedade instável, emocional, orgulhosa ou hipócrita, mas uma fiel e devota disposição, proveniente do espírito interior do cristão, direcionada a Deus e aos Seus serviços. Piedade significa buscar diligente e corretamente uma relação e comunhão mais íntima com Deus. Piedade é um desejo ardente, um fogo dentro de cada fibra do cristão, de ser mais semelhante a Cristo. Piedade não pode ser considerada de importância medíocre. Por natureza, ela deve ser considerada como algo da maior importância para aquele que a possui, consumindo todo seu coração, mente, alma, e força. Piedade é uma rendição absoluta, incondicional e sem reservas á adoração correta e á manifestação exterior do único e verdadeiro Deus. Não se trata meramente de falar sobre Deus, mas ser obediente a Deus, viver com Deus, demonstrar o poder de Deus, dar testemunho de Deus e se regozijar com uma vida de devoção interior dirigida a Deus. É se colocar completamente a disposição de Deus.

O Apóstolo Paulo colocou isto deste modo: “ROGO-VOS, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12:1-2).

O uso do termo “irmãos” demonstra que Paulo está escrevendo aos salvos. Ninguém se torna um sacrifício vivo a fim de ser salvo, antes, a salvação é que nos coloca na posição de ser um “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.” Cumprir isto, é o único “culto racional” do Cristão; não fazendo tal quer dizer que ele não está sendo lógico. Fica claro nas Escrituras, que na mente de Deus, não é racional ou lógico que alguém que foi tirado das trevas, para sua gloriosa luz, pelo novo nascimento obtido através do sangue de Jesus, não dar uma evidência completa da graça que tem sido concedida á ela. É racional reconhecer e transmitir o conhecimento da eterna graça de Deus. É racional para todo cristão provar “qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”

Pontos para refletir:

  • Jesus se sente em casa em você?
  • Jesus se sente em casa com seu estilo de vida?
  • O que os cristãos devem se resguardar em seus pensamentos a respeito de Deus?
  • Por que os cristãos devem manter uma perspectiva correta de Deus?
  • Por que é necessário crescer na graça e no conhecimento de Deus?
  • Alguém pode, sem nascer novamente, adorar a Deus corretamente? Por quê?
  • Como alguém chega ao conhecimento da adoração correta e aceitável diante de Deus?
  • O que significa lascívia?
  • Quais são algumas evidências nas igrejas de que as pessoas estão transformando a graça de Deus em dissolução?
  • O que significa realizar um “culto racional” a Deus? Você está sendo racional ou irracional em seu serviço?

IV

Piedade é se revestir de Cristo interior e exteriormente. É o ramo dando provas ou frutos da sua vinha. (Veja Jo. 15:1-8). Piedade é o esforço em manter o controle sobre todo pensamento, porque está escrito: como o homem “imaginou no seu coração, assim é ele” (Pv. 23:7). Está escrito: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv. 4:23). Também, “O pensamento do tolo é pecado” (Pv. 24:9). As escrituras também ensinam que parte da guerra dos santos se faz “Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” (II Co. 10:5). Se os pensamentos perversos são permitidos a habitarem, o pecado dará os seus frutos. Isso é uma verdade na vida pessoal, na família e na igreja. Não pode haver uma adoração correta entre os pensamentos perversos.

Possuir piedade e caminhar na piedade revela o cristão como um vaso de justiça. Porém, se não há lugar no espírito para Deus, não pode haver vida ativa dedicada a Deus. Um vaso santo de justiça é alguém através de quem a luz de Deus brilha no meio das trevas. Qualquer porcentagem da vontade própria, no cristão, tende a turvar ou atrapalhar que a luz divina brilhe através dele. Ser semelhante a Cristo é dizer: “não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc. 22:42). Está escrito, “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm. 8:29).

Jesus disse, “Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará” (Lc. 9:24). Em outras palavras, se o grande “Eu” é mais importante do que Jesus Cristo, então fica evidente que você não O tem em seu interior, você ainda permanece em seus pecados, morto em ofensas e pecado, perdido. Ninguém é salvo para satisfazer os desejos do próprio “eu”, mas faz a vontade do Pai. Os verdadeiros cristãos reconhecem que eles são apenas barro nas mãos do Oleiro, e que Ele pode e fará deles tudo o que deseja. Piedade é rendição total. No estado de piedade o cristão está totalmente e instantaneamente disponível para qualquer tarefa que o Senhor determine. Piedade se rende a Deus e ao Seu senhorio, sentindo-se feliz e em casa ao fazer Sua vontade. Piedade floresce no meio de elementos piedosos.

Nenhuma pessoa é piedosa por acidente. O homem natural, nascido da carne, é por natureza pecador, e espiritualmente morto, porque ele não é de Deus. Ele é da descendência caída e pecadora de Adão. Quando Deus vivifica o espírito do homem, ele passa a andar em novidade de vida, com uma nova natureza, que é espiritualmente viva. Sendo assim, aquele que é nascido do Espírito, é compatível com Deus, e apto a ter um relacionamento correto com Ele. O Cristão autêntico está totalmente disposto a honrar o Pai, render-se aos ensinamentos do Espírito, e a ser uma testemunha da luz de Cristo neste mundo. Piedade genuína separa o verdadeiro cristão dos impostores mascarados. Todo cristão se sente seguro em casa, vivendo piamente.

Pontos para refletir:

  • Como um ramo é capaz de dar provas da vinha?
  • Opina sobre II Coríntios 10:5.
  • De que forma alguém se revela como um vaso de justiça?
  • A vontade de quem deve ser feita na vida do crente? Por que?
  • Se o grande “Eu” é mais importante que Jesus, você pode adorar à Deus corretamente?
  • O que piedade requer sem reservas?
  • O que faz com que alguém seja compatível com Deus?
  • Você é compatível com Deus?

V

Piedade também é combater o bom combate da fé. O Apóstolo Paulo escreveu: “…fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef. 6:10-12).

Adorar a Deus corretamente significa tomar uma posição ao lado de Deus e por Deus. Piedade não compromete a Palavra de Deus, e não se associa com a adoração incorreta, feita com base na própria vontade. Ela é fiel a Deus em todos os aspectos. Quando no calor da batalha, a piedade não se acovarda, batendo em retirada, mas desembainha a Espada do Espírito e, com o poder de Deus, corajosamente parte para a batalha.

Martinho Lutero disse, “Se nós estamos corretos e certos em todos os pontos da nossa vida Cristã, mas recusamos sustentar a verdade em um determinado ponto onde a batalha atinge seu furor, então nos tornamos traidores de Cristo.”

O Apóstolo Paulo escreveu: “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade?” (II Pe. 3:10-11).

Essa é uma verdadeira e excelente pergunta! Que tipo de pessoa todo cristão deveria ser, em santo trato e adoração correta? Se somente a “adoração correta” é aceitável diante de Deus, por que o cristão verdadeiro deveria desejar algo mais? Entrega-se totalmente ao cultivo da piedade na sua fé Cristã.

Pontos para refletir:

  • Por que o cristão deve colocar toda a armadura de Deus?
  • Contra o quê os santos lutam?
  • Por que todo cristão deve tomar uma posição?
  • Discuta a citação de Martinho Lutero nesta lição.
  • De acordo com o Apóstolo Paulo, por que todo cristão deveria dar tudo de si para obter piedade?
  • Você está se entregando totalmente á piedade?

Lição 15

Versículo para Memorizar: I João 4:20-21

“Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão.”

Leitura Diária:

Ore para ter entendimento destas verdades.

  • Segunda-feira – I João 3:1-24
  • Terça-feira – I João 4:7-21
  • Quarta-feira – Filipenses 2:1-16
  • Quinta-feira – Mateus 18:15-35
  • Sexta-feira – Romanos 14:1-23
  • Sábado – Gálatas 6:1-10

Acrescentai à Piedade: Amor Fraternal

Parte I

I

“Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão” (I Jo. 4:20-21).

Espiritualmente falando, quem são nossos irmãos e irmãs? São aqueles verdadeiramente nascidos da soberana vontade e graça do Pai, gerados pelo poder do Espírito Santo, através do sangue redentor do Senhor Jesus, ressuscitados dentre os espiritualmente mortos, pelo poder do Pai, para andar em novidade de vida, e feitos participantes da natureza divina, por Aquele Eterno Criador dos céus e da terra. O Pai nunca chama a todos os homens de filhos de Deus. Jesus disse para alguns homens do grupo religioso, “Vós tendes por pai ao diabo” (Jo. 8:44). Dessa forma, Ele nos mostra que nem todos os homens têm nosso Pai celestial como seu Pai. Todos os que são nascidos da carne têm Adão como pai, mas somente aqueles que são nascidos do Espírito, é que tem Deus como Pai. Não pode haver nenhuma comunhão entre a natureza divina e a natureza carnal. Elas são diametralmente opostas uma a outra. Seus pais são diferentes. O pai dos incrédulos é Satanás, que é o pai dos estão espiritualmente mortos. O pai de todo cristão é Deus, que é o pai dos espiritualmente vivos. Esse contexto exige que o termo “irmãos” seja utilizado somente para aqueles cujo Pai é Deus, a irmandade dos remidos.

A palavra traduzida como “odeia”, neste texto, transmite a idéia de que há uma má vontade no espírito, no discurso e no caráter de alguém para com outra pessoa. Portanto, se alguém presunçosamente declara que ama Deus, mas continuamente se mostra hostil, alimentando ressentimentos contra um irmão ou irmã em Cristo, na realidade, esta pessoa não é um verdadeiro filho de Deus. O mentiroso está apenas dando um falso testemunho e fazendo uma falsa profissão de fé do seu novo nascimento e filiação. As evidências revelam a verdadeira natureza do coração.

A responsabilidade e preceito que recebemos de Deus nosso Pai é: “quem ama a Deus, ame também a seu irmão.” Isso não está em debate ou discussão. Isso está eternamente fixado no céu. Se você ama a Deus, você irá, através da nova natureza presente no seu interior, naturalmente amar a todos que possuem a mesma natureza divina, os quais nasceram do Pai, do Filho e do Espírito. Se você não ama aos irmãos, você ainda não ama o Pai e não recebeu e nem conheceu o amor de Deus. Então, você ainda está morto em ofensas e pecado, andando em comunhão com as trevas.

Pontos para refletir:

  • Se uma pessoa diz que ama a Deus, mas odeia seu irmão em Cristo, o que as Santas Escrituras dizem acerca dele?
  • Qual é o mandamento que recebemos do Pai a respeito do nosso relacionamento com nossos irmãos e irmãs em Cristo?
  • A quem o termo “irmão” se refere em nosso texto?
  • O que qualifica alguém para ser nosso irmão em Cristo Jesus?
  • Você esta qualificado para ser um irmão ou irmã entre os remidos? Qual é a razão para sua resposta?
  • Todo mundo é, sem exceção, “filho de Deus”? O que Jesus nos revela sobre esse assunto em João 8:44?
  • Qual o significado da palavra “odeia” em nosso texto?
  • Você é culpado desse ódio? Se sim, o que você deve fazer, a este respeito, para que possa ter uma comunhão verdadeira com Deus?

