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Capítulo 39 – A segunda vinda de Cristo

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Havendo agora terminado nosso estudo do milênio, retrocederemos a considerar as coisas que o precederão imediatamente.

A segunda vinda de Cristo tem sido a expectação coroante, a estrela dalva, do povo de Deus desde que a promessa de Sua vinda lhes foi comunicada. Ela os tem animado, fortalecido e encorajado nas horas mais escuras. Cristo e os apóstolos implantaram nos corações dos primeiros crentes o fato da vinda de Cristo e sua iminência como um motivo de vida piedosa e serviço fiel.

Não permitiremos que nem as perversões de fanáticos, nem as negações de críticos, nem a controvérsia sobre minúcias da segunda vinda de Cristo nos afastem de um estudo cuidadoso da revelação de Deus a respeito dela, nem de uma adequada apreciação dela.

I. O FATO DA VINDA DE CRISTO

A segunda vinda de Cristo está:

1. PREDITA PELOS PROFETAS

Isa. 11:1-11; Zac. 14:3-5; Judas 14. Muitas profecias do Velho Testamento, como a primeira aqui citada, referem-se tanto a primeira como à segunda vinda a terra.

2. ALUDIDA POR JOÃO BATISTA

Lucas 3:3-6. A linguagem desta passagem não é inteiramente aplicável ao primeiro advento de Cristo. Como muita profecia, tem uma dupla aplicação. Vide Mal. 3:1 para uma profecia igual.

3. PROMETIDA POR CRISTO MESMO

João 14:2,3.

4. DECLARADA PELOS ANJOS

Atos 1:11.

5. ENSINADA PELOS APÓSTOLOS

(1). Mateus 24:37, 42, 44.

(2). Marcos 13:26.

(3). Lucas 21:27.

(4). João. I João 3:1-3.

(5). Tiago 5:7.

(6). Pedro. I Pedro 1:7, 13.

(7). Paulo. 1 Tess. 4:15-17.

(8). O Escritor aos Hebreus 9:28.

(9). Judas 14.

II. A NATUREZA DA VINDA DE CRISTO

Havendo determinado o fato da vinda de Cristo, importante é conhecer sua natureza; porque, sem um conhecimento da natureza de Sua vinda, um conhecimento do fato é praticamente inútil. Necessário é, ao estudar da vinda de Cristo, considera-la primeiro negativo e então positivamente.

1. CONSIDERADA NEGATIVAMENTE

A vinda de Cristo não é para ser:

(1). Sucessiva, como na Morte.

A idéia que a morte de alguém é para o tal a segunda vinda de Cristo, é a mais lavada necessidade à luz da Palavra de Deus. Não há aquela morte acompanhante que responde àquilo que a Bíblia revela como acompanhando a segunda vinda de Cristo.

(2). Contínua, como na disseminação do cristianismo.

O modernismo tê-la-ia que Cristo jamais voltará corporalmente a terra, mas, que Ele está “vindo tão depressa quanto Ele pode a este mundo” na disseminação do cristianismo. Os modernistas sustentam que Jesus pintou Sua volta em termos das concepções do povo, mas Ele não intencionou que Suas palavras fossem entendidas literalmente. Sem dúvida, uma semelhante noção esta pode ser sustentada somente por aqueles que negam a inspiração da Bíblia. Por essa razão, nós, que cremos na inspiração da Bíblia, não precisamos de notá-la seriamente.

(3). Espiritual, como na:

A. A vinda do Espírito Santo no Pentecostes.

A vinda do Espírito Santo no Pentecostes não foi em sentido algum à vinda de Cristo. Cristo disse que Ele mandaria o Espírito.

B. A destruição de Jerusalém.

Na destruição de Jerusalém, A. D. 70, tivemos um cumprimento típico do que está dito na Bíblia sobre a segunda vinda de Cristo, mormente que Sua vinda acompanhar-se-á por um outro cerco de Jerusalém. Vide Apoc. 16:12-21; 19:17-21; Zac. 13:8 a 14:3. A destruição de Jerusalém foi um tipo deste último cerco. Então, na destruição de Jerusalém, tivemos um cumprimento espiritual da promessa da vinda de Cristo, em que esta destruição deferiu o golpe mortal no judaísmo e marcou a vinda do reino de Deus com poder. Até à destruição de Jerusalém o cristianismo pareceu a muitos como um mero adjunto do judaísmo. Com a destruição de Jerusalém o cristianismo veio ao que era seu.

Cremos que à luz destes fatos é que devemos entender Jesus quando Ele disse: “Alguns há, dos que aqui estão, que não gostarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no Seu reino.” (Mat. 16:28). Vide também Marcos 9:1 e Lucas 9:27. O mesmo é verdade, cremos das seguintes palavras também: “Não passará esta geração até que todas estas coisas sejam cumpridas.” (Mat. 24:34). Vide também Marcos 13:30 e Lucas 21:32.

