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A família do ministro cristão

Apesar de ter um casamento estável e filhos bons e convertidos, sinto-me pouco à vontade ao falar a respeito desse assunto. Isso porque, contudo que tenha sido abençoado por Deus nessa área, reconheço-me extremamente falho nesse aspecto. Porém, alguém teria que fazê-lo e, parte dessa tarefa, coube a mim nesse dia. É muito necessário falar sobre essa área tão sensível para todos nós, pastores e lideres cristãos.

Escolhi ser mais genérico e me focar mais, apenas em algumas das razões para cuidarmos desta área, deixando para o Pr. Eduardo a responsabilidade de falar sobre “como” devemos fazer, Ou seja, o que Deus requer que façamos em função desses argumentos. Em resumo: Vou apenas preparar nossos lombos para o que vem a seguir. Falaremos obre a importância da relação entre o pastor/diácono com seus filhos e essas “mulheres sem nome”. Sim. É assim que elas têm sido conhecidas. Talvez você conheça muitos pastores e saiba os nomes deles. Mas, saberia dizer os nomes de suas esposas? Geralmente, elas são conhecidas apenas como “a esposa do pastor tal”. Bem, menos mal que seja assim. Seria pior se fosse o contrário.

Um outro lado da questão a ser avaliado, é que algumas não tem nome nem rosto (nunca se vê). Elas não acompanham seus maridos quase nunca. De fato, pode-se dizer que algumas nunca os acompanham, mesmo. Isso é uma mal e justifica bastante o fato de não sabermos seus nomes. Quase não se sabe que elas existem.

– A RAZÃO DE CUIDARMOS DA RELAÇÃO COM NOSSAS ESPOSAS.

– O papel delas em nosso ministério.

– O propósito de Deus nisto.

Gen. 2.18 – “Não é bom que o Homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele”.

I Tim. 3.2 e 12 – “Convém que o Bispo seja…marido de uma mulher” e “Os diáconos sejam maridos de uma só mulher”.

– Notemos alguns fatores importantes na ligação destes versículos:

a) Deus criou a mulher para ser a nossa grande ajudadora (cooperadora, parceira).

b) Ele fez isto porque “viu que não era bom que o homem estivesse só”.

c) Ele concedeu uma única mulher para o homem.

d) Ele a fez “idônea” para o homem.

Assim, com relação à família do pastor, do diácono e de líderes na igreja em geral, podemos considerar de modo especial, essas quatro verdades:

a) Nossas esposas são as nossas “ajudadoras” (companheiras, parceiras, cooperadoras).

b) Não é bom que o Pastor ou Diácono esteja só!

c) Ela é a Mulher da nossa Vida.

d) Elas precisam ser idôneas para nós.

Isso tudo não implica em que elas tenham que ser “pregadoras” (dar estudos) nem fazer o papel de “Espírito Santo” na elaboração de nossas pregações. Mas, se Deus viu que Adão precisava de ajuda no Paraíso, quanto mais nós em meio a tantas tribulações e afazeres! A tarefa é demasiadamente grande e difícil para que a façamos sozinhos. Ninguém precisa mais de auxilio em sua missão que nós. Pobres daqueles que, por algum motivo, escolhem ou precisam caminhar sem essa ajuda. Ainda mais, devemos nos compadecer daqueles que tem suas esposas levadas por Deus em meio a seu ministério, pois eles hão de se ressentir da falta da ajuda delas.

Nossas esposas são, muitas vezes, nossos “olhos e ouvidos auxiliares”. Coisas que não temos condição de perceber sozinhos em meio a tantas tarefas são captadas por elas. Isto se aplica, principalmente, no meio das irmãs. Sendo companheira delas, além de ser uma “Mestra no bem”, a esposa do pastor ou diácono pode auxiliá-lo, verificando as necessidades e problemas que afetam a vida das irmãs. Embora o pastor e o diácono tenham que ser líderes accessíveis para todos os membros da igreja, muitas vezes existe uma dificuldade com relação às irmãs, uma vez que não convém que eles sejam muito íntimos delas.