II

Continuando no nosso texto de II Pedro capítulo um, somos instruídos a acrescentar o amor fraternal no cultivo da nossa Fé Cristã. As palavras “amor fraternal” são traduzidas da palavra Grega “philadelphia”. Essa palavra é constituída de duas palavras “phileo” (um amor natural, instintivo, e incondicional), e “adelphos” (irmão ou parente próximo). Biblicamente, isso significa apegar-se ou guardar com afeto, através do instinto natural que todo cristão verdadeiro tem. O novo nascimento, através do sangue de Jesus Cristo, cria irmãos com uma natureza celestial. Eles instintivamente amam uns aos outros, mesmo quando não há motivo para esse amor existir. É algo natural para os cristãos amarem outros cristãos incondicionalmente. Fazer o contrário disso, não é natural, e não faz parte do caráter da natureza divina. Da mesma forma, a ausência do amor fraternal é algo natural no caráter dos filhos das trevas, embora disfarçados como filhos da Luz. A raiz de amargura produzirá fruto amargo, pois é de sua natureza fazê-lo. Há três razões primárias para os problemas que surgem na igreja: 1). Ignorância da Palavra de Deus; 2). Bebês estagnados em Cristo que constantemente estão argumentando sobre “o meu brinquedo” e “o meu jeito”; 3). E o mais prejudicial, ou seja, os hipócritas, que professam uma fé vazia, os falsos irmãos. Os filhos da Luz e os filhos das trevas nunca tiveram qualquer fundamento comum para uma verdadeira comunhão. Eles por natureza estão em desacordo uns com os outros, pois não têm o mesmo pai e,dessa forma, não podem ter um amor instintivo, natural, e incondicional uns pelos outros. Os perdidos são, por natureza, inimigos de Deus, enquanto os redimidos, por natureza, amam a Deus. Um é morto pela semente corruptível, enquanto o outro se encontra vivo pela semente incorruptível. Isso os torna inimigos naturais, e deste modo é impossível para eles coexistirem na Casa de Deus pacificamente. Fingimentos podem enganar por um período de tempo, mas eventualmente a máscara irá cair e a feiúra da morte espiritual será revelada.

Está escrito nas Escrituras: “Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não é de Deus. Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros” (I Jo. 3:10-11). Nós também encontramos, “Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (I Jo. 4:7-8).

Agora, há um amor entre os ladrões e os bêbados, mas isso não os torna filhos de Deus. Uma mãe naturalmente ama seu filho, mas isso não a torna filha de Deus. Os adoradores de Satanás têm um amor por aqueles que andam nas trevas, mas nos atreveríamos a dizer que eles são filhos do verdadeiro e santo Deus? Eu certamente espero que não. Portanto, vamos deixar o amor nas Santas Escrituras no contexto. O amor que vem do Pai é um amor santo, e é naturalmente direcionado aos irmãos santos.

Esse amor fraternal, que é uma manifestação do Cristão, do novo nascimento espiritual que vem do alto, não pode ser aprendido ou comprado. É um dom celestial, concedido pelo Espírito Santo, proveniente do seio do Pai, através do novo nascimento. É um instinto natural da nova criatura, feita na semelhança da natureza divina de Deus. Ele ama e se apega aos irmãos instintivamente. Somente aqueles que são nascidos de Deus é que podem genuinamente experimentar e manifestar um autêntico amor fraternal. Seria mais fácil para as sementes de pepino ser plantadas num jardim e produzirem uma baleia, do que a semente corruptível do maligno produzir amor verdadeiro pelos filhos do Eterno Deus. O verdadeiro amor fraternal é de Deus, pois ele se manifesta naquele que possui o amor de Deus.

Pontos para refletir:

  • A palavra Grega para amor fraternal é “philadelphia”, sendo composta de duas palavras, quais são elas, e o que significam?
  • Nós estamos autorizados a estabelecer condições para amarmos nossos irmãos em Cristo?
  • O texto do nosso estudo ensina os cristãos a demonstrarem amor fraternal por todos os homens, sem exceção? Explique.
  • Todos os homens possuem o instinto natural de amor pelos filhos de Deus? Quem possui? Quem não possui?
  • Quais são as três razões primárias para os problemas que surgem na igreja?
  • Das três razões, qual é a mais prejudicial? Por quê?
  • Há dois tipos de filho no mundo como ensinado por I João 3:10; quem são eles e como você os identifica?
  • Como se obtém o amor fraternal?
  • Pode alguém, sem exceção, experimentar e manifestar um autêntico amor fraternal? Explique.

III

De acordo com Deus, quem são os “irmãos”? Porventura não são aqueles que Hebreus 3:1 se refere como “irmãos santos”, os verdadeiros participantes da vocação celestial? Não são eles os que caminham na luz e tem um relacionamento genuíno com Deus?

Está escrito: “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra. E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas. Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade. Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (I Jo. 1:3-7).

Comunhão é um ato de colaboração mútua, de partilhar e participar. Comunhão é o preço e a benção do amor fraternal. É envolvimento. É se preocupar com os irmãos e junto com eles. É demonstrado no ministrar aos santos, no cuidado dos santos, na alegria dos santos, na colheita, na recompensa e na glória dos santos. É o negar-se a si mesmo para o bem dos outros. É transmitido no ato de levar a carga uns dos outros, na assistência, na simpatia e nas lágrimas.

O Apóstolo Paulo escreveu: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm. 12:10). As palavras “amai-vos cordialmente” vem da palavra Grega que significa amar com afeição meiga e gentil, a qual é desfrutada naturalmente por parentes próximos. Todos os eleitos são nascidos do mesmo Pai, sendo assim, eles estão unidos pelo nascimento celestial e, espera-se deles, que amem uns aos outros com um amor fraternal.

A palavra “preferindo-vos” carrega a idéia de “tomar a iniciativa”. Em outras palavras, cada cristão deve tomar a iniciativa de honrar ao seu santo irmão, pois somos participantes da mesma vocação celestial. Ele irá natural e instintivamente favorecer ao seu irmão ao invés de si mesmo. Ele não é egoísta. Ele não exige ou espera que toda a família se curve ao seu grande “Eu”. Ele toma a iniciativa no respeito ao seu irmão. Ele não fica esperando os outros fazerem alguma coisa. Ele honra até mesmo quando não há um motivo justo para se fazer isso, por causa do que seu irmão é, e não do que ele faz. Ele toma a iniciativa em honrar, entendendo que não há nada mais importante do que o sangue de Jesus, que nos fez irmãos.

Pontos para refletir:

  • Em Hebreus 3:1, “participantes da vocação celestial” significa o quê? Isso inclui você?
  • Ter uma amizade com os irmãos é ter uma amizade com quem? (I Jo. 1:3)
  • O que é comunhão?
  • O que as palavras “amai-vos cordialmente” significam?
  • O que a palavra “preferindo-vos” significa?
  • Como essas coisas se relacionam com sua vida?

IV

A amizade não é unilateral. Não é apenas o fato dos irmãos participarem de um determinado problema, mas como Cristo, são os seus sofrimentos aliviando a pequena carga de alguém. Se alguém tem amor fraternal para com seu irmão em Cristo, então primeiro ele deve compartilhar este amor fraternal através da comunhão. Isto é, ajudar aqueles cujos corações estão no vale da aflição, a chegarem ao topo da montanha da paz, no coração do nosso parente Remidor. É, por repetidas vezes, voltar ao vale para caminhar de mãos dadas com nosso amado irmão, até chegar ao lugar de doce descanso.

Na exortação do Apóstolo Paulo aos Filipenses, ele escreveu: “Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Fp. 2:1-3). Este era o desejo de Paulo para os irmãos, que estivessem unidos na causa comum de espalhar as Boas Novas do Messias, com uma só mente e propósito em Cristo Jesus.

Se os cristãos genuínos, fundamentados nas verdades da Palavra de Deus, não podem estar unidos pelo amor fraternal, então as Igrejas do Senhor e a verdadeira comunhão, continuarão a se separar e dividir, obscurecendo assim a Luz. Jesus disse: “Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá” (Mt. 12:25). Quando os irmãos se dividem, entregam a vitória á Satanás, e permitir tal atrocidade, é desempenhar o papel de um tolo.

É mister que irmãos santos se unem. Há uma enorme tarefa diante dos santos de Deus na luta para pregar o Evangelho a toda criatura sobre a face da terra, nessa e em todas as épocas. Isso significa que o Evangelho deve ser pregado em todas as partes do mundo, pelo menos uma vez em cada geração. Está escrito: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas” (Rm. 10:14-15).

Comunhão é compartilhar e participar da carga e do sofrimento na propagação do Evangelho de Jesus. O seu coração se rompe ao olhar para a multidão que não tem a Cristo? A comunhão do amor fraternal busca aliviar a pesada carga daqueles que estão lutando e trabalhando nos campos brancos para ceifa. É participar do sofrimento dos seus corações, atormentados pelas almas perdidas. É participar das suas lágrimas diante do trono de Deus. É segurar na mão dos irmãos no calor da batalha. É natural e instintivamente tomar a iniciativa de buscar oportunidades para cobrir os irmãos com capa da bondade.

Pontos para refletir:

  • Se você tem comunhão verdadeira com os irmãos, o que você deve fazer primeiro?
  • O que o cristão é instruído pelo Apóstolo Paulo a fazer em espírito de humildade? (Fp. 2:1-3)
  • O que acontece quando os irmãos fundamentados na verdade rejeitam se unir pela causa de Cristo?
  • O que Jesus disse sobre divisões?
  • O quê é Comunhão?

V

Está escrito: “Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor” (I Jo. 4:11-12).

O Apóstolo João coloca diante de nós o grande “Se”: “Amados, se Deus assim nos amou”. Ora, aqui está a eterna questão: “Se” Deus assim nos amou…? Antes do “Se”, temos a palavra “Amados”, que torna a pergunta retórica. Se uma pessoa é contada entre os amados, então não há duvidas de que ela seja um recipiente do amor de Deus. Assim, já que somos os receptores finais do amor de Deus, nós como irmãos, devemos amar uns aos outros. Com o mesmo tipo de amor incondicional que nós recebemos, devemos natural e instintivamente amar aos irmãos. Sim, mesmo quando não motivo algum para amá-los.

Entretanto, amor incondicional não implica que um cristão deve ser um capacho de “Bem- vindo” para todo mundo que limpar os pés nele. Deus ama, porém, não permitie que o homem O explore. Deus é soberano em todos os Seus caminhos. Amar aos irmãos não é consentir ou ignorar os pecados cometidos com crueldade. O amor fraternal tenta ajudar os irmãos a não caírem no pecado cruel de maltratar outros irmãos. Sim, eles se amam incondicionalmente, mas não permitem a exploração grosseira do seu amor. O Amor fraternal os alerta dos seus pecados! Isto é, o de pecarem contra o amor que o Pai nos tem revelado.

Infelizmente, não há evidências suficientes do amor fraternal na vida da maioria dos “Cristãos”, porém, não há ninguém que os convença disso, mesmo diante de um tribunal de justiça. Eles querem somente o título, porém, um júri honesto nunca comprovaria. A maioria das pessoas, que anda debaixo do guarda-chuva do Cristianismo, nunca poderia ser culpados de possuiram o amor de Deus em seus coração, muito menos o amor fraternal. Estão muito longe de serem pesados na balança da verdade e achados em falta – nenhum comprovado de praticar o amor fraternal.

Oh, que poder teriam os filhos do Reino, sobre a maldade desse mundo, se os irmãos andassem juntos em amor e união! Nós poderíamos colocar o mundo de cabeça para baixo com o Evangelho de Senhor Jesus Cristo. O mundo inteiro seria persuadido de que nós cremos num Deus eterno e soberano, de que temos uma fé segura e firme no sangue do Cordeiro. O poder do amor fraternal é imensurável.

Pontos para refletir:

  • Você conhece o amor de Deus?
  • Você está amadurecendo no amor de Deus?
  • Os “irmãos” experimentam o Deus vivo através da comunhão que tem com você?
  • Haveria provas suficientes para culpar você, diante de um tribunal de justiça, pela ausência do amor fraternal?
  • Se você fosse pesado na balança de Deus, qual seria o resultado?
  • Você anseia pelo amor fraternal e união? O que você está fazendo sobre isso?

Lição 16

Versículo para Memorizar: I Tessalonicenses 4:9

“Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.”

Leitura Diária

Ore para ter entendimento destas verdades.

  • Segunda-feira – Colossenses 3:1-17
  • Terça-feira – I Tessalonicenses 3:12-4:12
  • Quarta-feira – II Tessalonicenses 3:1-15
  • Quinta-feira – Efésios 4:17-32
  • Sexta-feira – I Coríntios 5:11-6:8
  • Sábado – I Coríntios 12:12-27

Acrescentai à Piedade: Amor Fraternal

Parte II

I

Está escrito: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl. 3:12-14).

