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Capitulo 9: O Castigo pelo Pecado | Parte 4

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Neste artigo, queremos tratar mais especificamente sobre a duração do castigo a ser dado, no final, aos impenitentes e descrentes. A Bíblia é bem clara e explícita que o castigo é eterno e sem fim.

Os que defendem que a morte é aniquilação tentam fazer uma distinção entre um castigo final que aniquila e o castigo eterno que a Bíblia ensina. Certo homem nos disse, há poucos dias, que ele acreditava no castigo que aniquila, mas não no castigo eterno. Eles dizem que acreditam no castigo eterno, mas não no castigo que pune eternamente. Porque, segundo eles, o castigo eterno é ser aniquilado pelo fogo do inferno, e o perdido será assim aniquilado para a eternidade. Em certa conferência dos que defendem que a morte é aniquilação, eles fizeram a seguinte declaração: “Cremos na aniquilação como castigo, mas não no castigo eterno (no castigo eterno, mas não no castigo que pune para sempre) – sendo o último uma grande ilusão; o primeiro, uma grande verdade”. Mas esta é uma distinção sem sentido. Quando dois adventistas disseram a A. J. Pollock que o castigo eterno não significa ser punido eternamente, ele perguntou: “Um castigo de três meses significa três meses de castigo”? Eles admitiram que sim. “Então”, Pollock replicou, “castigo eterno significa ser castigado eternamente”.

DESTRUIR – PERECER – PERDER – CONSUMIR – QUEIMAR

Há quem contenda que as palavras acima signifiquem aniquilar ou eliminar a existência. Afirmamos que dizem respeito à destruição da vida física, não do ser. Elas falam sobre a ruína, mas não a perda da existência.

“Para a tua perda, ó Israel, te rebelaste contra mim, a saber, contra o teu ajudador”. Oséias 13:9. Deus aqui fala ao povo que destruiu a si mesmo, mas ainda está consciente, e lhes diz que Ele é sua ajuda.

“Quebrou-me do todos os lados, e eu mo vou”. Jó 19:10. Jó ainda existia e se lamentava da ruína ou destruição que viera sobre ele, da parte de Deus.

“Consumiste-os, e não quiseram receber a correção”. Jeremias 5:3. Como poderiam ter-se recusado a receber instrução, se tivessem sido aniquilados? Um bom método de testar a definição de qualquer palavra é substituir a definição pela palavra. Peço ao leitor que volte e substitua a palavra aniquilação pelas palavras destruir e consumir na passagem acima e então verá prontamente que não significam aniquilação.

A palavra grega “apollumi” é traduzida de várias maneiras no português. Pode ser destruir, perecer e perder. Ela não significa aniquilação e isto se torna óbvio quando estudamos os versículos nas quais é usada. Paulo disse que se este Evangelho estivesse escondido, estaria escondido para os que se perdem (apollumi). Ele diz ainda que a pregação da cruz é para os que perecem (apollumi), uma loucura. Em João 3:16, traduz-se “apollumi” como “pereça” que faz um contraste com a vida eterna em Cristo, ou existência eterna sob o favor e bênção de Deus. Em João 3:36, lemos que quem não confia em Cristo não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele. Refere-se ao filho pródigo como perdido (apollumi). A moeda da mulher estava perdida (Apollumi). A ovelha estava perdida (apollumi). Tudo isso fica em Lucas 15. Quão óbvio é que a palavra “apollumi” não significa extinção ou aniquilação de existência.

Outra palavra grega é (katakaia) traduzida queimar na Bíblia. Não siginifica queimar como lamparina, para proveito; é queimar no sentido de machucar ou ferir. Os perdidos (ímpios) são assemelhados à palha inútil que nada vale (Lucas 3:17), mas os perdidos queimando no inferno, têm sofrimento e dor, o que não acontece com palha. Sobre os perdidos está escrito: “Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga”. Marcos 9:46. “O bicho (verme) se refere a algo que não morre e “o fogo” fala do fogo que nunca se apaga. O Dr. João Gill crê que o bicho é a consciência que lembrará continuamente ao perdido os seus pecados, acusando-o, repreendendo-o e o atormentando. “Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal”. Marcos 9:49. Este é o retrato mais terrível já dado sobre o castigo do perdido e é claramente um retrato de sofrimento eterno.