A fim de cumprir o “governar bem a própria casa”, é essencial que o pastor conte com a ajuda da esposa. Lamentavelmente, por vezes, encontramos algumas que mais atrapalham do que ajudam. Além de seus filhos serem mais visados, em razão de que o seu lar tem que servir de exemplo para todo o rebanho, o pastor precisa dividir sua atenção com toda a igreja. Esse é o grande motivo de ele precisar de maior ajuda que outros.

Essa tarefa de dar suporte com os filhos e a casa, que são as prioridades bíblicas da mulher, muitas vezes vai mantê-la muito ocupada. Mas, ela não deve deixar o seu marido por causa disso. É claro que a responsabilidade de dar a elas condição para isso também é nossa. À medida do possível, onde ele estiver ela deve estar também. Não pode ficar muito longe (em matéria de distância e tempo). Isto NUNCA acaba bem!!! “Não é bom que ele esteja só”! – Esta constatação Divina, não é só pela necessidade de ajuda, como vimos antes. O pastor e o diácono, biblicamente, têm que ser Homens (sexo masculino = Andros) e, inerente a isto, eles têm necessidades afetivas e sexuais.

Líderes na igreja, certamente serão sempre alvos do Adversário e, se expostos, serão tentados nesta área por Satanás. Ele busca como nos atingir e “anda bramando como leão, buscando a quem possa tragar”. Não é só com o rebanho que ele faz isso. Não devemos esquecer que a liderança é o principal alvo do inimigo.

Sabemos que Deus nos deu “uma só mulher” e temos que ser “Homens de uma só mulher”. Se não for assim, estamos absolutamente desqualificados para a obra (biblicamente). Temos este compromisso com elas, diante de Deus, da igreja e da sociedade! Mas, as esposas têm que “cooperar” com seus maridos nisto também.

Ele não pode ter olhos para nenhuma outra, porque tem A MELHOR MULHER DO MUNDO ao seu lado. A irmã tem que ser A MULHER DA VIDA do seu marido! Portanto, digo às irmãs agora, se teu marido é um líder (ou não), por mais “feinho” que seja, cuide bem dele!

Quando Deus fala em fazer uma “ajudadora que lhe seja idônea”, há muita coisa contida nisto. Idôneo não é apenas alguém responsável. O significado da palavra (ikanos – no grego) significa algo ou alguém “apropriado, adequado, suficientemente bom ou forte”. Precisamos que nossas esposas sejam perfeitamente “adequadas” á missão que nos foi dada e “suficientemente boas” para nós, a ponto de não desejarmos nenhuma outra. É evidente que, para que isso aconteça, a recíproca também tem que ser verdadeira.

II – A RAZÃO DE CUIDARMOS DA RELAÇÃO COM NOSSOS FILHOS.

a) Sua sujeição e obediência.

b) Sua conversão.

I Tim. 3.4-5 e 12 – “O Bispo…governe bem sua própria casa,tendo seus filhos em sujeição…” e “diáconos…governem bem a seus filhos e suas próprias casas”

I Sam. 2. 12, 22-25 e 27-29 – “…e (Elí) ouvia tudo que seus filhos faziam…e disse-lhes:…fazeis transgredir o povo do Senhor” “…porque honras mais a teus filhos do que a Mim”.