O Apóstolo Paulo encorajou os irmãos, como eleitos, santos e amados de Deus, a se vestirem de trajes virtuosos, que são característicos de uma natureza divina. Eles incluem revestir-se de “entranhas de misericórdia”, ou em outras palavras, um sentimento de pesar, por causa das desgraças e calamidades que atingem os irmãos. Os eleitos devem se revestir de bondade, não de amargura ou de espírito crítico. Eles devem se adornar com mansidão, ou seja, não ficar cheio de si mesmo, antes, ser terno e gentil de espírito para com um irmão ou irmã em Cristo. Isso inclui ser longânimo, ou suportar com paciência as fraquezas dos irmãos. Também significa tolerar ou suportar um ao outro em períodos difíceis. É estar pronto a perdoar com a mesma graça com que fomos perdoados e recebidos em nosso Senhor Jesus Cristo. Todos esses trajes são de extrema importância, porém, há um traje mais virtuoso e de maior importância, ou seja: o amor. Esse amor é um elemento obrigatório para completar o guarda-roupa dos eleitos. Ele faz com que os eleitos estejam completamente vestidos para a comunhão com os santos irmãos.

Pontos para refletir:

  • Quais são as cinco características da natureza divina com as quais os eleitos de Deus devem se vestir?
  • Quais são os dois deveres que os cristãos tem para com seus irmãos quando vestidos desses cinco trajes?
  • O que significa ter entranhas de misericórdia?
  • O que significa ter benignidade?
  • O que significa ter humildade?
  • O que significa ter mansidão?
  • O que significa ter longanimidade?
  • O que significa suportar uns aos outros?
  • Com que tipo de perdão nós devemos perdoar á outros?
  • Qual é o elemento obrigatório para completar o armário dos eleitos?

II

Paulo escreveu aos Tessalonicenses: “Quanto, porém, ao amor fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros; Porque também já assim o fazeis para com todos os irmãos que estão por toda a Macedônia. Exortamo-vos, porém, a que ainda nisto aumenteis cada vez mais. E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado” (I Ts. 4:9-11).

O Espírito de Deus, que habita em cada Cristão, os ensina a amarem seus irmãos. Paulo reconhecia o amor dos Tessalonicenses pelos irmãos da província de Macedônia, todavia, também enfatizou o desejo de que este amor não ficasse restrito apenas as pessoas da igreja local. Paulo os ensinou que o amor aos irmãos deveria se estender além das suas fronteiras locais, ou seja, para todos os santos irmãos, eleitos, e participantes da mesma vocação celestial. É absolutamente imperativo, na causa de Cristo, que o amor dos irmãos cresça e amadureça muito além de um grupo fechado que diga: “somente nós e mais ninguém.”

Na passagem que se segue, o Apóstolo Paulo instruiu os irmãos a “procureis viver quietos.” A palavra “procureis”, usada nessa passagem, carrega a idéia de tornar isto um assunto de honra, ficando em silêncio e cuidando do seu próprio negócio. Os verdadeiros irmãos não devem ser bisbilhoteiros, as quais se tornam desprovidas de toda honra. Todo cristão, incluindo os pregadores, procuram fazer disto um assunto de honra santa, cuidar do seu próprio negócio, e não se intrometer em assuntos de alheios. Jesus disse essas palavras para o Apóstolo Pedro, “…que te importa a ti?” Os irmãos não devem nunca se intrometer na vida ou nos negócios de outrem, cumprir isto, é honroso diante de Deus! Muitos problemas e perturbações surgem por causa da bisbilhotice feita por pessoas intrometidos.

O apóstolo Paulo também manda o Cristão trabalhar com suas próprias mãos. É bíblico atender rápida e oportunamente algum irmão que esteja passando por necessidade. Entretanto, não é bíblico se transformar em um central de ajuda para aqueles que não querem trabalhar para suprir as necessidades de sua família. Está escrito na Palavra de Deus: “…vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também” (II Ts. 3:10). Também está escrito: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (I Tm. 5:8). O amor fratenal está sempre disposto e a espera da oportunidade para socorrer aqueles que honestamente necessitam de ajuda. Entretanto, é também verdade, que o amor fraternal evita ajudar aqueles que negam a fé, negando-se a trabalhar. Sendo assim, eles precisam aprender a trabalhar com as próprias mãos, a fim de honrarem a fé que um dia abraçaram. O amor entre os irmãos é essencial, mas deve permanecer dentro das fronteiras da vontade de Deus, o que muitas vezes significa exercer um amor firme ao se dizer NÃO.

Pontos para refletir:

  • Quem ensina os irmãos a amarem uns aos outros?
  • O amor fraternal é restrito as pessoas que escolhemos?
  • O “amor fraternal” diz respeito a todos os homens, sem exceção?
  • O que a palavra “procureis”, em I Tessalonicenses 4:11, implica. É um assunto referente a que?
  • Pessoas desocupadas são desprovidas do que?
  • Alguém está isento da ordem de não ser um desocupado? Explique as palavras do Senhor em João 21:21.
  • Qual é a ordem concernente ao Cristão trabalhar.
  • A igreja local, biblicamente falando, foi designada para ser um centro de ajuda aos aproveitadores?
  • O que as Santas Escrituras dizem a respeito daqueles que não querem trabalhar?
  • Se alguém não cuida da sua família, nega a fé, sendo pior do que?
  • Por que é melhor se recusar a ajudar aqueles irmãos que não querem trabalhar?

III

O Apóstolo Paulo escreveu aos eleitos: “E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis. Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção” (I Pe. 3:8-9).

Ser todos de um mesmo sentimento, não significa que todos os irmãos devem ser sem opinião própria. Mas, significa que todo cristão deve ter a mente de Jesus e ter uma mente com Jesus. Uma vez que as Escrituras ensinam que Jesus teve compaixão pelos irmãos, entregando a Sua vida por eles, então, seria lógico que os irmãos pensassem como Jesus. Também nos foi revelado, que a mente de Jesus foi a de se sacrificar “a si mesmo” por outros, e esta deveria ser a mentalidade dos irmãos. Não deveria haver uma atitude de: “façam por mim, ou, tudo para mim.” Um “mesmo sentimento” procura preservar a unidade do corpo, na irmandade.

A palavra “entranhavelmente misericordiosos” significa estar cheio de bondade para com os irmãos em Cristo. Para a nossa tristeza e vergonha, essa geração de cristãos está acometida pelo câncer de um coração frio, que atinge o órgão vital do amor fraternal. A autogratificação e a autopromoção tem se tornado modelo de vida, mais do que o amor fraternal. Valorizar o próprio “ego” em detrimento e degradação dos outros, tem se tornado a mentalidade geral, ao invés de exaltar Jesus Cristo e honrar aos irmãos. Cortesia entre os irmãos tem se tornado uma virtude antiquada. A Bíblia ensina o cristão a ser bondoso e cortês com os irmãos. Ninguém precisa concordar 100 por cento, em todos os pontos, para ser bondoso e cortês.

Se os cristãos devem obedecer a Palavra de Deus, então se espera que todo filho de Deus seja uma benção para seus irmãos e irmãs novamente nascidos. Os eleitos são chamados para ser uma benção, assim como herdar as bênçãos. Creio que uma das maiores bênçãos que Deus nos dá, é a oportunidade graciosa de um irmão ser uma benção para outro irmão. Agradeça a Deus pelas oportunidades concedidas de ser uma benção na vida de outros irmãos.

O Apóstolo Pedro lutou para fortalecer a união dos irmãos pelos laços do amor. Infelizmente, muitas vezes o amor pelo próprio “ego”, impede esta união. É extremamente difícil estar “ligados em amor” quando nada é feito no exercício deste amor. O amor entre os irmãos é o elo de ouro que liga e une os verdadeiros cristãos junto a Cruz do Calvário. É o Amor de um coração puro.

Pontos para refletir:

  • O que o Apóstolo Paulo quis dizer com “sede todos de um mesmo sentimento”?
  • Qual foi a mente de Jesus a respeito dos irmãos?
  • O que a palavra “entranhavelmente misericordiosos” significa?
  • Que tipo de câncer está atingindo a igreja?
  • Satisfazer o próprio “ego” foi e é o pecado de Lúcifer. Como esse pecado afeta o amor fraternal?
  • O que a Bíblia ensina a respeito da cortesia entre os irmãos?
  • Você deve concordar 100 por cento com seu irmão para ser bondoso e cortês para com ele?
  • Com referência a lição, qual é a maior benção dada pelo Pai aos Seus filhos?
  • Qual é um dos maiores obstáculos a união dos irmãos?
  • Qual é o elo de ouro que liga e une os verdadeiros cristãos?

IV

Amor fraternal também significa LEALDADE – lealdade a Cristo, lealdade na salvação das almas, e lealdade para com os irmãos da mesma fé. É totalmente inconcebível que alguém que advoga ser um Cristão não seja leal a Jesus Cristo. Na mente de Cristo, é igualmente inconcebível, que os irmãos não possam permanecer unidos, sendo companheiros leais e praticantes de um amor leal. Se Cristo habita num irmão, e também em outro, como então não poderá haver lealdade entre eles quando Cristo se faz presente em ambos? Não é o mesmo Espírito que habita neles?

Não são os irmãos parentes em Cristo? Não são eles concidadãos da mesma Jerusalém celestial? Não são eles compatriotas e embaixadores do Reino dos Céus? Não são eles companheiros dos sofrimentos de Cristo? Não são eles co-herdeiros com Cristo? Se assim são, por que não deveriam ser leais a Cristo, leais ao trabalho de Cristo, leais ao testemunho de Cristo, e leais para com os irmãos em Cristo?

Lealdade semelhante à de Cristo mantém um interesse altruísta para com os irmãos. Está escrito: “Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos” (I Jo. 3:16). Amor fraternal se faz presente quando alguém morre para o próprio “ego” e luta para não impedir que Jesus viva através dele. É destronar o grande “Eu” e se render a regra do amor de Deus. É amar os irmãos não somente em palavras, mas em obra e em verdade, mesmo quando não há motivação para fazer isso. Está escrito: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte” (I Jo. 3:14).

Jesus disse: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando” (Jo. 15:12-14).

Há duas questões importantes que estão em jogo nessa passagem das Escrituras: 1). Esta pessoa tem experimentado o amor de Jesus? 2). Esta pessoa é um amigo de Jesus? Primeiro, antes que alguém possa ser um autêntico irmão em Cristo, é necessário ter experimentado o amor do Salvador. Segundo, apenas aquele que é nascido do Espírito de Deus, é que pode ser um verdadeiro amigo, pois quem é nascido da carne, é um inimigo de Deus, e não procura uma verdadeira amizade com Cristo. O amor aos irmãos não está presente na vida daqueles que possuem apenas a velha natureza, e não nasceram da natureza divina de Deus. Eles não podem ter uma lealdade sincera para com os irmãos. A vida de um irmão não é preciosa para eles.

Lealdade não faz um espetáculo com os defeitos dos outros, nem ridiculariza seus pontos fracos. Lealdade permanece em amorosa oração com e pelos irmãos. Não procura destruir o irmão, mas se esforça para edificá-lo. Lealdade é amigavelmente cultivada em um coração sem fingimentos, com amor e pureza. O Apóstolo Paulo escreveu: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor” (Gl. 5:13). Se o serviço que alguém presta a seu irmão é um reflexo de sua lealdade, que tipo de lealdade se revela quando ela apenas ridiculariza e destrói?

Pontos para refletir:

  • Que tipo de lealdade é a sua para com Cristo e a Sua Igreja?
  • Que tipo de lealdade é a sua em relação a salvação das almas?
  • Que tipo de lealdade é a sua para com os irmãos da fé que uma vez foi entregue aos santos?
  • Que tipo de lealdade é a sua com relação a união entre os irmãos?
  • Que tipo de espírito você tem para com aqueles em que o Espírito de Deus habita?
  • Você tem um interesse altruísta por seus irmãos e irmãs em Jesus Cristo?
  • Você encontra evidências claras em seu coração que você passou da morte para a vida?
  • Você tem experimentado o amor de Deus?
  • Você é um amigo de Jesus?
  • O que o seu serviço para os irmãos revela sobre o tipo de lealdade que você possui?

