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Pergunta 32 – O que é justificação?

32. Pergunta. O que é justificação?

Resposta. A justificação é o ato da livre graça de Deus, em que Ele perdoa todos os nossos pecados (1), e nos aceita como justos em sua vista (2), só pela justiça de Cristo imputada a nós (3), que é recebido unicamente pela fé (4).

1. Romanos 3.24. “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”.

2. II Coríntios 5.21. “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”.

3. Romanos 5.19. “Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos”.

4. Gálatas 2.16. “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo”. Filipenses 3.9. “E seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé”.

A natureza dessa justificação é maravilhosa. A justificação do pecador diante do tribunal de Deus não é um processo, como é a chamada para a salvação ou a santificação do cristão diante dos homens. É um ato instantâneo e quando ocorre, está completo. “Não admite graus ou fases” (T. P. Simmons, p. 353). Quando o publicano foi convertido ele desceu para sua casa já justificado (Lucas. 18.14). A justificação é eterna. A firmeza da verdade da eternidade da justificação é entendida pela pergunta de Deus, “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.” (Romanos 8.33). Pelo preço da justificação ser paga inteiramente por Cristo “uma vez” (Hebreus 10.10) o cristão resgatado por Cristo “tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (João 5.24). Pela base da condenação do pecador, o pecado, ser eliminada por Cristo, a justificação diante de Deus por Cristo é tida como eterna.

32.1 A justificação é o ato da livre graça de Deus, em que Ele perdoa todos os nossos pecados (1),

O autor dessa justificação é Deus (Romanos 8.33, “… É Deus quem os justifica.”; 3.24-26, “Sua justiça … para que Ele seja justo e justificador …”; 1.17; Tiago 1.17, “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes …”). A obra da justificação é uma obra da trindade. O Pai decretou o meio e o método (Romanos 3.22, “a justiça de Deus”; II Coríntios 5.19, “… Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; …”). O Filho é o mediador da justificação (I Coríntios 6.11, “… Mas haveis sido justificados em nome do senhor Jesus …”Filipenses. 3.9, “não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo …”). O Espírito Santo é quem faz a obra de convencer da justiça e de revelar Cristo. Ele traz a fé pela qual o cristão é justificado (I Coríntios 6.11, “… Mas haveis sido justificados … pelo Espírito do nosso Deus”; João 16.8, “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.”). Observando biblicamente quem é o autor da justificação podemos entender claramente que a justificação não vem de homem algum, nem da obra de qualquer homem.

A justificação é graciosa. Mesmo que a justificação seja revelada exteriormente aos outros mediante as obras (Tiago 2.20-26) a obtenção da justificação diante de Deus nunca é pelas obras de homem algum (Romanos 3.20; 4.2-8; Tito 3.4,5). Então, se não é pelas obras, é pela graça (Romanos 11.6). Deus não deve a salvação ao inimigo dele mas, sim, o juízo. Se Deus quer justificar alguém na base da obra meritória de Cristo isso é um desejo e um ato plenamente movido pela Sua graça.

Devida o pecador escolhido por Deus ser regenerado, a qual manifestou-se na sua conversão, não existe nada neste pecador que impede que ele seja declarado judicialmente justo diante de Deus. Quando tratamos da salvação e falamos da parte dela chamada justificação tratamos dessa posição judicial do pecador convertido diante do tribunal divino (Atos 13.38, 39).

Os alvos da justificação são os pecadores. São os condenados que precisam ser declarados justos diante de Deus (Mateus. 9.12, 13, “… Não necessitem de médico os sãos, mas, sim, os doentes … Eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.”). O juízo veio sobre todos os homens para a condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homem para a justificação de vida (Romanos 5.18). Os que confiam em si mesmos, crendo que são justos pela suas obras de justiça não são os que são verdadeiramente justificados, porém, os que se reconhecem o principal dos pecadores (Lucas 18.9-14. “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! … Este desceu justificado para sua casa …”; I Timóteo 1.15, “Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”) estes sim serão salvos (Mateus 54). Os alvos da justificação são os pecadores que são predestinados e chamados por Deus (Romanos 8.30). Se queremos ser justificados diante de Deus entendemos que não é necessário apresentá-lO a nossa própria justiça, mas, como pecadores buscar Sua justificação.

