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A caridade está disposta a suportar as perseguições

O amor bíblico e seus frutos – Exposição de 1 Coríntios 13 – Capítulo 12

“O amor…tudo suporta” (I Coríntios 13: 7).

Esta frase evidentemente fala do sofrimento pela causa de Cristo. O apóstolo já havia tratado com outros tipos de injúria da parte dos homens ao utilizar as palavras, o amor é sofredor (v.4) e não se irrita (v.5). Ele praticamente resumiu quais são os frutos ativos da caridade ao dizer as seguintes palavras no verso 6: o amor…. não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Ele não está simplesmente sendo repetitivo. Antes, está declarando o benefício universal do espírito da caridade. Além disso, em outras passagens, ele interliga o amor Cristão com os sofrimentos por causa do nome de Cristo. Por Exemplo, em II Coríntios 5: 14, após falar dos sofrimentos de Cristo, ele dá a razão para isso, ou seja: o amor de Cristo nos constrange.

Em outro lugar ele declara que a tribulação, a angústia, a perseguição, e a espada não podem nos separar do amor de Cristo (Romanos 8: 35). Tudo isso nos leva à seguinte conclusão quanto ao nosso texto: a caridade, ou o espírito Cristão verdadeiro, fará com que estejamos dispostos a suportar qualquer tipo de sofrimento a que sejamos submetidos, em razão do nosso dever para com Deus.

I. A EXPLANAÇÃO DESTA DOUTRINA.

Aqueles que possuem o verdadeiro espírito da caridade estão dispostos não somente a trabalhar, mas também a sofre por Cristo. Esta é uma das características que distingue o verdadeiro Cristão do hipócrita. O hipócrita faz da religião um grande show de palavras e ações que não lhe custam absolutamente nada. Ele abraça a Cristo apenas na medida em que isso possa lhe trazer algum benefício pessoal. Ele somente segue a Cristo quando percebe que obterá alguma vantagem ou satisfação momentânea. Mas, de acordo com Cristo, o verdadeiro discípulo tem que levar a sua cruz, e vir após ele (Lucas 14: 27).

Aqueles que possuem o verdadeiro espírito da caridade estão dispostos a se submeter a todo tipo de sofrimentos por serem Cristãos. Eles estão dispostos a se submeter a todo tipo de sofrimento. Eles estão dispostos a enfrentar o ódio, a perda dos bens, a tortura, e até mesmo a morte. Em todas estas coisas eles provam que são fiéis na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns (II Coríntios 6: 4-5). Além disso, eles demonstram que estão dispostos a se submeter a todos os graus de sofrimento. Eles caminharão na fornalha ardente. O verdadeiro Cristão deve estar disposto a sofrer escárnios, e escárnios cruéis; não somente algumas perdas, mas a perda de tudo; não somente a morte, mas a morte precedida pelo uso dos métodos mais cruéis de tortura, como ser serrado ao meio (Hebreus 11: 35-37; Filipenses 3: 8).

II. PROVAS DA VERDADE DESTA DOUTRINA.

Se não temos este espírito, damos evidências de que nunca nos entregamos totalmente a Cristo. Da mesma maneira que uma noiva se entrega a si mesma em casamento a seu marido, a fim de ser somente dele, assim também um Cristão se entrega a Cristo como um sacrifício vivo e totalmente devotado a Ele. Mas aquele que não está disposto a sofrer todas as coisas por Cristo, faz uma entrega incompleta, e demonstra que está atrás de algum interesse pessoal ou de uma vida fácil. Ele age como o seu “eu” fosse o supremo bem, não Deus.

Todo verdadeiro Cristão, teme tanto a Deus, que desagradá-Lo passa a ser um terror, mais do que qualquer outra aflição terrena. Nós vemos este princípio tanto no Velho quanto no Novo Testamento. Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; e seja ele o vosso temor e seja ele o vosso assombro (Isaías 8: 13). E digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer. Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei (Lucas 12: 4-5).

A fé capacita o Cristão a suportar todas as perseguições. Ele reconhece que Cristo está muito acima de que qualquer inconveniência ou dor. Hebreus, capítulo 11, enfatiza o fato de que foi pela fé que Moisés escolheu ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa

(Hebreus 11: 25-26). Da mesma forma, nós devemos ter fé de que a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente (II Coríntios 4: 17).

Aqueles que não estão dispostos a seguir a Cristo, a despeito das dificuldades, ficarão completamente envergonhados no final. Nosso Senhor ensinou que há um custo para aqueles que se tornam seus discípulos. Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?… Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo (Lucas 14: 28, 33). Parte do custo de ser Seu discípulo, diz respeito ao sofrimento no caminho do dever. Aquele que não recebe o evangelho com todas as suas dificuldades, é porque na verdade nunca o recebeu. Aquele que não recebe a Cristo juntamente com a Sua cruz e a Sua coroa, na verdade nunca o recebeu de fato. Se o que queremos é o Seu descanso sem o Seu jugo (Mateus 11: 29), então aceitamos algo que Deus nunca nos ofereceu. Aquele que deseja apenas a parte prazerosa do Cristianismo é, no melhor dos casos, um “quase” Cristão.