V

Está escrito: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção. Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós, Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef. 4:30-32). [Pergunta: até quando alguém está selado em sua salvação?]

Causa pesar ao Espírito Santo de Deus quando os irmãos fazem qualquer tipo de maldade uns para com os outros. A palavra “amargura” transmite a idéia, no Grego, de alguma coisa que atua como veneno de cobra. Quando os irmãos se atacam um ao outro, na tentativa de envenenar ou prejudicar o bem estar espiritual, ou o ministério do outro, isso causa uma tremenda tristeza no coração do Espírito de Deus. Isso quebra a unidade do Espírito entre os santos. É uma tentativa de injetar o veneno da velha Serpente na vida e no bem-estar dos outros. O veneno de Satanás procura apenas destruir. Ele nunca tem boas intenções.

A palavra “gritaria” significa berrar ou vociferar, é elevar a voz com ira. Os irmãos precisam agir entre si com respeito e amor, não com hostilidade. Os irmãos não devem cair na tentação de berrar ou gritar para que suas opiniões sejam ouvidas e prevaleçam sobre a opinião de outra pessoa. Isto é apenas uma tentativa de calar a outra pessoa, que revela a ausência de amor e respeito.

As palavras “toda malícia” significa toda forma de maldade. Assim, nada justifica qualquer tipo de maldade dirigida contra os irmãos e irmãs em Cristo. Os irmãos devem ser “uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.” Maldade é maldade estando ou não no meio dos perdidos ou dos salvos. Não há lugar para isto no meio dos santos de Deus.

Grande cuidado deve ser tomado para se cultivar o amor fraternal semelhante ao de Cristo. O veneno da Serpente deve ser tirado, e a fala maliciosa deve ser silenciada. Os irmãos devem se lembrar de que são santos, devendo agir e falar de acordo com a vontade de Cristo.

A salvação não coloca a carne num estado de perfeição. Toda pessoa salva deve estar perfeitamente consciente desse fato. Portanto, através do amor fraternal, ela reconhece a interferência da carne e rapidamente perdoa, olhando para Cristo, que habita no interior de cada irmão. Amor fraternal não procura encontrar falhas, ao invés disso, procura demonstrar o amor que recebeu de Jesus. Seria verdadeiramente maravilhoso se a carne fosse totalmente transformada na salvação, mas a natureza da carne sempre será pecadora. Os irmãos sinceros reconhecem essa verdade, e compensam isto em seu amor uns para com os outros. A carne é herança do pecado de Adão, mas a nova criatura interior procede da natureza divina de Deus.

O que um irmão deveria fazer quando a natureza carnal de outro irmão peca contra ele? Jesus disse: “Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe” (Lc. 17:3-4). Ele também disse: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mt. 6:14-15). Agora, isso certamente parece ser uma tarefa difícil, pois somos como um bebê em Cristo. Por isso é que todo cristão deve cultivar um crescimento contínuo do amor fraternal. E quando se vai amadurecendo, esta tarefa já não parece tão difícil.

O Apóstolo Paulo escreveu: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado” (Gl. 6:1).

Há um fato que todo cristão deve aprender. É que os cristãos, a despeito da sua maturidade, são vulneráveis a pecar! Enquanto os filhos de Deus estiverem cativos a esta natureza pecaminosa, eles poderão em dado momento ser vencidos pelo pecado, se deixarem ser levados pelas circunstâncias e enganados em suas mentes. É por isso que eles devem sempre, com toda diligência, guardar seus corações, mente, e espírito no caminho da justiça. O pecado estará sempre a espreita no percurso desta vida. Reconhecendo esta vulnerabilidade, os irmãos deveriam permanecer prontos para ajudar uns aos outros.

É uma coisa horrível assistir irmãos que dizem “sou mais santo do que você” atacarem como cachorros cruéis um irmão que foi vencido pelo pecado. Eles se colocam numa postura de piedade falsa, com justiça própria e arrogância, proclamando que nunca fariam tal coisa. Aqui está o problema, pois a Escritura diz: “vós que sois espirituais”. Sim, eles são religiosos, mas não são espirituais, se é que têm o Espírito de Deus.

A restauração de um irmão não deve ser feita com hipocrisia ou falsa piedade. Mas, com toda mansidão de espírito, o irmão considera que se não fosse a graça de Deus, ele também teria sido submerso no mesmo pecado, ou até em algo pior. Os irmãos em Cristo procuram restaurar com humildade, e o mais rápido possível, qualquer irmão ou irmã que tenha caído, fazendo isso com um afetuoso amor Cristão. Jesus disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo. 13:35).

Pontos para refletir:

  • Em referência ao amor fraternal, o que entristece o Espírito Santo de Deus?
  • Em Efésios 4: 31, qual o sentido da palavra “amargura”? E da “cólera” e “toda malícia”?
  • De acordo com Efésios 4:32, como você deveria agir com seus irmãos sendo um Cristão?
  • Quando alguém é salvo, ele se torna perfeito em todo caminho? Explique.
  • O que um irmão deveria fazer quando outro irmão peca contra ele?
  • Quando um irmão é vencido pelo pecado, o que os irmãos deveriam fazer?
  • Que tipo de irmão é preciso para se restaurar outros?

Lição 17

Versículo para Memorizar: Efésios 3:19

“E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.”

Leitura Diária:

Ore para ter entendimento destas verdades.

  • Segunda-feira – Marcos 12:28-44
  • Terça-feira – João 5:1-47
  • Quarta-feira – Apocalipse 2:1-7; 3:14-19
  • Quinta-feira – I Coríntios 13:1-13
  • Sexta-feira – Romanos 9:6-24
  • Sábado – Gênesis 18:17-19:38

Acrescentai ao Amor Fraternal: Caridade (Amor)

Parte I

I

Está escrito: “E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc. 12:29-31).

Deus é simplesmente maravilhoso em todos os Seus caminhos, para o louvor do Seu santo nome! Ele nunca pede ou dá ordens sem que nos forneça os meios. Isto fica bem evidenciado no uso da palavra Grega traduzida nessa passagem como “amor” e como “caridade” em nosso texto principal de I Pedro 1:7. A única diferença é que em II Pedro a palavra está na forma de substantivo e em Marcos está na forma de verbo. Porém, elas possuem a mesma raiz da palavra.

A única coisa especial, é que esta era uma palavra desconhecida para os escritores fora do Novo Testamento. Tem sido dito, que a palavra mais sublime utilizada pelos Gregos para descrever a palavra amor, era uma forma extremamente inferior a utilizada em nossos textos, e que nós estaremos examinando nas próximas duas lições. Ora, faz muito sentido quando alguém entende que o “amor” aqui considerado, tem sua origem no ser de Deus, e isto não é conhecido ou compreendido pelo mundo secular, nem o pode ser.

“Agape” (substantivo) e “agapaoo” (verbo) são essencialmente palavras Bíblicas. Elas são palavras usadas para descrever o sublime e santo amor proveniente de Deus, que tem sua origem em Deus, que pode apenas vir de Deus, e existe apenas com o propósito para o qual Deus tem ordenado e decretado para isso.

Uma pessoa só pode possuir e expressar esse amor quando Deus sincera e honestamente habita em seu interior. Apenas pelo novo nascimento, através do sangue do eterno Salvador e Senhor Jesus, é que alguém passa a ter uma comunhão íntima, passando a viver e a desfrutar deste santo amor “ágape”. Muitos fingem possuí-lo, mas “ágape” não pode coexistir com a falsidade. Este sublime e santo “amor” somente pode viver no meio da verdade. Não pode e não será contaminado, porque é a essência e a expressão do seu criador, o eterno, puro e santo Deus. Qualquer coisa menos do que isso, é uma fraude.

Esse sublime e santo amor é permeado com valores tais como: abnegação, devoção compassivo, boa vontade, benevolência, e fidelidade. Sua essência é divina e espiritualmente pura, nunca podendo ser atingida pelas enfermidades da carne. É de Deus, pertence a Deus, e a evidência da existência de um Deus puro e santo é manifestada através da vida de um cristão maduro.

Pontos para refletir:

  • Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
  • Qual é o segundo de todos os mandamentos?
  • O que o termo Bíblico “amor ou caridade” significa? Como isso se contrasta com a definição do mundo para essa palavra?
  • Por que este tipo de “amor” é único?
  • De onde vem esse amor?
  • Quem verdadeiramente possui e expressa esse amor?
  • Ele pode ser falsificado? Por quê?
  • Ele pode coexistir com a falsidade?
  • Esse amor é permeado com quais tipos de valores?
  • A carne pode infectar esse amor? Por quê?
  • Você pessoalmente possui e expressa esse amor?

II

Paulo o Apóstolo escreveu: “Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor (ágape), poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor (ágape) de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef. 3:17-19).

As palavras “estando arraigados” transmitem a idéia de uma planta que se enraíza para obter vida. A palavra “fundados” contém a idéia de um fundamento sobre o qual um edifício está sendo construído. Sendo assim, o cristão tem suas raízes ligadas a vida, no mais puro, sublime, e santo amor de Deus, e é sobre esse mesmo amor que sua vida futura e eternidade são construídas. Conseqüentemente, o cristão pode “perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade” do puro, sublime, e santo Soberano Amor e Soberana Graça de Deus, “e conhecer o amor de Cristo.”

Sem dúvida, esta verdade está além da compreensão de meros homens carnais. Todavia, este entendimento celestial e obra poderosa, é crucial para ser corroborado com toda a plenitude de Deus. Nenhum cristão é completo ou completamente maduro sem a compreensão e a obra poderosa desse amor “ágape” no homem interior, feita pelo Santo Espírito de Deus. Não existe crescimento sem ele. Ele é o principio e o fim; ele é meio para se chegar a tudo. Não se trata apenas de um mero conhecimento sobre o amor “ágape”; antes, é ter uma comunhão íntima com o Único, puro e santo em amor, ou o próprio “ágape”. Ágape é a coroa do desenvolvimento da fé dos cristãos. É o ser cheio de toda plenitude de Deus.

O Apóstolo Paulo também escreveu: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor (ágape), que é o vínculo da perfeição” (Cl. 3: 12-14).

O que é o vínculo da perfeição? “Ágape” é! Ele é o vínculo que mantém tudo perfeitamente em conjunto. A palavra “perfeição” significa completo, ou aquilo que atingiu seu estado pleno e completo. Então, o puro, sublime, e santo amor de Deus é o que mantém unidos todos os atributos que nós temos estudado no capítulo anterior, impulsionando o cristão em direção ao seu destino final e completo – a plenitude de Deus. Ele está sendo conforme a imagem de Cristo, uma exibição do Pai celestial. O Apóstolo Paulo expressou isso dessa maneira: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl. 2:20). Ágape capacita o cristão a restringir e a negar-se a si mesmo, para que Cristo possa viver nele e no seu interior. O amor de Deus brilha através disso.

Pontos para refletir:

  • Quando Cristo habita no interior do Cristão, em que ele fica enraizado e fundamentado?
  • O que isso capacita o cristão a compreender e conhecer?
  • Alguém pode ser completo em Cristo sem “ágape”?
  • Qual é a coroa do desenvolvimento da fé de uma pessoa?
  • Qual é o vinculo da perfeição?
  • O que isso une?
  • O amor de Deus “ágape” brilha através de você?

III

Nosso Senhor Jesus disse: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam; E não quereis vir a mim para terdes vida. Eu não recebo glória dos homens; Mas bem vos conheço, que não tendes em vós o amor (ágape) de Deus” (Jo. 5:39-42).