Mas, na destruição de Jerusalém, não houve uma vinda atual de Cristo. E o fato que, após a destruição de Jerusalém, temos referências adicionais à Sua vinda como no futuro, faz isto indisputável.

2. CONSIDERADA POSITIVAMENTE.

A vinda de Cristo é para ser:

(1). Corporal

Atos 1:11. Sua ascensão foi corporal e o anjo prometeu que Sua volta seria da mesma maneira. Passagens outras que mostram que a vinda de Cristo é para ser corporal: Zac. 14:4,5; Mat. 25:31; João 14:3; Fil. 3:20; 2 Tess. 1:7-10; 2 Tim. 4:1; Tito 2:13; Heb. 9:28; Apoc. 19:11-21.

(2). Visível

Mat. 24:27. Todas as passagens supra implicam a visibilidade de Sua vinda; mas a passagem inda agora dada sob esta última epígrafe mostra que Sua vinda (em uma de suas fases) será incisivamente visível ao mundo inteiro.

(3). Como um ladrão

1 Tess. 5:1-4. Esta passagem descreve Sua vinda como ela será para os ímpios, porém especifica que não é para ser assim aos justos.

(4). Em glória e esplendor indescritíveis

Mat. 16:27; 24:29,30; Mar. 8:38; Tito 2:13; Apoc. 19:11-16.

(5). Duplicada

A vinda de Cristo consistirá de duas fases. Notemo-las:

A. A primeira fase.

Esta fase será:

(a). No ar. 1 Tes. 4:15-17. Não há sinal aqui de que Ele venha sobre a terra nesse tempo.

(b). Para Seu povo. João 14:3.

(c). Como um noivo. Mat. 25:1-10. O casamento e ceia dele (Apoc. 19:9) são típicos das bênçãos consumadas da salvação. Gente salva constitui a noiva (Apoc. 21:2-27).

B. A segunda fase.

Esta fase será:

(a). A terra. Zac. 14:4; Mat. 25:31.

(b). Com Seu povo. Zac. 14:5; Judas 14; Apoc. 19:14.

(c). Como um destruidor. 2 Tess. 1:7-9; 2:8.

(d). Como um juiz. Mat. 21:31-46.

(e). Como um rei para conquistar e reinar. Zac. 14:9; Apoc. 19:11-16; 20:1-5.

III. O TEMPO DA VINDA DE CRISTO

Não nos referimos aqui à data de Sua vinda. O negócio de datar é a obra de charlatões religiosos. Temos referência somente à relação de Sua vinda com o tempo.

O tempo da vinda de Cristo está representada na Escritura como:

1. DESCONHECIDO DE TODOS, EXCETO O PAI

Mar. 13:32; Mat. 25:13. Agora o Filho, igual uma vez mais com o Pai, pode saber a hora; mas, na Sua carne, quando Ele considerou a igualdade com Deus, absoluta, não como coisa a ser usurpada (Fil. 2:6 ? V. R.), Ele não soube. Condição (João 14:28) não é natureza (João 10:30).

2. INCERTO AOS HOMENS

Mat. 25:31. Sinais alguns foram dados bastante explícitos para que qualquer homem se assegure de que Jesus virá em qualquer tempo particular.

3. IMINENTE

Ser iminente a vinda de Cristo queremos dizer que ela está “ameaçando de ocorrer a qualquer momento”. O povo salvo deve sempre estar em vigilância e procurando-a. (Mat. 25:13; Tito 2:13). Ela está representada na Escritura como sendo o próximo evento dispensacional. Discutiremos isto mais depois.

4. QUANDO NÃO ESPERADO.

Mat. 25:44,50; Luc. 12:40,46.

5. UM TEMPO DE FRIEZA ESPIRITUAL, SENSUALIDADE E IMPIEDADE.

Luc. 18:8; 17:26-30; Mat. 24:12; 2 Tim. 3:1-5. Quando Cristo vier, Ele não achará um mundo convertido onde a justiça governa.

IV. O PROPÓSITO DA VINDA DE CRISTO

O propósito da vinda de Cristo será duplo porque terá que fazer com duas classes. Notemos este propósito como ele afeta:

1. OS JUSTOS

Como a vinda de Cristo afeta os justos, é para o propósito de:

(1). Levantar os mortos

1 Tess. 4:16. Não há indício que seja esta ressurreição não incluirá todos os mortos em Cristo. Não temos paciência com a noção que somente os mais fiéis aquinhoar-se-ão nesta ressurreição. Toda passagem que fala dela implica uma ressurreição total dos justos falecidos. Vide 1 Cor. 15:23; Apoc. 20:5,6. As palavras de Paulo em Fil. 3:11 são iguais a outros enunciados seus, e expressam sua preocupação em provar que ele estava verdadeiramente em Cristo. Vide 2 Ped. 1:10.

