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A Criatividade e o Reino de Deus

Se o conteúdo da nossa mensagem é a Verdade eterna, importa se o formato dela — o design, o layout, as cores, a escrita — é belo?

De certa forma, não. O Evangelho é como água para a alma sedenta. Para quem está com sede, de pouco adianta se as instruções para encontrar água são desenhadas com mil cores ou rabiscadas. A ele só interessa como saciar sua sede.

Entretanto, facilmente esquecemos que somos representantes de um Reino que não é deste mundo. Servimos o Rei que desenhou os céus, pintou as marés e compôs o trovão. Sua criação é saturada por beleza porque sua glória é bela. E a imagem do Criador foi carimbada em nós. Também queremos criar algo que dure, que faça a diferença, que cativa os olhos e satisfaça a alma. É ali que nasce a criatividade.

Certa vez, em uma feira de livros em São Paulo, visitei o estande de uma pequena gráfica que produzia alguns títulos selecionados. As capas dos seus livretos eram confusas: fontes de difícil leitura, imagens clichés, e títulos & subtítulos que pareciam ser extraídos de um TCC apático. Para esta gráfica, tornar as publicações mais atraentes seria uma forma de mundanismo. Já que é o Espírito que vivifica, porque procurar agradar os olhos dos seus leitores? Ao seu ver, a falta de atração devia ser o mais atrativo.

Estão certos que nosso mundo é tomado por uma vaidade que foca somente na aparência. Tudo é embrulho, nada é conteúdo. Entendo o receio deles.

Mas será que podemos escrever acerca daquele que criou a beleza sem procurar usar palavras belas? Como pintar um belo quadro sem usar belos traços? Se ele criou o canto dos pássaros e os tons do pôr do sol – como podemos falar dele sem usar alguns elementos daquilo que Ele criou?

Visto dessa forma, nossa apresentação do Evangelho deve sim ser bela. Não complicada, não desnecessariamente extravagante. Mas simplesmente bela.

Para anunciar o Evangelho, é claro que o Espírito Santo pode usar tanto o berro de um jumento como também um coral de crianças – mas qual você prefere ouvir, e porquê? Um cativa os sensos e cativa o coração. Ambos produzem sons que não podem ser ignorados mas somente um inspira seu ouvinte a replicar o som!

Precisamos de vocês, designers, fotógrafos, músicos, artistas, webmasters, escritores, contadores de histórias – criadores! Suas criações são úteis ao Reino de Deus. Elas são vislumbres da ordem, magnitude e beleza da criatividade divina.

Ajude-nos a lembrar que o papel do homem é cantar as notas da grandeza de Deus que Ele escondeu na simplicidade da beleza.

Published inVida cristã