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O NAVIO DO EVANGELHO

Passam como navios veleiros, como águia que se lança a comida”. Jó 9:26

Para definir a brevidade, Jó assemelhou sua vida a um correio, isto é: um corredor, a um navio e a uma águia. Ele observou os corredores em sua pressa diária de levar e trazer mensagens e disse: “meus dias são mais velozes do que um correio. Ele viu os navios saindo do porto com suas cargas para outro porto mais distante e disse: “Meus dias passam como navios veleiros”. Ele viu a águia caindo sobre sua presa e disse: “Meus dias passam como águia que se lança a comida”. E nós, os Jós modernos, podemos olhar um navio quando singra do oceano ou um avião que o atravessa em horas em vez de dias, ou o trem elétrico quando corre através do continente e comparar nossos dias a estas coisas.

Vamos pensar sobre a vida como uma viagem através do oceano do tempo até as praias da eternidade. Todos embarcamos no mar da vida, e ninguém sabe quão perto está o porto de desembarque. Muitos dos movimentos de nossas tropas hoje estão sob ordens secretas. Nossos soldados navegam em alto mar sem saberem onde, nem quando, chegarão ao porto de desembarque. A humanidade é algo assim: multidões que não sabem onde vão, e nenhum de nós sabe quando vai desembarcar.

Cada um de nós tem que fazer esta viagem. Estamos aqui no oceano do tempo e não podemos se quisermos, voltar para desfazer a nossa embarcação que começou com nosso nascimento. O suicídio é uma coisa tão tola, que muitos acreditam que cada suicida é um desequilibrado. A morte não é uma evasão da existência, é desembarcar nas praias da eternidade. Podemos não ter que ir à praia, nem às montanhas, mas temos que fazer esta viagem no mar do tempo.

A viagem é difícil e o tempo as vezes está tempestuoso. Há fortes ondas de tentação, tempestades tropicais que ameaçam nos tirar do curso certo e nos jogar na ilha solitária do desespero. O mar está infestado de tubarões da concupiscência carnal que devoram as almas.

A necessidade de cada um é um navio que seja capaz de nos levar ao porto celestial e um piloto que conhece o caminho em qual nós temos que viajar. É necessário que todos examinem seu navio, e reexaminem para ver se é seguro. Religiosamente falando, a humanidade está dividida em muitos grupos os quais navegam em muitos navios. Muitos são enganados quanto a condição do navio em que estão. Pensava-se “O TITANIC” era um ótimo navio mas ele bateu numa montanha de gelo flutuante e afundou. Os passageiros sentiam-se seguros, mas não estavam. Homem nenhum é salvo porque sente assim. A salvação não será nos sentimentos, ela está em uma pessoa. Um perdido pode ter melhores sentimentos do que um salvo. Os sentimentos, por necessidade, são baseados no que a pessoa crê. Os ateus crêem que não haja Deus, e por isso não tem medo do julgamento nem do inferno. Se um deles está bem firmado no que crê, então seus sentimentos tendem a ser bons, pois não há Deus para temer, nem inferno do qual escapar. A pessoa salva tem sentimentos misturados. Quando ela pensa em si e no que fez vai sentir-se mal, mas quando pensa em Deus e o que Ele fez então se sente salvo e pode cantar:

Desde a glória dos céus

O Cordeiro de Deus

Ao Calvário humilhante baixou;

E essa cruz tem para mim

Atrativos sem fim,

Porque nela Ele me resgatou.

Há muitos navios enganosos, todos pintados e enfeitados com lantejoulas brilhantes. “Há caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte”, Provérbios 16:25. As aparências enganam. A aparência exterior não é tudo. Nem tudo que reluz é ouro.

Spurgeon, fazendo o papel de John Ploughman, disse: “Como regra, o menino menor carrega o volume maior, e aquele que se gaba mais tem menos, e o que tem menos sabedoria é mais vaidoso”.

Vamos dar uma olhada em alguns desses navios enganadores:

O NAVIO “NÃO HÁ DEUS”

Todos neste navio são tolos pois o tolo diz em seu coração: “Não há Deus”, Salmo 14:1. Os ateus dizem que são muito inteligentes, andam de cabeça erguida como uma galinha bebendo água, mas na realidade não há nada neles.

O NAVIO “NÃO EXISTE INFERNO”

Os que estão neste navio são sábios a seus próprios olhos. Provérbios 12:15. Eles dizem que não podemos entender as palavras. Dizem que alma significa respiração, que inferno significa túmulo, e que tudo o que há no homem é aquilo que se pode ver.

O NAVIO DO “CARÁTER E BOAS OBRAS”

As pessoas neste navio são gabolas. Seus trapos imundos da justiça própria estão perfumados com sua vanglória. Este navio está desde já destinado a parar em um porto errado, pois aqueles que cantam louvores a si não tem permissão de quebrar a harmonia do céu com seu pecado. Quem fala todo tempo sobre si mesmo tem um assunto muito tolo e vai aborrecer e cansar a todos ao seu redor. Diante da honra vai a humildade, mas um tolo gabola cairá e poucos se oferecerão para levantá-lo. Provérbios 16:18.

OS NAVIOZINHOS DO “FANATISMO”

Há quem diga que a salvação está em sua igreja ou denominação. Cada denominação diz que a salvação está em sua igreja. Sou batista daqueles bem antigos, mas nunca disse a ninguém que se tornasse membro de uma igreja batista para ser salvo.

É O NAVIO DO “EVANGELHO”

Vamos olhá-lo e descrevê-lo.

Ele é capaz de navegar. Os passageiros estão salvos de qualquer perigo. As ondas fortes da tentação não os varrerá do convés. Ele não deixará que sejam tentados além do que podem suportar. E estão salvos de todas as adversidades pois nada os separarão do amor de Cristo! Estão salvos da montanha de gelo flutuante da fria indiferença, pois Deus que “começou neles a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo”. Filipenses 1:6. Estão salvos de serem jogados ao mar pela mão da justiça, porque Cristo se fez a propiciação por seus pecados.

A passagem é a mesma para todos e não há redução de preço. É muito cara. O ouro e a prata não podem comprar uma passagem para este navio. Ela tem que ser paga com a moeda da justiça. Ninguém, a não ser que pessoas justas, estão neste navio, mas a justiça delas não é o resultado de suas obras, mas o resultado do trabalho consumado de Cristo.

Os passageiros são pobres. Mateus 5:3 diz: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”. Mas não são necessariamente pobres nos bens deste mundo (apesar de muitos o serem), mas conscientemente pobres em merecimento. Eles não tem nada com que pagar a passagem e entram neste navio sem dinheiro nem preço, pois tudo já foi pago por outro, Jesus Cristo. O preço foi pago todo caminho até o destino. Não há perigo de ninguém ser largado no meio do oceano. Cada passageiro vai as expensas de outrem – Jesus Cristo!

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