(2). A transladação dos vivos

1 Cor. 15:51,52; 1 Tess. 4:17. Cremos também que isto incluirá todos os crentes na terra ao aparecimento de Cristo no ar. Não temos paciência com a teoria do “rapto parcial”. Os que crêem em tal são aptos a responder que quem não crê num rapto parcial e ressurreição parcial dos salvos destroem o fundamento da responsabilidade cristã. Não destruímos o fundamento escriturístico disto; porém, seja como for estaremos mais preocupados em saber o que Deus revelou do que estamos em fazer nossas próprias teorias e explorá-las. E os que ensinam um rapto parcial e uma ressurreição parcial de crentes rebaixam o padrão da vida cristã muito além do nível escriturístico. A Palavra de Deus ensina que todo povo regenerado vence (1 João 4:5) e as bênçãos mais gradas se prometem a todos os vencedores.

Cremos que os corpos glorificados dos santos serão como o corpo assunto de nosso Senhor (Fil. 3:21; 1 João 3:2). Evidentemente Jesus ascendeu num corpo visível e os anjos disseram que Ele voltará assim como Ele foi. E, quando Ele voltar, nós vamos ser como Ele é. O corpo glorificado, então, será um corpo visível aos olhos físicos, tanto como Cristo foi visível após Sua ressurreição. Mas esse corpo será sem pecado e corrupção.

(3). O arrebatamento de todos os crentes

1 Tess. 4:17. Os vivos transladados e os mortos ressuscitados serão todos arrebatados a encontrarem o Senhor no ar.

(4). O julgamento das obras dos crentes

1 Cor. 3:12-15; 2 Cor. 5:10; 2 Tim. 4:8. Os pecados dos crentes já foram julgados em Cristo. João 5:24; Rom. 8:1,33; 1 Cor. 11:32. Logo, nenhuma menção dos seus pecados deverá ser feita no julgamento. Não são mais imputados a ele (Rom. 4:8) e não são mais lembrados (Heb. 8:12). A idéia de alguns que os crentes serão argüidos no julgamento, a contar porque fizeram ou não fizeram isto e aquilo, desonra a morte de Cristo e nega a Palavra de Deus. Daremos conta a Deus, mas isto será feito em nossos próprios corações, sem uma acusação ou palavra de censura da parte de Cristo. Não há nada de penal sobre o julgamento para o cristão. 2 Cor. 5:10 não significa mais do que recebemos recompensa pela nossa fidelidade e sofrer detrimento pela nossa deslealdade. Graça e penalidade são mutuamente exclusivas.

(5). O casamento de Cristo com a Igreja

Mat. 25:1-10; Apoc. 19:7-9. No presente a igreja está somente esposada com Cristo como uma virgem casta (2 Cor. 11:2). O esponsal não terá lugar senão quando Cristo voltar.

2. OS ÍMPIOS

Como a vinda de Cristo afeta os ímpios é para o propósito de:

(1). Matar os vivos e lançá-los no inferno.

Apoc. 19:19-21; Zac. 14:3-12; Jer. 25:15-33; Isa. 24:17-21; 26:20,21; 34:1,2.

(2). Julgando-os por causa da maneira porque trataram Israel

Mat. 25:41-46; Joel 3:2. Sua atitude para com Israel manifestará sua atitude para com Cristo por meio da incredulidade.

A salvação daqueles vivos na terra à revelação de Cristo para reinar sobre a terra (o segundo período de Sua vinda) terá sido manifestada pelo seu tratamento dos arautos judaicos da cruz durante o período da grande tribulação. Destas coisas veremos mais agora. Estes não serão salvos por tratarem bondosamente a estes irmãos de Cristo, mas prognosticará assim sua atitude para com Cristo e daí sua salvação.

(3). Levantando, finalmente, os mortos e lançando-os no lago de fogo

Apoc. 20:12-15. Isto é para ter logar, não imediatamente depois da vinda de Cristo, mas no fim da pequena sasão durante a qual Satanás será solto depois do milênio.

Os ímpios terão um corpo de ressurreição (Mat. 10:28), mas de sua natureza temos pouco sobre que basear nossa opinião. Será capaz de sofrer, mas será indestrutível e não será justo como será o corpo dos salvos.

Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004
Revisão: Luis Antonio dos Santos, 12/05
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

Published inTeologia sistemática T. P. Simmons