Sob que tipo de sujeição o Senhor exige que os tenhamos? Não se fala claramente no dever de ter os filhos convertidos, mas sim “em sujeição”. A conversão deles não está propriamente em nossas mãos. Elí não foi reprovado porque seus filhos eram ímpios (filhos de Belial, como é o termo empregado com relação a eles), mas sim porque permitiu que eles continuassem ministrando naquelas condições de pecado explícito. Certamente, nosso ideal é tê-los convertidos, mas isto não nos pertence. Temos, tão somente, que cumprir fielmente o nosso papel de criá-los “na doutrina e admoestação do Senhor” a fim de alcançarmos essa dádiva. Grande mal se tem feito nas igrejas ao induzir filhos de crentes e, principalmente de pastores a se batizarem, sem uma Fé pessoal e genuína. É como se fosse uma obrigação eles seguirem a mesma Fé e, se possível, serem também pastores/diáconos como seus pais.

O cuidado com os filhos retrata o cuidado que temos com a igreja de Deus. Não é por força que eles devem nos seguir, mas com entendimento (filhos e ovelhas).

O triste caso de Eli nos mostra o quanto devemos nos preocupar com essa questão. O que os nossos erros na administração do lar podem causar em nossa vida e ministério? Eli e sua descendência foram destituídos da linhagem sacerdotal. Da mesma maneira, nosso ministério pode ser desonrado, desmoralizado e, finalmente, aniquilado.

O amor e carinho para com nossos filhos é importante e sumamente necessário. Afinal, desde cedo, ensinamos os princípios Divinos a eles (e isto não pode ser diferente). “Deus é Amor”! (I João 4.16). Porém, não podemos esquecer que o pai que ama, corrige (Hebreus 12.6…). Corrige (em amor); Isso quer dizer que ele “usa a vara, quando preciso, mas não espanca (uma vez que também não podemos ser espancadores – I Tim. 3.3).

Alguém pode argumentar, então, a respeito de Eli: – Ele não corrigiu seus filhos? – A resposta é: Não! Ele apenas os repreendeu. Porém, cometeu o grave erro de “os poupar” da punição justa e correta, de forma que foi acusado de “honrar mais a eles que a Deus”. Como podemos lidar com uma situação destas? O que você faria em lugar de Eli?

A razão de nos preocuparmos com a saúde da família dos obreiros e lideres, mas principalmente de diáconos e pastores, é porque desta forma estamos zelando pela saúde espiritual das igrejas. Temos que começar por suas famílias.

Precisamos do apoio de nossas ajudadoras, ainda que elas continuem não tendo nome. O trabalho discreto dessas irmãs será sempre precioso diante do Senhor.

Precisamos “criar nossos filhos na doutrina e admoestação do Senhor” para que, quer sejam salvos, sejam servos valorosos; quer sejam filhos de Belial, não venham a ser a causa da desmoralização de nosso ministério. Conheço o caso de um filho de um saudoso e fiel pastor. Quando jovem, ele foi membro da igreja onde seu pai pastoreava. Porém, em certa ocasião, um irmão o viu fumando na rua e levou o caso ao conhecimento do pastor. Apesar de o rapaz negar a acusação, seu próprio pai, consciente da situação, levou o caso à igreja para que ele fosse disciplinado. Ele acabou por manifestar publicamente seu vicio (que dura até hoje) e nunca mais voltou à igreja. Definitivamente, ele não quer nada com Deus. Ainda assim, mesmo em sua impiedade, ele afirma que o único crente que ele realmente respeitava era seu pai, a despeito, mesmo, de sua disciplina. Sei que foi muito doloroso para aquele pai e pastor, fazer o que fez. Ele tinha outros filhos fiéis na igreja, mas não ousou desafiar a Deus e fazer vistas grossas para o caso daquele seu filho. Ele chegou a ser acusado por alguns de ser culpado por seu filho estar fora da igreja. Porém, ele agiu conforme o dever de um pai e pastor zeloso. Queira Deus que não tenhamos nós de passar por tal provação. Sinto compaixão por meus irmãos que se vêm nesse tipo de situação. Porém, que nos miremos no exemplo de temor a Deus para que não sejamos como Eli, tendo nossa responsabilidade paternal e ministerial negligente a ponto de sermos alvo da repreensão divina.

Published inFamíliaVida cristã