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Além da Morte

A nossa sociedade faz de tudo para não pensar na realidade da morte. Morte implica em tristeza, dor, e dúvidas. E quem quer ser triste? Ninguém. Portanto, fugimos de qualquer consideração séria sobre a morte.

Mas o livro de Eclesiastes nos convida a pensar de forma diferente. Para o escritor de Eclesiastes, a única certeza que une o forte e o fraco, o rico e o pobre, o Rei e o escravo é justamente essa: ambos terminarão suas vidas no cemitério.

Fama, sucesso e prazer são incertezas. Mas a morte é garantida.

Visto dessa forma, se vamos refletir sobre a vida, temos que tirar um tempo para meditar nas implicações da nossa morte.

O sábio Escritor dos Eclesiastes ressalta, inclusive, que nossa lembrança também não será eterna. Afinal, poucos conseguem lembrar o nome do seu bisavó, por exemplo. Muito menos lembrar seu legado.

Por isso, não é exagero afirmar que – dentro dos próximos 90 anos – todos que lerem essa postagem no Facebook estarão mortos. E muito provavelmente os filhos dos nossos netos nem lembrarão nossos nomes.

Perante essa realidade, como agir? Como pensar? O que fazer?

Essa é a beleza do livro de Eclesiastes. Ao mesmo tempo em que ele nos choca com a realidade da nossa fragilidade, ele nos ensina que não fomos criados para ser lembrados. Fomos criados para lembrar: lembrar nosso Criador, e ser lembrados por Ele.

A memória do Criador é infinito. Tantos Salmos vão afirmar em alto e bom som: “Deus não se esquecerá de mim.”

Homens esquecem. Homens morrem. Homens vivem como se não houvesse amanhã.

Mas somente Deus não tem amanhã. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Somente Ele pode nos conceder uma alegria e paz que continuará após a morte, ao sentarmos a mesa com Ele para celebrar a vida eterna que é nos oferecido através da morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Não é por acaso que Eclesiastes termina fazendo uma aplicação aos jovens: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade.” (Ecl 12.1)

Escuta, jovem – você que tem muitos sonhos e sente que tem a vida toda pela frente: você experimentará muitas alegrias e muitas tristezas. Muitas vitórias e muitas derrotas, muitas glórias e muitas perdas. Essas coisas não são em si coisa má ou pecaminosa. Mas se teu coração busca encontrar satisfação plena nesta vida, saiba que viverá frustrado e morrerá angustiado.

A única certeza que temos (além da morte) é que Deus é fiel a sua Palavra. Ele julga, Ele resgata, Ele ama. É nele que encontramos paz para a inquietação da alma. É nele que encontramos sossego para nossas consciências pesadas.

A morte deverá nos fazer refletir sobre Aquele que venceu a morte. Aquele que nos promete a vida eterna: “Vinde após mim todos vós que estais cansados, e Eu vos aliviarei.” Em Jesus Cristo encontramos o sentido da vida, e esperança para encarar a morte.

Porque a nossa sociedade idolatra aquilo que é novo, jovem, saudável ou poderoso? Para te distrair da realidade da morte – e assim te distrair do Único que pode te salvar.

Abra sua Bíblia e leia Eclesiastes. Não é um mero livro pessimista como alguns pensam. Antes, é um livro que nos choca com a brevidade da vida, e a certeza da grandeza de Deus.

E é isso que nossos dias precisam: uma boa dose de realidade, e uma esperança genuína naquele que nos criou para buscarmos Sua glória.

Essa vida é curta. Mas a glória de Deus é eterna.

Published inEsperançaVida cristã