Jesus disse isso àqueles que pensavam ter a vida eterna, mas Ele sabia a verdade sobre eles. Eles não tinham aquele puro, sublime e santo amor de Deus, que é absolutamente essencial na salvação originada dos céus. Conseqüentemente, sem ágape, eles não tinham o Deus Único e Eterno habitando neles, porque Deus é Ágape, e Ágape é Deus. Isso é muito simples, se alguém não tem o amor de Deus, é porque Deus não habita nele, e ele não tem a vida eterna. Sim, Jesus estava falando com aqueles que tinham a sua própria religião, mas estavam vazios de Deus, vazios de Ágape, vazios de um Salvador, e vazios da vida eterna.

O problema da religião é fato dela ser completamente destituída do puro, sublime e santo amor de Deus. Não há ninguém mais irado e depravado do que uma pessoa religiosa, pois ele deseja ter aquilo que não pode possuir, e detesta ver isso nos outros. Deus é soberano sobre “ágape”, e Ele dá isso a quem Ele deseja. Isso não pode ser comprado ou adquirido pelos esforços do homem.

O Emanuel era Deus conosco na terra. A semelhança de Cristo é a evidência de que Deus habita naquele que professa ser um cristão. Ágape é a plenitude dessa evidência. Onde Cristo está, “ágape” está, e onde “ágape” está, Cristo com toda certeza estará ali também. Essa é a plenitude de Deus.

Só podemos compartilhar aquilo que temos, não o que não temos. Quando o amor de Deus opera, produz salvação, através do sangue do Cordeiro. Quando o cristão manifesta exteriormente o “ágape” interior, ele dá provas convincentes de que é um participante da natureza de Divina, que é a nova criatura, nascida da graça de Deus. Ágape brilha nas trevas, clamando Graça, Graça, toda a Sua soberana Graça! Ela reconhece que a salvação pertence á Deus, abandonando completamente sua própria religiosidade. É nas Santas Escrituras que descobrimos que é apenas pelo soberano exercício de um Deus “ágape” que podemos ser iluminados no conhecimento e salvação de Jesus Cristo.

Pontos para refletir:

  • Por que Jesus disse para as pessoas religiosas examinarem as Escrituras?
  • O que Jesus disse que conhecia sobre os religiosos?
  • “Ágape” é essencial na salvação?
  • Quem é soberano em todo aspecto de “ágape”?
  • Alguém pode possuir “ágape” sem ser salvo?
  • “Ágape” pode ser separado de Jesus Cristo?
  • Como alguém é iluminado para a vida eterna?
  • Você tem experimentado o amor de Deus pessoalmente?

IV

O Senhor Jesus disse à igreja em Éfeso: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor (ágape)” (Ap. 2:4).

A palavra “deixaste” significa abandonar ou deixar o cuidado de alguém. A palavra “primeiro” carrega a idéia de primeiro em honra e dignidade, primeiro em ordem, ou de primeira importância. Portanto, a igreja em Éfeso não foi cuidadosa em manter “ágape” em uma posição de elevada importância nas atividades da igreja. Eles estavam muito ocupados em fazer o trabalho da igreja, ao invés de fazer o trabalho que Deus havia dado para a igreja. O puro, sublime e santo amor de Deus, tinha perdido a sua posição de dignidade, sendo rebaixado a uma posição obscura. Ele já não ocupava mais o primeiro e o principal lugar em todas as coisas da igreja. Eles cessaram de cultivá-lo com grande cuidado e honra.

O testemunho do amor de Deus, demonstrado através de Jesus Cristo, que é o poder de Deus para salvação, tinha sido colocado de lado, em detrimento de outras coisas. Outras coisas relacionadas à igreja se tornaram mais importantes do que o testemunho do amor de Deus através de Cristo. Por causa disso, se a igreja em Éfeso não se arrependesse, se reintegrando novamente a sua posição de dignidade no “ágape” de Deus, eles estariam em grande perigo de ter o castiçal (Espírito Santo) removido da igreja. Eles não seriam mais reconhecidos como uma Igreja Neotestamentária do Senhor Jesus Cristo. Isso realmente seria uma atitude muito séria e grave tomada pelo Senhor.

Entretanto, devemos entender que destronar o testemunho do “ágape” de Deus, para fora do seu lugar de honra, como o principal trabalho da igreja, é um pecado extremamente grave contra Deus e contra o Senhor Jesus Cristo. Como ousaria qualquer cristão negligenciar uma tão grande salvação?

Que nenhum cristão sincero seja culpado de destronar o grande amor de Deus! Todo cristão deve estar bem fundamentado e enraizado neste amor, conhecendo-o, exaltando-o e se revestindo dele, para que todos possam contemplá-lo, a fim de que toda a honra e glória possa ser dada para Deus, através do sangue do Cordeiro. Esse é o propósito de todo eleito de Deus. É por isso que Jesus disse: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas…” (At. 1:8). “Ser-me-eis”, revela uma ordem divina, e ela não deve, não pode, e não escapará aos olhos de Deus. Ágape deve estar de forma permanente sobre o trono do coração e da vida da igreja do Senhor Jesus Cristo. Ele deve, o tempo todo, ocupar e manter esse lugar de honra, dignidade, e importância para todo cristão.

Pontos para refletir:

  • Em Apocalipse 2:4, o que o termo “deixaste o primeiro amor,” significa para o cristão e para a igreja?
  • Há alguma atividade na igreja mais importante do que o testemunho do amor de Deus em Jesus Cristo?
  • Geralmente, o que acontece quando uma igreja fica muito ocupada em fazer o trabalho relacionado a igreja?
  • Quando uma igreja minimiza a posição do “ágape” em seu meio, qual é o aviso do Senhor Jesus Cristo para essa igreja?
  • Quando o Espírito Santo é retirado da igreja, pelo Senhor, o que acontece com a posição dessa Igreja diante de Deus?
  • Quando uma igreja reconhece sua culpa em negligenciar o “ágape” de Deus, o que deve ser feito?
  • A igreja que você freqüenta tem destronado “ágape” do seu lugar de honra, dignidade, e importância?
  • Você tem culpa de isso estar acontecendo?
  • Quais são algumas coisas que você pessoalmente pode fazer para assegurar que “ágape” nunca seja destronado em sua igreja?

V

O Apóstolo Paulo escreveu: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor (ágape), nada disso me aproveitaria” (I Co. 13:1-3).

Note que o termo “e não tivesse” aparece três vezes nesses versos. A palavra “tivesse” significa ter e manter no sentido de uma possessão contínua. A ênfase não está na exibição de “ágape”, mas em possuir a “ágape”. Quando alguém não “tem” o ágape de Deus, ele é vazio, vazio de todo relacionamento com Deus. Alguém pode aparentemente possuir todos os atributos sagrados dos capítulos anteriores, todavia, se eles não forem semeados e cultivados no terreno do puro, sublime, e santo amor, tudo isso terá sido em vão. Lembre-se, ágape é o vínculo que mantém tudo perfeitamente em conjunto. O amor de Deus deve primeiramente fazer parte da nossa vida, antes que sejamos capazes de expressar exatamente esse amor, através de todas as coisas que falamos ou fazemos. Como está escrito: “Todas as vossas coisas sejam feitas com amor (ágape)” (I Co. 16:14). Toda ação do cristão e da igreja deve ser feita com o puro, sublime, e santo amor de Deus. Tal ação não existe se não temos ágape.

Referindo-se ao tipo de cristãos que encontraremos nos últimos dias, Jesus disse: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor (ágape) de muitos esfriará” (Mt. 24:12). Desde que os cristãos são os únicos que possuem o “ágape”, a passagem adverte aos cristãos, da possibilidade do puro, sublime, e santo amor, que está sob custódia deles, esfriar. O motivo pelo qual ele se tornará frio, é que haverá uma abundância da licenciosidade. Isso é exatamente o que aconteceu com Ló em Sodoma e Gomorra (Leia Gênesis 18 e 19).

Jesus também advertiu a igreja em Laodicéia, daquilo será típico na maioria das igrejas nos últimos dias, dizendo: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap. 3:15-16). Em essência, Jesus está dizendo que eles tinham destronado ágape e o relegado a uma posição de menos importância. A Igreja não o havia banido totalmente, mas ele havia se tornado menos nobre do que o ganho material. O entusiasmo deles, pelo amor de Deus e o testemunho de Cristo, tinha se esfriado, levando-os á indiferença. Jesus disse que isso era o suficiente para fazê-Lo vomitar. A igreja se tornou indiferente na causa de Cristo e no principal trabalho do Reino de Deus.

Isso é estranho, não é? Porém, isto ilustra muito bem a maioria das igrejas dos nossos dias. Essa época poderia ser um cumprimento de tudo o que foi dito a igreja em Laodicéia? O “ágape” de Deus tem se esfriado pelo sopro dos ventos da licenciosidade?

Lembre-se, o Senhor Jesus disse: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás (ágape) o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc. 12:30-31).

Quando Deus nos dá uma ordem, Ele também nos dá os meios para cumpri-la, porém, primeiro devemos possuir o “ágape” antes que possamos viver com ele. O problema surge quando o cristão não o preserva em num lugar de honra e dignidade, deixando-o exposto aos ventos frios do pecado. Se você o possui, guarde-o! Mantenha-o sobre o trono do seu coração e nunca se esqueça da sua eterna importância. Cultive e cuide dele com todo cuidado, e ele o ajudará a servir bem o Mestre.

Pontos para refletir:

  • Você tem e preserva o “ágape”?
  • Qual é a ênfase de I Coríontios 13:1-3?
  • Alguém pode verdadeiramente ter os atributos dos capítulos anteriores sem “ágape”?
  • Com o que os cristãos e igrejas devem se conduzir em todas as coisas? Por quê?
  • O que acontece quando o amor de um cristão tornar-se frio?
  • Por que Ló perdeu o poder de testemunhar aos seus parentes em Sodoma?
  • Qual era o tipo de problema da igreja em Laodicéia?
  • Como a igreja em Laodicéia pode ser comparada com a maioria das igrejas de hoje?
  • Como ela se compara a sua igreja?
  • O que você, como cristão, pode fazer para preservar e manter o “ágape” de Deus em sua vida e igreja?

Lição 18

Versículo para Memorizar: I João 4:10

“Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.”

Leitura Diária:

Ore para ter entendimento destas verdades.

  • Segunda-feira – Lucas 11:33-44
  • Terça-feira – João 17:1-26
  • Quarta-feira – Mateus 9:18-38
  • Quinta-feira – Romanos 8:28-39
  • Sexta-feira – Lucas 6:20-49
  • Sábado- Lucas 7:36-50

Acrescentai ao Amor Fraternal: Caridade (Amor)

Parte II

I

Está escrito: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha…” (I Co. 13:4-8).

A passagem acima é uma entre muitas na Bíblia que nos dá um retrato expressivo da vida de Jesus Cristo. Ágape é a verdadeira essência do Cordeiro de Deus. Portanto, é somente este puro, sublime e santo amor, que seguramente mantém unido tudo aquilo que é necessário para a maturidade Cristã. É também o melhor meio pelo qual se demonstra a realidade da presença de Cristo, e a nova natureza divina no interior do cristão. Ágape é a prova concreta de que Deus está verdadeiramente entronizado no coração e na vida daquele que crê. A única maneira pela qual alguém pode adequadamente expressar Ágape, é genuinamente possuir Jesus.

Ora, não há duvidas de que muitas pessoas tentam falsificar esse santo amor de Deus. Através de suas próprias idéias, eles seduzem a si mesmos na crença de que imitar e fazer, torna isso real. Então, eles ensaiam o jogo da religião com a expectativa de ganhar o prêmio, ou seja, o amor de Deus e salvação. Os hipócritas deste mundo nunca poderão fazer com que o amor de Deus se torne uma realidade. Não está escrito? “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;” (Ef. 2:8-9) É pela graça e não pela falsidade das obras. Qualquer coisa que se pareça com a graça, não passa de uma mera e pobre imitação, na melhor das hipóteses.

Ágape é instantâneo, mas não é espontâneo. Ele nos é concedido por determinação e pelo conselho eterno de Deus. Ele não é um prêmio ganho por acidente ou por alguma obra do destino, nem por alguma palavra mágica ou mero repetir de palavras. Ele traz vida onde havia morte, pela soberana vontade de Deus (Leia Romanos 9). Ágape vem com a plenitude de vida e uma fonte de energia divino. Ele é como um fogo queimando no interior dos ossos, mantendo sua chama acesa no interior de todos os santos de Deus.