PERPÉTUO E ETERNO

Oponentes do castigo eterno dizem que o significado principal de “aion” e “aionios”, duas palavras gregas para eterno, não é perpétuo ou eterno (para sempre ou sem fim). Mas, se tiverem que traduzir do português para o grego, terão que usar tais palavras como o significado de eterno ou perpétuo. Se estas palavras não tiverem tal significado, então não teremos nenhuma palavra no grego que defina “sem fim”.

Felizmente, temos uma definição bíblica para “aionios”. Em 2 Coríntios 4:18 ela é contrastada com a palavra “temporais”: “porque as que se vêem são temporais (proskairos, palavra grega) e as que se não vêem são eternas (aionios)”. A palavra “proskairos” (temporais) se encontra em mais três lugares no Novo testamento. Em Hebreus 11:25, é traduzida “por um pouco de tempo”, referindo-se ao gozo do pecado. Em Mateus 13:21, é traduzida “de pouca duração”. Em Marcos 4:17, é traduzida “são temporãos”. Em contraste, “aionios” fala daquilo que não é transitório, nem de pouca duração, mas sim para sempre.

Mosheim, um homem de erudição inquestionável, diz que “Aion” significa, de modo apropriado, uma duração indefinida ou eterna, opondo-se ao que é finito ou temporário.

“Aionios” é usada 68 vezes no Novo Testamento grego. Em cada exemplo, a palavra tem o significado de duração eterna. Eis alguns exemplos, nos quais devemos meditar: “O Deus eterno” (Romanos 16:26); “O Espírito eterno” (Hebreus 9:14); “eterna redenção” (Hebreus 9:12); “salvação eterna” (Hebreus 5:9); “vida eterna” (João 3:15, 16, 36; 5:24); “eterna glória” (II Timóteo 2:10); “seres lançado no fogo eterno” (Mateus 18:8). Agora pegue um texto onde aparece o contraste vida e castigo: “E irão estes para o tormento eterno (aionios), porém os justos para a vida eterna” (aionios). Mateus 25:46. Se a vida do crente é eterna, então o castigo do perdido é eterno também. Do contrário as palavras ficariam sem significado.

Este é um ótimo momento para se dizer que eterno e perpétuo são adjetivos referentes à duração, não à qualidade nem ao tipo. Elas não descrevem o tipo de vida que o crente tem, mas sim a duração da vida e duração do castigo.

O único meio de se opor à doutrina do castigo eterno é opondo-se à Bíblia. Opor-se a esta verdade surge do preconceito e sentimentalismo, que deixam de lado a Palavra de Deus.

Certo escritor declara de maneira abrupta: “Se a Bíblia ensina sobre o castigo eterno, tanto pior para a Bíblia, porque não podemos crer nela: talvez cite textos e tenha por trás dos textos os intelectuais mais famosos para justificarem certas interpretações, mas não adianta. Não somos mais escravos de um Livro, nem devotos cegos de um credo; cremos no amor e na evolução”.

Outro escritor escreveu assim: “É claro que Deus não pode ser justo, se arbitrária e severamente predestina milhões ao tormento eterno. Daí, se alguém crê no dogma do tormento eterno, logicamente rejeita a predestinação, a fim de se salvar a justiça divina”.

A última questão declara claramente e revela a base real da oposição. O direito de Deus de castigar o pecado é negado. O homem se atreve a sentar no banco dos réus e dizer a Deus o que Ele pode fazer, com justiça, a Seus inimigos. Quem fixa a pena pelo pecado, afinal de contas, o réu ou os jurados? Devemos nos lembrar que nenhum criminoso já foi condenado sem a justa causa da lei.

GRAUS DO CASTIGO

A Bíblia é clara ao mostrar que todos os pecadores não sofrerão de modo igual. O sofrimento será mais tolerável para uns do que para outros. Será mais fácil para os países pagãos do que para aqueles que rejeitaram os privilégios do Evangelho. Veja Mateus 11:22, marcos 6:11. “mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá”. Lucas 12:48. O julgamento será de acordo com as obras (Apocalipse 20:13). Os graus do castigo não significam que alguns serão castigados mais tempo que outros, mas que o castigo de alguns será mais severo que outros. Marcos 12:40 fala de alguns que receberão mais grave condenação. “porquanto há furor, guarda-te de que não sejas atingido pelo castigo violento, pois nem com resgate algum te livrarias dele”. Jó 36:18.

Published inDefinição de doutrina – Volume 2