32.2 A justificação é o ato da livre graça de Deus, em que Ele perdoa todos os nossos pecados (1), e nos aceita como justos em sua vista (2),

O significado da justificação é a absolvição de culpa do pecador regenerado e convertido. É a libertação do poder do pecado e da sua condenação pela graça e da vontade de Deus por Cristo (William Rogers). É “o meio pelo qual o pecador é aceito por Deus” (Abraham Booth, Reign of Grace, citado por A. W. Pink).

32.3 A justificação é o ato da livre graça de Deus, em que Ele perdoa todos os nossos pecados (1), e nos aceita como justos em sua vista (2), só pela justiça de Cristo imputada a nós (3), que é recebido unicamente pela fé (4).

A justificação é pela imputação (Romanos 4.6). A justificação é dada a nós pela obra de um outro ao ponto que nós somos livres de qualquer dívida (Romanos 5.18,19; Filipenses 3.8,9; II Coríntios 5.21).

Pelo preço da justificação ser pago inteiramente por Cristo “uma vez” (Hebreus 10.10) o cristão resgatado por Cristo “tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (João 5.24). Pela base da condenação do pecador, o pecado, ser eliminada por Cristo, a justificação diante de Deus por Cristo é tida como eterna.

32.4 A justificação é o ato da livre graça de Deus, em que Ele perdoa todos os nossos pecados (1), e nos aceita como justos em sua vista (2), só pela justiça de Cristo imputada a nós (3), que é recebido unicamente pela fé (4).

A justificação é dada mediante da fé. A fé é um efeito da justificação e não uma causa. Por sermos regenerados, temos o dom do Espírito Santo que é a fé (Gálatas 5.22). Por isso confiamos em Cristo como nosso Salvador. A graça vem primeira e causa a fé a operar em nós para nossa justificação (Efésios 2.8). Vendendo então a natureza gloriosa dessa justificação somos incentivados a louvar Deus por uma “tão grande salvação” (Hebreus 2.3). E sendo justificados por uma justificação tão maravilhosa somos incentivados a procurar aplicar-nos “às boas obras” (Tito 3.7,8) para a glória de Deus pelo Salvador.

As bênçãos da justificação são múltiplas. Temos a emancipação da culpa e do poder do pecado (I João 1.7; Hebreus 10.12-14; Romanos 8.1; Gálatas 3.13). Pela justificação temos a bênção de ter paz com Deus (Isaías 53.5; Romanos 8.1). Por não termos mais a culpa do pecado não é impedido mais a nosso comunhão com Deus e temos plena aceitação da nossa pessoa com Deus e a possibilidade de uma adoração verdadeira (Efésios 1.6; Hebreus 10.19-22; João 4.24). Por sermos absolvidos de culpa somos abençoados na terra e pela eternidade (Romanos 8.28; I Coríntios 2.9; Apocalipse 1.5,6) pois a justificação e a glorificação andam juntos (Romanos 5.8, 10; 8.30).

Um resumo (BANCROFT, Elemental Theology, p. 206):

1. Somos justificados judicialmente por Deus, Romanos 8.33.

2. A causa da nossa justificação é a graça, Romanos 3.24.

3. Somos justificados meritória e manifestamente por Cristo (meritóriamente pela sua morte, Romanos 5.10 manifestamente pela sua ressurreição Romanos 4.25).

4. Somos justificados instrumentalmente pela fé, Romanos 5.1.

5. Somos justificados evidentemente aos outros pelas obras, Tiago 2.14-24.

Compilado pelo Pastor Calvin Gardner
Correção gramatical: Edson Elias Basílio, 04/2008 e
Robson Alves de Lima 11/2011 Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

Published inBíbliaCatecismo de C. H. Spurgeon