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O Coração Viciado

Um Problema de Adoração

Joana se descreve como viciada. Ela te diria que foi viciada em muitas coisas durante sua vida, começando com o açúcar quando criança. Ela se “graduou” no vício de comprar, e depois em comer, e agora é dependente do álcool para se sentir bem. A vida de Joana gira em torno da autogratificação e ela admite mentir e roubar a fim de suprir suas vontades por fortes emoções, alívio de dor e conforto.

Ela professa ser cristã e está procurando por ajuda com relação aos seus vícios. Se Joana crê que seus vícios são biológicos ou genéticos, então o melhor que ela pode fazer é obter terapia comportamental, frequentar grupos que usam os “doze passos”, ou tomar remédios para se sentir melhor. Ela é considerada “doente” e, no modelo médico, esse diagnóstico é permanente. Com essa perspectiva, ela vê seu próprio comportamento como não sendo falha sua e, portanto, crê que não pode ser ajudada em seus impulsos, pensamentos e vontades.

A classificação “viciado” é atribuída quando a busca de uma pessoa por algo ou alguém se torna obsessiva. Joana busca aliviar sua dor e sofrimento, sentir-se melhor sobre sua vida, ser feliz e divertir-se. Ela pensa muitas vezes sobre o que ela quer. Ela deseja tão profundamente essas coisas que ela está disposta a pecar para consegui-las. Ela se tornou escrava de seus desejos e vive em um ciclo perpétuo de autoabuso.

Joana vive para agradar a si mesma mais do que ela quer viver para Deus. Seus desejos se tornaram ídolos funcionais. O resultado dessa autoadoração são falta de propósito, falta de contentamento, ira, inveja, depressão e autocomiseração. Essencialmente, o que antes ela controlava, agora essas coisas que a controlam. Esse é o resultado da idolatria.

Para que possamos ajudar Joana ela deve estar disposta a olhar para seu problema da perspectiva bíblica e passar a ver seus vícios do ponto de vista de Deus. Joana deve concordar que seus desejos se tornaram ídolos de seu coração. Ela deve ser lembrada que Deus não divide sua glória com ninguém e nos manda adorar somente a ele. É por isso que o vício se revela como um aspecto da adoração e, no fim das contas, nada mais é que um problema de adoração.

Criados para Adorar

Joana foi criada para adorar a Deus, mas seus desejos pecaminosos a levaram a adorar e idolatrar as coisas deste mundo.

Eventualmente, a idolatria resultará em problemas para Joana: complicações médicas por conta de sua dieta ruim, problemas financeiros decorrentes de seus gastos, sem contar a dependência física ao álcool, para mencionar algumas. Enquanto esses são problemas reais, eles não são o problema real! O coração de Joana foi escravizado muito antes de seu corpo ser afetado ou sua conta bancária chegar ao zero. Em última análise, a pessoa viciada tem um problema em seu coração/sua alma, e não um problema médico ou psicológico.

Como Ajudar

Poderíamos ensinar técnicas de enfrentamento e enviá-la ao um grupo de apoio, mas isso não traria benefícios duradouros. Para realmente ajudar a Joana, ela deve aprender que o aspecto mais crítico do processo de mudança é entender a importância que o coração tem em seus pensamentos, crenças e desejos. Ela deve focar na visão que Deus tem a respeito de seu coração egoísta e passar a vê-lo como enganoso e desesperadamente corrupto (Jeremias 17:9).

Antes que a Joana possa mudar o que ela faz, ela precisa crer e pensar de modo diferente, e isso exige a renovação da mente (Romanos 12:2) — em essência, uma transformação do coração. Ela deve entender que antes que ela possa mudar seus hábitos, ela deve mudar a maneira pela qual ela habitualmente pensa e examina seu sistema de crenças.

Como qualquer outro viciado, a mente de Joana está focada na carne e, portanto, está em estado de hostilidade para com as coisas de Deus. Ela se tornou alguém que quebra mandamentos e leis. Isso é uma violação de Romanos 8:5–8 e revela o seu coração idólatra.

Na medida que lemos as palavras do apóstolo Paulo em Gálatas 5:19–21, podemos ver que não existe coincidência no fato de Gálatas 5:19 colocar imoralidade sexual, pensamentos impuros e lascívia logo no início da lista. Joana tende a minimizar as atitudes pecaminosas de seu coração (pensamentos, crenças e desejos). Portanto precisamos ajuda-la a perceber que seu problema é o fruto que cresce a partir de um coração idólatra.

Jesus disse:

O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração” (Lucas 6:45).

Todas as ações de Joana começam como um pensamento; todo pensamento foi alimentado por um desejo ou crença; e os desejos e crenças se originam no coração.

Jesus aproveitou a oportunidade para falar sobre as atitudes do coração quando foi questionado pelos fariseus e seus discípulos a respeito dos alimentos puros e do lavar de mãos cerimonial. Ele respondeu sabiamente:

Então, lhes disse: Assim vós também não entendeis? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e sai para lugar escuso? E, assim, considerou ele puros todos os alimentos. E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Marcos 7:18–23)

O coração de Joana precisa ser transformado pelo evangelho para que mudanças efetivas aconteçam. Ela deve aprender que Jesus morreu por ela e isso já é capaz de lhe dar esperança. O pecado de Joana não é imperdoável e, apesar de suas ações terem sido desagradáveis, seus erros não estão fora do alcance da graça de Jesus Cristo.

Juntos, nós destruiremos os altares que Joana ergueu em seu coração e removeremos os ídolos que ela tem adorado. Transformação verdadeira requer que o foco do coração seja alterado de egocêntrico para teocêntrico. Joana aprenderá a concentrar seus pensamentos, crenças e desejos na adoração a Deus e, então, haverá ações apropriadas, com consequências que honram a Deus. Ela apresentará seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, como culto espiritual de adoração (Romanos 12:1), e colocará os seus desejos idólatras em submissão ao Espírito de Deus, resultando em bons frutos de novas ações.

Participando da Conversa

O que você já fez para ajudar alguém que luta contra vícios a enxergar como os ídolos de seu coração passaram a governar sua vida?


Fonte: abcb.org.br

Published inVida cristã