Pontos para refletir:

  • Descreva o amor de I Coríntios 13:4-8. Como é revelada na Bíblia?
  • Por que ele é necessário para a maturidade cristã?
  • Qual é a única evidência que pode convencer a outros de que você é verdadeiramente um crente em Jesus Cristo?
  • Ser religioso faz com que o amor de Deus se torne uma realidade na vida de uma pessoa? O que fará?
  • De acordo com Romanos 9, como é que o “ágape” (Salvador) de Deus vem fazer parte da vida de uma pessoa?
  • Você sente esse amor de Deus queimando no seu interior?

II

É o puro, sublime, e santo amor de Jesus que o levou a ter compaixão das multidões “porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor” (Mt. 9:36). Foi o “ágape” que curou o doente, limpou o leproso, deu vista aos cegos, ressuscitou os mortos e lançou os demônios em tormento. Foi “ágape” que levou Jesus a se entregar para ser levantado entre os céus e a terra, como um Cordeiro Sacrificial de Deus, por aqueles escolhidos antes da fundação do mundo. A altura e a profundidade desse grande e eterno amor não têm medida. Todo pensamento e ação do Senhor Jesus foi e está fundamentado nesse puro, sublime e santo amor.

É com esse amor “ágape” no qual verdadeiro cristão é submerso na vivificação. Ágape é o Alfa e Ômega de tudo o que somos na mente e no coração do Pai, através do sangue e do sacrifício, em cheiro doce e suave, do Parente Remidor. O Soberano ágape, bate no coração do Único Deus Eterno, impulsionando a Sua graça para predestinar, chamar, justificar e glorificar aqueles chamados segundo o Seu eterno propósito (Rm. 8:28-29). Mesmo quando não há um motivo ou razão, Seu amor considera o abismo de morte em que se encontra os seus corações, dando vida onde não há esperança ou mérito de vida. Pelo o conhecimento das Santas Escrituras, nós podemos compreender que o que move a graça soberana, não é o que o homem poderia realizar, mas tão somente o Soberano amor “ágape” de Deus. É esse amor que mantém acesa a eterna chama no interior dos corações de toda nova criatura nascida de Deus. Ele é a própria presença de Deus.

Onde o Espírito Santo de Deus se faz presente, haverá sempre o amor “ágape”, pois é a própria essência e natureza do Espírito de Deus. Ele ilumina com amor, convence do pecado com amor, convence da justiça com amor, convence do julgamento futuro com amor, dá o dom da fé com amor, dá o dom de arrependimento com amor, e ensina toda a verdade da Palavra de Deus com amor. Como pode ser possível, que um filho nascido do amor de Deus, despreze Sua Santa Palavra, ensinada pelo Seu Espírito com tanto amor?

Está escrito que: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm. 8:26). A palavra “gemidos” se refere àquilo que não pode ser expresso em palavras. Quando um cristão é vencido na sua resistência contra o pecado, isso entristece o Espírito Santo. Ele é ferido em Seu amor “ágape”, porém, mesmo em Sua tristeza, o Espírito Santo ainda intercede pelo cristão. Contudo, a devastadora agonia infligida ao Seu amor “ágape” causa gemidos inexprimíveis no ouvido do Pai, que não podem ser expressos nem pela mente e nem pela boca humana. Mesmo sendo entristecido, o Espírito nunca abandona os filhos de Deus por causa de sua fraqueza. Ele é fiel para nos ajudar a qualquer momento que tenhamos necessidade, com um puro, sublime, e santo amor.

Pontos para refletir:

  • O que impulsiona a graça soberana?
  • Que tipo de amor é o do Pai? Explique.
  • Que tipo de amor é o do Filho? Explique.
  • Que tipo de amor é o do Espírito? Explique.
  • Com que tipo de amor são gerados os filhos de Deus?
  • O que move Deus a predestinar, chamar, justificar e glorificar aqueles que foram dados a Cristo antes da fundação do mundo? (Rm. 8:28-29; Ef. 1:4-14).
  • O que moveu Jesus a ser o Cordeiro Sacrificial?
  • O que move o Espírito Santo a selar o cristão até o dia da redenção?
  • O que motiva o Espírito Santo a interceder a favor dos cristãos, mesmo quando Ele está sofrendo pelos pecados deles?
  • O que deveria motivar todo cristão a ser fiel, obediente, e esforçado em resistir contra o pecado?
  • De que maneira você faz isso em sua vida? Onde você pode melhorar?

III

O Apóstolo Paulo escreveu à Igreja em Corinto: “Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos (v. agapaoo) cada vez mais, seja menos amado (v. agapaoo)” (II Co. 12:15).

O amor “ágape” está acima e além da medida normal do amor natural e humanista. Esse amor que procede do íntimo de Deus, levou Paulo a sentir um grande prazer pela oportunidade de ser usado nos interesses do Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Paulo dedicou e gastou sua vida na pregação da verdade a respeito do Senhor da Glória. Não havia nada de maior valor, nem tão distante, nem sofrimento tão severo, e nem serviço tão difícil que ele não se dispusesse a fazer pelo seu Salvador. O amor de Deus “ágape”, derramado em seu coração, nunca falhou em guiar e motivar o Apóstolo Paulo. Ágape é o amor incondicional e sem reservas que se deixa gastar em benefício de outros. Podemos ver isso na vida do Senhor Jesus.

Paulo descreveu claramente o sentido de ágape quando escreveu: “Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma. Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm. 1:14-16). Este amor inflamava seu zelo pelo Evangelho. Ele era o puro, sublime, e santo amor de Deus dedicado ao testemunho de Jesus Cristo e Sua crucificação.

Ágape faz com que todo cristão verdadeiro seja consciente da dívida que temos para com toda humanidade de testemunhar de Jesus Cristo, sem considerar quem eles são, onde eles estão, ou o que eles são. Isso não quer dizer que alguém mereça ou que Deus lhe deve alguma coisa. É o amor de Deus que motiva o cristão a cumprir o dever de pregar o Evangelho, como está escrito, “…porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (I Jo. 4:7-8).

O apostolo Paulo também deu um aviso, “O amor seja não fingido” (Rm. 12:9). “Não seja fingido” significa não ser ou agir como hipócrita. O ágape verdadeiro começa com aquilo que procede do céu e se manifesta em nosso interior. Assim que um bebê recém-nascido em Cristo passa a ser alimentado por ágape, ele começa a crescer e se parecer com Cristo. Através de sua natureza divina, ágape naturalmente resplandece sua luz diante dos homens. Apesar disso, muitos têm e vão tentar imitar esse puro e santo amor de Deus, mas na melhor das hipóteses, é um esforço em vão. O problema é: como alguém pode duplicar aquilo que não conhece? A carne não pode reproduzir um atributo de Deus. O melhor que alguém poderia fazer é produzir uma emoção humanista, ignorante, e hipócrita.

Interpretação cai bem num teatro, mas não no Reino de Deus. Os irmãos precisam e merecem desfrutar do verdadeiro amor celestial, não de hipocrisia. Tendo experiência pessoal neste assunto, o Apostolo Paulo escreveu assim: “Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados” (I Pe. 4:8). Nos planos de Deus, Ágape vai muito além do próprio “eu”, pois ele não será de nenhum valor para outros, se permanecer escondido. Foi pelo santo amor que Deus enviou Seu único Filho ao mundo. Por este santo amor Jesus foi obediente, morrendo na cruz como Cordeiro de Deus. É no santo amor que o Espírito Santo vivifica aqueles que estão mortos em ofensas e pecados. É este mesmo santo amor que faz com que o cristão tenha amor aos perdidos e devoção aos irmãos.

Pontos para refletir:

  • Qual é a origem do amor “ágape”?
  • Por que o Apóstolo Paulo se deixou gastar de boa vontade no testemunho do Evangelho de Jesus Cristo?
  • Por que Paulo desejava ser usado em benefício de outros?
  • O que inflamava o zelo de Paulo pelo testemunho do Evangelho?
  • O que conduz todo cristão a testemunhar?
  • De acordo com I João 4:7-8, alguém pode honestamente ser salvo se não tem amor santo? Explique.
  • Quando Paulo escreveu, “O amor não seja fingido,” o que ele quis dizer?
  • Como esse amor “ágape” se aplica à sua vida?
  • Como esse amor “ágape” se aplica à sua igreja?

IV

O Apóstolo Paulo escreveu: “E o Senhor vos aumente, e faça crescer em amor (ágape) uns para com os outros, e para com todos, como também o fazemos para convosco; para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo com todos os seus santos” (I Ts. 3:12-13).

O amor “ágape” é o começo, o fim, a plenitude, e o fator que une tudo o que se relaciona a semelhança de Cristo. É por isso que todo cristão deve crescer e abundar nisso, não apenas para beneficiar os cristãos, mas também toda humanidade. Esse é o maior testemunho da presença e da graça de Deus no homem. Os cristãos se mantém unidos no Espírito pela ação de ágape. O testemunho do Evangelho é propagado a toda criatura pelo zelo de ágape. Tudo é ligado e estabelecido por ele, de modo que o coração do crente possa se apresentar inculpável e em santidade diante de Deus.

Agora, por outro lado, o cristão não crescerá e nem abundará nesse puro, sublime, e santo amor, se estiver em pecado ou em desobediência para com Deus. Alem disso, seu coração não será estabelecido, nem atingirá a maturidade plena, que o Pai propôs para Seus filhos.

A caridade e o santo amor divino procede apenas de um coração puro. Caridade é sacrificar a si mesmo em amor. É colocar o “eu” de lado, para que Cristo possa ser engrandecido pela vida ou pela morte. O Apóstolo Paulo escreveu para a igreja em Roma: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm. 12:1). Ágape é um amor que se entrega ao sofrimento, e até mesmo a morte, a fim de que alguns possam conhecer Jesus, o Cristo, o filho do Deus vivo. Sendo assim, a caridade não é o romper de uma emoção impulsiva, nem segue inclinações humanísticas naturais, “porque, qual ele é, somos nós também neste mundo” (I Jo. 4:17). Esse mundo não pode compreender a realidade de Jesus Cristo, nem pode entender esse amor, que é a personificação do Cordeiro de Deus. Todavia, é por esse santo amor que o verdadeiro cristão voluntariamente se apresenta como um sacrifício vivo, santo, que é agradável a Deus. A Bíblia nos diz: “que é o vosso culto racional”, o que nos leva a concluir, que não fazer isso, é ser irracional no serviço que prestamos a Deus.

Pontos para refletir:

  • Qual é o significado para “crescer em amor”?
  • De acordo com I Ts. 3:13, por que é dito aos cristãos crescerem em amor?
  • O que promove a união em Espírito entre os cristãos?
  • Como o zelo do Evangelho se relaciona com ágape? Explique.
  • Você é um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus?
  • Deus recebe de você um culto racional e aceitável?
  • Cite algumas maneiras pelas quais você poderia melhorar seu culto.

V

Quando o amor de Deus, derramado no coração do cristão, é compartilhado com os homens, não se trata de um amor mundano, mas sim de um testemunho do amor proveniente da soberana graça de Deus em Jesus. O amor “ágape” não muda ou compromete a verdade da Santa Palavra de Deus, numa suposta tentativa de ganhar as almas perdidas. Seria muito mais fácil para o homem transformar o sol em gelo, do que ágape negar ou distorcer a inspirada Palavra de Deus. Por causa dessa paixão pela verdade, ágape sofre todas as coisas, a fim de que a verdade da soberana graça de Deus, através de Jesus Cristo, seja precisamente revelada ao homem.

O amor piedoso entende que o homem não é perfeito e que ele está cheio de pecados. No entanto, ele vai ao encontro do homem pecador com o testemunho do Santo e Justo Salvador. Ele se lembra: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). Ele não faz suposição de quem foi dado a Cristo antes da fundação do mundo, mas dá testemunho a toda criatura.

