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Pergunta 66 – Todas as transgressões da Lei são igualmente odiosas?

66. Pergunta. Todas as transgressões da lei são igualmente odiosas?

Resposta. Alguns pecados em si, e através de vários agravantes, são mais odiosos à vista de Deus do que outros (1).

Versículo para memorizar: I Jo 3.4, “Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade”.

João 19.11, “Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem.”.

A passagem de João 19.11 relata um agravante maior no pecado dos Judeus, e mais particularmente Caífas, o líder do sinédrio (Jo 11.49-51). Os Judeus entregaram Jesus ao julgamento do governo civil, um pecado mais abominável do que o grave pecado de Pilatos quando entregou Jesus à morte pois não conhecia as profecias nem a Pessoa de Cristo. Foi maior o pecado dos judeus pois voluntariamente se cegaram quanto às verdades da divindade de Cristo manifesta na Sua Pessoa e nas Suas muitas obras operadas entre eles por uns três anos. Maior agravante ainda do que o dos judeus em entregar Jesus ao governo romano foi a entrega de Jesus ao sinédrio pelo discípulo/apostolo Judas. Judas, que andava e testemunhava todos os ensinos e obras de Cristo, não tendo dúvida acerca de quem era Jesus O Messias, mas, mesmo assim, O entregou à coorte e aos oficiais dos principais sacerdotes e fariseus (Jo 18.3). No seu ato não houve ignorância nenhuma da Pessoa e obra de Cristo como Pilatos tinha. Portanto Judas teve maior pecado do que os oficiais dos judeus que, por sua vez, tinham maior pecado do que o de Pilatos (comentários de Gill, Clarke, Calvin e outros; Online Bible). Podemos entender através deste que há graus de abominação de pecado.

Versículo para memorizar: I Jo 3.4, “Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade”.

I João 5.16, “Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore”.

Há pecado que não é para morte e também há pecado para morte que mostram diferenças de punição. Diferenças de punição logicamente apontam ao grau diferente de abominação entre eles. Quando um Cristão insiste no seu pecado depois de ser castigado e avisado repetidas vezes, este pode esperar uma mão mais pesada na correção. Tal correção pode ser até a morte (Hb 12.5-8; I Co 5.1-5). Também podemos falar de uma outra referência que afirma há pecado que não tem perdão (Mt 12.31, “Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens”). Se existir pecado perdoável e pecado imperdoável, parece existir grau de abominação de pecado.

Nessa lição não está sendo discutida a diferença entre pecados veniais (não vistos publicamente ou aqueles que o homem julga leves e não destroem a graça) e pecados mortais (vistos publicamente ou aqueles que o homem julga graves e podem levar à danação da alma). Essas colocações são invenções de catolicismo e não são idéias oriundas da Bíblia. A verdade divina sobre esse assunto e afirmada pelo apostolo João no próximo versículo é que “Toda a iniqüidade é pecado” (1 Jo 5.17; 2.16; Ez 18.20). Se algo pode ser determinado uma transgressão da lei de Deus, é pecado seja público ou não – definições do pecado mortal ou venial do Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI ver. 3.0, nov 1999.

Versículo para memorizar: I Jo 3.4, “Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade”.

A Lei de Moisés teve instrumentos legais para a punição de pecado em geral e para a punição diferenciada de pecados em particular. Houve diferença para o pecado voluntário – aquilo cometido com conhecimento que está pecando (Nm 15.30, 31; Hb 10.26), e aquele pecado em ignorância, ou seja, feito sem saber que estava cometendo-o (Lv 4.2; 5.15-17). Isso mostra que há graduações de abominação de pecado.

Versículo para memorizar: I Jo 3.4, “Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade”.

Como há diferenças de graus de abominação de pecado, existem graus de punição também.

Mt 11.21-24, “Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós. E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti”.

Versículo para memorizar: I Jo 3.4, “Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade”.

Podem alguns pensar que a ignorância do pecado estabelece inocência. Duas passagens que parecem pregar essa idéia é Jo 15.22-24, “Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas agora não têm desculpa do seu pecado. Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai. Se eu entre eles não fizesse tais obras, quais nenhum outro tem feito, não teriam pecado; mas agora, viram-nas e me odiaram a mim e a meu Pai”. Também Jo 9.39-41, “E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem sejam cegos. E aqueles dos fariseus, que estavam com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Também nós somos cegos? Disse-lhes Jesus: Se fósseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece”.

Todavia, apesar das aparências, essas passagens ensinam que aquela pessoa que reconhece a sua ‘cegueira’, ou aquela pessoa que reconhece o seu estado pecaminoso, essa mesma é quem procura o alívio, ou seja, a salvação pelos pecados manifestos pela observação das obras de Cristo. Tendo a salvação, não tem mais pecado diante de Deus por ser lavado pelo sangue de Cristo. Mas aquelas que são auto-suficientes, aqueles que dizem “vemos”, não reconhecem que tem pecado, ou seja, rejeitam a verdade manifesta pelas obras de Cristo. Estes recusam a reconhecerem a pecaminosidade e culpabilidade dos seus pecados, e, rejeitando a ‘cura’, ou seja, por não se humilharem ao arrependimento para ter a salvação por Cristo, estes, diante de Deus, continuam tendo pecado. A ‘cegueira’ do pecado é facilmente ‘curada’ quando ela é reconhecida. Você reconhece o seu pecado? Se arrependa e creia em Cristo pela fé já!

Ninguém deve ser aliviado por ter somente pecados menos graves, pois como mencionamos, toda a iniqüidade é pecado e podemos frisar ainda que o salário do pecado em geral é a morte (Rm 6.23).

Para entender a atitude de Deus sobre o pecado em geral, medite no que Seu próprio Filho passou pelos pecadores que se arrependem e crêem nEle (Is 53.3-9; Jo 19.17-30).

Versículo para memorizar: I Jo 3.4, “Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade”.

Compilado pelo Pastor Calvin Gardner
Correção gramatical: Edson Elias Basílio, 04/2008 e
Robson Alves de Lima 11/2011 Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

Published inBíbliaCatecismo de C. H. Spurgeon