Sem o espírito descrito em nosso texto, não poderemos dizer que abandonamos tudo por Cristo. Ele demanda que abandonemos tudo por Sua causa, pois o nosso dever assim o requer. Mas se nos recusarmos a sofrer reprovações, pobreza, dor ou morte, estaremos evidenciando que nunca abandonamos a honra, as riquezas, e os prazeres desta vida por causa de Cristo.

Sem o espírito descrito em nosso texto, não poderemos dizer que negamos a nós mesmos como as Escrituras assim o exigem. A autonegação é plenamente ensinada pelo nosso Mestre. Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á (Mateus 16: 24-25). Negar a si mesmo é agir como se você não tivesse misericórdia por você mesmo. Se você desobedece a Cristo a fim de evitar o sofrimento, você estará negando a Cristo ao invés de negar-se a si mesmo. Todo aquele que negar a Cristo, também será negado por Ele na Sua vinda. Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará (II Timóteo 2: 12).

Faz parte do caráter de todo Cristão obedecer a Cristo em tudo. Eles seguem o Cordeiro para onde quer que vá (Apocalipse 14: 4), na prosperidade ou na adversidade. A atitude deles é expressa nas palavra de Itai a Davi: Vive o SENHOR, e vive o rei meu senhor, que no lugar em que estiver o rei meu senhor, seja para morte seja para vida, aí certamente estará também o teu servidor (II Samuel 15: 21). Para aquele que disse: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei, nosso Senhor respondeu: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça (Mateus 8: 19-20).

Faz parte do caráter de todo Cristão vencer o mundo (I João 5: 4). O mundo busca nos vencer pela lisonja e pela carranca. Se qualquer destas coisas nos vencer, então estaremos demonstrando que não somos nascidos de Deus. O verdadeiro cristão vence, e é mais do que vencedor em todas estas coisas (Romanos 8: 37).

A perseguição é muitas vezes chamada de tentação ou provação nas Escrituras, e isso pelo fato de Deus testar através dela a sinceridade do nosso caráter. Ele nos coloca em teste para provar se somos ouro de verdade ou apenas algo falso. Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações,

Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo (I Pedro 1: 6-7).

Através das provações nós testificamos aquilo que professamos. Nós provamos ser o Seu povo. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O SENHOR é o meu Deus (Zacarias 13: 9).

Vamos observar os seguintes pontos na aplicação destas verdades:

I. VAMOS EXAMINAR A NÓS MESMOS PARA VER SE ESTAMOS REALMENTE DISPOSTOS A NOS SUBMETERMOS A QUALQUER TIPO DE SOFRIMENTO POR CAUSA DE CRISTO.

Você possui um espírito sofredor? Mesmo que você não tenha passado por grandes sofrimentos, certamente tem vivido o suficiente para saber se possui ou não aquela disposição de renunciar a todo conforto e riquezas ao invés de renunciar a Cristo. Todo Cristão deveria possuir um espírito de mártir. Todo Cristão é provado de alguma maneira. Alguns sofrerão pela perda do seu bom nome ou pela rejeição de alguns; outros sofrerão perdas de ordem material. Se você não suporta sofrer tais perdas, o que aconteceria se Deus permitisse que você sofresse uma feroz e amarga perseguição? Como você pode pregar que o amor tudo suporta?

II. VAMOS ESTAR PREPARADOS PARA NOS SUBMETER A TODO SOFRIMENTO POR CAUSA DE CRISTO.

Considere a felicidade daqueles que sofrem por amor a Cristo. As Escrituras frequentemente nos ensinam assim: Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem.

Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.

Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.

Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis (Mateus 5: 10; Lucas 6: 22-23; Tiago 1: 12; I Pedro 3: 14).

Considere a grande recompensa que Deus tem prometido àqueles que voluntariamente sofrem por amor a Cristo. Um dos versos citados fala da coroa da vida. Outros falam da herança da vida eterna, de sermos contados como dignos de alcançar o reino de Deus, reinando e sendo glorificados juntamente com Ele. As maiores e mais gloriosas coisas são na verdade prometidas àqueles que vencerem, de acordo com Apocalipse 2 e 3, incluindo o sentar-se com Cristo em Seu trono! Quem não suportaria sofrer “alegremente” a perda de todas as coisas a fim de alcançar tamanha recompensa!

Considere os muitos exemplos nas Escrituras do povo que sofreu por amor a Cristo. O Salmista frequentemente faz referência a seus inimigos, tais como: Bandos de ímpios me despojaram, mas eu não me esqueci da tua lei (Salmo 119: 61). Jeremias foi ameaçado de morte e lançado em um poço imundo. Daniel continuou a orar mesmo sendo lançado na cova dos leões. O tempo seria escasso para relatar todos aqueles que fizeram parte da grande nuvem de testemunhas. Você acha que algum deles está arrependido de sua escolha neste exato momento? Acima de tudo, considere o supremo exemplo do nosso Senhor e Salvador, que sofreu muito além de qualquer comparação, sendo fiel até ao fim, e está agora exaltado acima de tudo e de todos.

PORTANTO nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta,

Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus (Hebreus 12: 1-2). Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida (Apocalipse 2: 10).

Published inO amor bíblico e seus frutosVida cristã