Eu seriamente duvidaria de qualquer um que tivesse assumido que Saulo de Tarso era um eleito de Cristo. A quem um eleito é semelhante antes de ser vivificado das suas ofensas e pecados? Há alguma marca ou característica para dintingui-lo da multidão? Nem sequer temos alguma pista disso! É por isso que o puro, sublime, e santo amor é ativo no seu testemunho do Evangelho para todo homem.

Jesus disse: “Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai (v. agapaoo) a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam… E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam…Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus” (Lc. 6:27-28, 32, 35).

Note, Jesus não disse que devemos concordar ou fazer parte daquilo que eles estão fazendo. Ele não disse que devemos dar o troco, em retaliação ou vingança. Ele disse que devemos responder as suas ações com o aquilo que manifesta a essência de Deus, ou seja: o santo amor. Os filhos de Deus devem dar um testemunho fiel do Deus vivo e do Senhor Jesus Cristo. Infelizmente, esse testemunho do santo amor será a única coisa que alguns verão, pois jamais experimentarão o ágape do Eterno Deus.

O Apóstolo Paulo escreveu à Timóteo: “Ora, o fim do mandamento é o amor (ágape) de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.” (I Tm. 1:5). Quando alguém recebe o ágape de Deus no seu interior, o “eu” morre para dar lugar a Jesus, brotando naturalmente um interesse altruísta pelos outros. Ágape vive e respira esse desejo de testemunhar do Redentor para as almas dos homens. Ele reflete o Cordeiro de Deus. Ele está sempre atento as palavras de Paulo, “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto” (II Co. 4:3).

Pontos para refletir:

  • Quando o amor de Deus é derramado em nossos corações, o que ele revela aos homens?
  • Como ágape trata a Palavra de Deus?
  • Por que ágape, no cristão, não faz suposições distinções quanto ao testemunho de Cristo?
  • A quem os eleitos se assemelham antes de serem vivificados pelo Espírito de Deus? Há alguma maneira de identificá-los?
  • De acordo com Mateus 28:19 e Marcos 16:15, para quem os cristãos devem testemunhar do evangelho de Jesus? Isso é consistente com amor “ágape”?
  • Como é que todo cristão lida com seus inimigos? Por quê?
  • De acordo com I Timóteo 1:5, de onde procede o amor? Você crê que isso seja verdade?
  • O que acontece quando um cristão não dá testemunho do Evangelho, ocultando-o no seu interior?
  • Quais são algumas coisas que você pode fazer para garantir que o Evangelho nunca seja ocultado em você ou na igreja?

VI

Está escrito: “… sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor (ágape), no espírito, na fé, na pureza” (I Tm. 4:12). Não é apenas responsabilidade do pregador ser um exemplo do que é ser um cristão. É um dever de todo filho de Deus, demonstrar a obra autêntica do Espírito Santo, tanto interior quanto exteriormente, a qual faz parte da vida de todo aquele que é nascido da natureza divina de Deus. Todo pensamento deve ser levado cativo à “obediência de Cristo” (II Co. 10:3-6). Isso não é feito só de boca, mas pela ação do amor ágape no coração. Ágape se esforça para dar pleno testemunho da semelhança de Cristo e do coração do Pai.

Esse puro, sublime, e santo amor é o começo da vida do cristão, e é a plenitude da eternidade no cristão. É o Alfa e Ômega do verdadeiro Cristianismo. É Deus no homem, e Deus expresso através do homem. O santo amor é o que junta e mantém unido todos os atributos de Deus, os quais Ele espera que faça parte de toda alma nascida do Santo Espírito, através do sangue do Seu Filho Jesus. Isso trará maturidade à semente incorruptível.

Irmãos, põem nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, E à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, E à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (II Pe. 1:5-7). O cultivar desses preceitos de Deus faz com que o Cristão amadureça, produzindo os frutos do Espírito Santo, que é o objetivo final de todo aquele que é nascido de Deus.

Pontos para refletir:

  • Como um cristão, em que você é deve ser um exemplo? Por quê?
  • O pregador é a única pessoa que deve dar um bom exemplo do Evangelho?
  • Todo pensamento e ação devem ser levados a quê? (II Co. 10:5). Porque você considera isso importante?
  • Você vê alguma área na qual você e sua igreja poderiam melhorar em suas responsabilidades, sendo assim um exemplo? Explique.
  • Você pessoalmente deseja melhorar o seu relacionamento com Deus e com o Senhor Jesus?
  • Quando você pode começar?

Lição 19

Versículo para Memorização: II Pedro 1:10

“Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.”

Leitura Diária:

Ore para ter entendimento destas verdades.

  • Segunda-feira – II Pedro 1:1-14
  • Terça-feira – I Pedro 2:1-25
  • Quarta-feira – João 6:22-69
  • Quinta-feira – Efésios 1:1–2:10
  • Sexta-feira – Romanos 8:28-39
  • Sábado – Romanos 9:1-33

A Conclusão do Assunto

I

“Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.” II Pedro 1:8

[Porque…se estas coisas] – A palavra “porque”, usada nessa passagem, tem a finalidade de expressar a razão daquilo que foi dito anteriormente. Desse modo, seria dizer: “O fato é”; se fé, virtude, conhecimento, temperança, paciência, piedade, amor fraternal e amor “houver e abundarem em vós…” Porém, por outro lado, se isso não “houver e abundarem em vós”, então você será ocioso e infrutífero no conhecimento do nosso Senhor. Essa passagem nos ajuda a entender a necessidade desses atributos para o cristão. O cristão não foi chamado para ser um eterno bebê em Cristo. Portanto, Pedro enfatiza o quanto estas coisas são primordiais para o crescimento do cristão em seu relacionamento com o Senhor Jesus.

Ora, a questão é colocada diante do cristão de maneira condicional, ou seja: “se estas coisas” estiverem e abundam nele. É estranho, mas o homem pode ser muito presunçoso a respeito do seu relacionamento com Deus, porém, a evidência disso está na ausência ou presença dessas coisas no seu interior. O Apóstolo Pedro exorta os cristãos a serem diligentes nesta obra de acrescentar estas virtudes ao dom da fé salvadora, a qual nos foi dada graciosamente. Essas coisas que foram listadas para os cristãos, são elementos essenciais para o cultivo da fé do cristão em Deus e no Senhor Jesus Cristo.

[Em vós houver e abundarem] – A palavra “abundar” significa florescer. O que pode haver de bom em um bebê que se recusa a acrescentar estas virtudes a sua fé em Deus e em Jesus? Qual o valor dele aqui na terra ou lá no céu? Pastores e igrejas ficam sobrecarregados em ter que mimá-los e pacificá-los. Alguns se recusam a fazer qualquer coisa, exceto ficar sentado e chupando o dedo, enquanto outros se comportam como bebês chorões, sempre criando confusão e desordem. Eles minam a causa de Cristo e o crescimento de outros irmãos. Se eles crescessem em virtude, as igrejas e pastores ficariam mais focados no trabalho do Senhor. O Pai ordena aos Seus filhos que cresçam em maturidade, até que atinjam aquele propósito estabelecido por Ele. Qualquer coisa menos do que isso, é negligência espiritual.

[Não vos deixarão] – A palavra “deixarão” transmite a idéia de “torna-se ou constituir-se.” Em outras palavras, se essas coisas estão presentes e florescendo em você, elas farão de você aquilo que você deve ser diante de Deus. A aplicação dessas coisas faz com que o verdadeiro Cristão amadureça. Portanto, cada cristão deve ser diligente em cultivar esses atributos.

[Ociosos] – A palavra “ociosos”, no Grego, significa: “não trabalhar ou estar desocupado”. Quando alguém é aquilo que deveria ser, como um Cristão maduro, isso o leva a estar sempre ativo na obra e no Reino de Deus. O velho ditado, “Mente vazia é oficina do Diabo” é uma verdade absoluta. Mente e corpos ociosos abrem as portas para uma multidão de tentações depravadas. Jesus deixou algumas palavras apropriadas para todos nós quando Ele disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo. 5:17). E mais essas: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo. 9:4). Note, o Pai trabalha, o Senhor trabalha, e Ele certamente espera que todo cristão trabalhe no Reino do trabalho. Trabalho, trabalho, trabalho é o remédio certo para a ociosidade e fecha as portas para a oficina do Diabo. Irmãos, precisamos urgentemente estar envolvidos nos negócios do nosso Senhor.

[nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo] – Sendo o que deveríamos ser, porque essas coisas estão em nosso interior, nos amadurecendo, faz com que os frutos do conhecimento e da comunhão com Jesus apareçam de forma clara e evidente. O Apóstolo diz: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo; Se é que já provastes que o SENHOR é benigno” (I Pe. 2:2-3). Crescer no conhecimento de Jesus produzirá frutos espirituais, por causa da natureza deste conhecimento. O conhecimento produzirá frutos que geram mais conhecimento.

Assim como o leite é essencial para o crescimento do bebê, assim também o leite da palavra é importante para o crescimento daquele que é nascido do Espírito. Embora isso seja uma verdade, é também verdade, que permanecer somente tomando leite, atrasará a maturidade do bebê. Ele precisa ser introduzido a uma dieta de alimentos mais fortes. Foi sobre este fato que o Apóstolo escreveu estas palavras para a Igreja em Corinto: “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?” (I Co. 3:1-3). Chega uma hora em que todo cristão deveria ser tirado do leite e conduzido a carne da palavra. Existem muitos bebês espirituais nas igrejas que precisam de uma mudança drástica em sua dieta espiritual. Suas chupetas e mamadeiras precisam ser tiradas a fim de que experimentem um dieta de alimento mais sólido. Se “estas coisas” estiverem florescendo no interior do cristão, ele se tornará tudo aquilo que Deus planejou para ele. Ele estará trabalhando, produzindo frutos e amadurecendo no conhecimento do Senhor Jesus. O cristão se tornará um participante em vez de um mero espectador.

Pontos para refletir:

  • Por que “estas coisas” são tão críticas para o crescimento espiritual de alguém?
  • Liste as oito coisas que devem estar e florescer no interior do cristão.
  • Como você pessoalmente se avalia no cultivo da fé que lhe foi dada?
  • Você tem experimentado a graça do Senhor? Explique.
  • Porque os pastores e igrejas sofrem algumas vezes em seu trabalho com bebês espirituais que se recusam a crescer?
  • Por que seria uma negligência não cultivar sua fé?
  • Ociosidade é o quê? O que Jesus disse que Ele e o Pai fazem? O que você supõe que deva fazer?
  • Qual é a diferença entre o leite da palavra e a carne da palavra? Qual deve ser o seu tipo de alimentação? Você está se alimentado dela?

II

“Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.” II Pedro 1:9

[Aquele em quem não há estas coisas é cego] – O cristão em que essas coisas, (fé, virtude, sabedoria, temperança, piedade, amor fraternal, e caridade) não estão presentes, é espiritualmente cego. Ele é com um homem cego tateando para encontrar a passagem segura no abismo das trevas, temendo cada golpe, cada passo, cada movimento que possa trazer dano a ele. Ele não tem visão, luz, paz e descanso. Ele medrosamente tenta alcançar o seu propósito final, mas está sem direção ou visão para enxergar o caminho. Ele não pode ver as realidades das suas inabilidades e extrema fragilidade.

A cegueira espiritual faz com que alguém tropece na escuridão, prejudicando seu irmão. Está escrito: “Mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos” (I Jo. 2:11). Contudo, se amor fraternal estivesse presente e florescendo no interior, não haveria ocasião para se tropeçar no escuro.

A cegueira espiritual não é devastadora apenas para o próprio indivíduo, ela é também prejudicial também á igreja. Jesus disse para a igreja em Laodicéia: “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap. 3:16-17). A cegueira deles impediu que eles vissem o que Jesus via, ou seja; o verdadeiro estado doença espiritual em que se encontravam. Isso era o suficiente para fazer com que o Senhor ficasse enojado e a ponto de vomitar. Quando faltam “estas coisas” no cristão, isso provoca náuseas no Senhor Jesus.

[nada vendo ao longe] – Este tipo de carência faz com que o cristão se torne egoísta, pois ele não consegue enxergar nas trevas. Ele não pode ver o panorama completo. Ele não pode ver que o Reino de Deus não gira apenas em torno dele. Não é capaz de ver o que ele precisa ver, ele (em ignorância) assume a atitude do Fariseu: “sou mais santo do que você”, se cobrindo com a capa da autopiedade. Sua visão é obstruída pelo “eu”, dessa forma, ele não é capaz de levantar seus olhos e olhar corretamente para a causa de Cristo. O “eu” é tudo o que há de mais importante para ele. Essa é uma evidência clara da falta de maturidade Cristã.

[havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados] – Quando alguém é espiritualmente cego, ele não é cego apenas quanto aos seus passos, mas ele é igualmente cego quanto ao lugar que ele ocupa. Ele não pode ver nada, exceto a percepção própria do seu “eu”. Ele não pode ver o que outros vêem, e certamente não pode ver o que Deus e Jesus também vêem. Esse ambiente de escuridão causa uma certa tendência ao esquecimento seletivo. Contudo, quando “estas coisas” estão presentes, a pessoa é capaz de relembrar com clareza, a eleição soberana da graça de Deus, o trabalho eficaz do Espírito Santo, e o sangue purificador e remidor do Senhor Jesus Cristo. Ele mantém vivo em sua memória o barro sujo de onde ele veio, e a plenitude da graça a ele outorgada. Maturidade Cristã se lembra de que a graça purificou seus antigos pecados, do alto preço da purificação, e da eterna doçura de ter sido purificado. Ele não se esquece, não, nem mesmo por um segundo. Sendo assim, o cristão maduro trabalha, dá frutos e cresce no conhecimento de Jesus. Ele tem um desejo ardente de saber mais sobre essa graça salvadora, e conhecer melhor o Autor e Consumador dessa obra. Se esquecer da graça, do preço, e da doçura de ter sido purificado celestialmente, pode trazer uma série de tentações e deficiências.

Pontos para refletir:

  • Porque a carência de “estas coisas” leva a cegueira?
  • Quais são as coisas que podem acontecer a um cristão quando ele está espiritualmente cego?
  • Quais são as coisas que podem acontecer com uma igreja quando alguns ou todos os membros estão espiritualmente cegos?
  • Você pode pensar em alguma maneira de poder pessoalmente ajudar a prevenir isso em você mesmo e em sua igreja?
  • Como o Senhor Jesus se sente sobre a indiferença em uma igreja? Há alguma coisa que você poderia fazer em sua igreja para não se tornar uma pessoa indiferente?
  • O que impede uma pessoa e a sua igreja de enxergarem o panorama completo da causa de Cristo?
  • O que você pode fazer para prevenir que isso ocorra com você e com a sua igreja?
  • O que acontece quando um cristão se esquece de que foi purificado dos seus antigoss pecados?
  • O que você pode pessoalmente fazer para impedir este tipo de esquecimento em você e na sua igreja?
  • Ao examinar a si mesmo, você pode encontrar algumas áreas desses oito elementos do crescimento Cristão, da qual pode melhorar?
  • Faça uma lista desses oito pontos da maturidade Cristã, em seguida anote ao lado de cada um algumas metas para oração e melhoria. Não jogue a lista fora, deixe-a na sua Bíblia, e todo dia a examine, ore para que Deus o ajude a amaducer em sua fé nEle, e no Senhor Jesus Cristo. Não desista! Seja dedicado durante toda a sua vida, esforçando-se para agradar a Deus.

III

“Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.” II Pedro 1:10

[Portanto, irmãos,… cada vez mais] – Ao invés de ser ocioso, ao invés de ser estéril no conhecimento de Cristo, ao invés de ser negligente, ao invés de ser cego, ao invés de esquecer a purificação dos antigos pecados, o cristão deveria abundar em: fé, virtude, conhecimento, temperança, paciência, piedade, amor fraternal, e caridade (ágape). Não é apenas o mero reconhecimento dessas coisas, mas o crescer continuamente nelas. A palavra “cada vez mais”, no Grego, transmite a idéia de “mais e mais fortemente.” Portanto, o cristão é comandado, pelas Santas Escrituras, a crescer mais e mais fortemente nesses oito princípios da maturidade Cristã. Não se preocupe, não existe nenhuma indicação na Bíblia de alguém que se tornou tão cheio dessas virtudes, que não pode mais crescer nelas. Ninguém jamais se encheu totalmente. Podemos afirmar com certa segurança, que nunca será nessa vida, e nem na vindoura, que atingiremos um crescimento infinito. Ora, quanto mais uma pessoa cresce, mais ela quer se aproximar de Deus e do Senhor Jesus.

No começo do livro de Jó, nos é dito no capítulo um, verso 7, como Satanás compareceu diante do SENHOR, reclamando de seu tédio. Note o que é dito no verso 8: “E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.” Você é capaz de entender esta espantosa declaração? A fé de Jó tinha florescido e atingido a maturidade, ao ponto de Deus reconhecer que não havia ninguém como ele na terra. Deus não somente respeitou isso, como também não se importou de que Satanás provasse a maturidade da fé de Jó. Este é o ponto em que todo verdadeiro cristão deveria se esforçar para atingir.

[Procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição] – Note a ênfase em “procurai fazer”. O Apóstolo Pedro está reforçando e enfatizando que o cristão deve se apressar em reconhecer o seu chamado e eleição. O pensamento não é fazer isso a seu bel-prazer, ou quando isso for conveniente, ou quando ele puder adequar isso a sua própria agenda. O pensamento é que o cristão faça disso uma prioridade, se esforçando com todo o zelo para que isso aconteça. Não se trata de uma pessoa ter tempo ou não, antes, ela deve fazer o tempo, pois é necessário muito tempo para se assegurar de que isso ocorra. Isso é algo extremamente importante.

A palavra “vocação” significa convocação (ordem, lei, diretivo, comando). Não se trata de um convite de alguém que está enfurecido. É algo semelhante a uma ordem da corte, mas feito sob o poder de Deus. Essa é uma convocação incondicional. Olhe essas passagens: “Por isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão” (Hb. 3:1). “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos” (II Tm. 1:9). Os cristãos tem sido chamados para uma santa vocação.

A palavra “eleição” significa uma escolha, uma nomeação, ou uma seleção. Note essas passagens: “Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus” (I Ts. 1:4). [Por Atos 17:1-4 nós sabemos que a igreja em Tessalônica não era composta apenas de Judeus] Em Romanos ela é descrita como “a eleição da graça”. “Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra” (Rm. 11:6).

Agora olhe para ambos os pensamentos colocados nas Escrituras sobre Jacó e Esaú: “Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal, para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama” (Rm. 9:11). A eleição, ou escolha, não está baseada em qualquer coisa que alguém que foi escolhido fez ou fará, mas está baseada somente no propósito de Deus. É Deus que efetua a convocação de acordo com Seus propósitos e desejos. “Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.” (Rm. 9:15-16). A convocação e a eleição fazem parte da soberania de Deus.

A palavra “firme” significa firmar ou tornar imóvel. A idéia é a de reforçar algo num determinado ponto, onde ele não poderá ser abalado ou movido por alguma tempestade.

Ok, vamos juntar os pensamentos. O Apóstolo Pedro está encorajando os cristãos a não ficarem ociosos, mas se apressarem no fortalecimento da santa vocação e eleição que eles receberam de Deus. O cristão não deve ser um bebê frágil em Cristo. Ele deve cultivar esses oito atributos, para não ser levado em roda, quando for atingido por todo vento de doutrina e tentação que vier sobre ele. Hoje o termo para o cristão poderia ser “engrandeça” sua chamada e eleição, e seja rápido em fazer isso. “Faça isso!”

[porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis] – A palavra “fazendo”, no Grego, está no particípio, que revela uma ação contínua. Então, a idéia é que alguém está, e continua se fortalecendo “nestas coisas”. Em outras palavras, há um contínuo e intenso desenvolvimento nestes oito atributos, sem interrupções ou desistências. Se isto é o que está ocorrendo na vida de uma pessoa, então, “nunca jamais tropeçareis.”

A promessa “nunca jamais tropeçareis” está baseada na premissa de que o cristão está em constante desenvolvimento, ou “engrandecendo” sua convocação celestial e eleição. Isso é o que lhe dá poder e lhe impede de ser jogado por aí como um fraco. Isso acrescenta poder a sua Fé Cristã. Também o mantém firmado na Rocha dos Séculos. Quanto mais alguém se fortalece na fé, menor é a probabilidade da isca do tentador conseguir atraí-lo.

Nas palavras do Apóstolo Paulo: “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos” (I Co. 16:13).

Pontos para refletir:

  • O apóstolo Pedro instrui os cristãos a se apressarem em seu crescimento Cristão ao invés do quê?
  • De acordo com o Apóstolo Pedro, o cristão pode se dar ao luxo de cultivar a fé Cristã a seu bel-prazer? Explique.
  • É possível que alguém seja forte demais nesses oito atributos?
  • Por que Deus perguntou a Satanás se ele tinha considerado seu servo Jó? Porque você supõe que Satanás ficou entediado depois de “rodear a terra e passear por ela”? Será que não havia ninguém que o desafiasse?
  • Por que é importante se entregar a si mesmo no cultivo da fé Cristã?
  • Em nosso texto de II Pedro 1:10, o que a palavra vocação significa, e como isso se relaciona a você?
  • O que significa ser um participante “da vocação celestial”? O que isso tem a ver com salvação?
  • Levando I Tessalonicenses 1:4 e Atos 17:1-4 em conta, a eleição diz respeito apenas aos Judeus?
  • De acordo com o que Deus elege para a salvação? Sobre o que isto está fundamentado? (Rm. 9:11-16).
  • O que significa fazer firme a sua “vocação e eleição”?
  • Por que é importante para você “engrandecer” a sua vocação e eleição?
  • Sobre qual fato a promessa “nunca jamais tropeçareis” se sustenta?
  • Quais são as oito “estas coisas” que você deve cultivar?
  • Discuta as palavras de I Coríntios 16:13.

Palavras Finais

Todo filho do Pai Celestial tem o desejo inerente de se aproximar d’Ele e de ser semelhante ao Senhor Jesus Cristo. Nós valorizamos o nome “Cristão” pois desejamos nos parecer com Ele. Esse é o nosso objetivo final aqui na terra, como uma forma de expressarmos nosso amor pelo Salvador das nossas almas. Nós almejamos ser um com o Pai, com Filho, e com o Espírito Santo.

O laço comum que une os corações e desejos de todo cristão, de todas as épocas, está na passagem de Gálatas 2:20: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Isso é o que todo filho comprado pelo sangue deveria desejar, e ver cumprido em sua vida. Mas, são poucos os que desejam pagar o preço para se tornar um com o Salvador.

Eu ainda ouço o eco dessas fortes palavras:

“Você não poderá usar uma coroa / A menos que você carregue uma cruz / Quanto mais pesada for a cruz / Mais brilhante será a coroa.”

Procura apresentar-te digno de uma coroa! Que Deus o abençoe e o encaminhe em toda a verdade. Que Ele seja glorificado através da sua vida!


Sobre o autor:

Dr. Manuel J. Seymour, Sr; tem sido um pregador, missionário, e pastor por aproximadamente trinta anos. Foi com uma grande paixão pela Palavra de Deus, que ele adquiriu seu Grau de Doutorado em Teologia Sagrada. Ele tem dedicado a maior parte destes últimos vinte anos, ensinando os princípios da Bíblia para o crescimento cristão. Em uma época em que muitos estão sendo atirados de um lado para o outro, no mar da religião, o Pastor Seymour tenta dar à eles o conhecimento que os manterá ancorados na Rocha dos Séculos. O alvo do seu trabalho é personificar as palavras de Jesus, “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Conhecer a verdade, é conhecer a verdadeira liberdade.

Published inVida cristã