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Capitulo 8: O Castigo pelo Pecado | Parte 3

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Existe, hoje em dia, uma complacência predominante em relação à guerra. Há uma complacência diante de um perigo infinitamente maior. É a atitude complacente em relação ao INFERNO que causa alarme, choque e dor no coração. É nossa convicção firme que esta complacência é o resultado da falha em se pregar a verdade sobre o assunto solene e grave do castigo eterno. As denominações que negam este castigo já semearam, literalmente, muitos países com sua propaganda perniciosa. Já colocaram sua doutrina “inferno não existe” em praticamente cada lar da terra, enquanto nós, batistas e outros evangélicos, mal erguemos a voz ao pregar a verdade deste assunto.

Temos hinos apropriados a várias ocasiões. Por que não temos textos temas para este perigo atual? E que sejam de acordo com a ordem de Mateus 10:28: “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo”. Muitos sermões hoje são para entretenimento ao invés de informação. Tentamos ter conversões sem convicção.. Chamamos os que seguem a justiça própria à igreja, quando devíamos estar chamando os pecadores ao arrependimento. Quebramos vasos de alabastro e enchemos nossos sermões com o odor do nardo, quando devíamos estar falando a verdade sobre a depravação do homem. Tentamos colocar laços de perfeição no pescoço do povo, quando devíamos estar acenando a bandeira vermelha de perigo. Deixamos nosso preconceito pelo céu esconder as realidades terríveis do inferno.

UM ESTUDO DAS PALAVRAS

Os que se opõem à verdade do castigo eterno fazem um show de sabedoria e confundem a pessoa comum ao usarem palavras hebraicas e gregas. Não queremos reivindicar nenhuma erudição. Quem quiser é só usar uma boa concordância bíblica e poderá nos seguir neste estudo das palavras.

QEBER E SEOL

Encontramos a palavra (palavra hebraica) qeber no Velho Testamento. Significa túmulo e sempre é usada em conexão ao corpo. É traduzida túmulo ou seu equivalente em cada lugar. Nunca é usada em conexão com a alma.

Seol é a palavra no Velho Testamento para o estado invisível, e é o lugar de espíritos que já se foram. Nunca significa túmulo, embora em algumas versões a traduzam de maneira errada algumas vezes.

O homem tanto tem corpo quanto alma e, na morte, “qeber” é a palavra usada para o sepultamento do corpo e “seol” se refere ao estado da alma sem este corpo. Há evidência conclusiva que as palavras não são alternadas. Qeber, túmulo, se refere ao lugar; seol, estado da alma separada do corpo, é um estado.

Qeber ocorre no plural umas 27 vezes; seol nunca aparece no plural. O sepultamento de cem corpos num cemitério significa cem túmulos, mas a entrada de cem almas no seol não significaria cem seóis, mas o estado único de alma separada do corpo.

Qeber se refere ao túmulo de um indivíduo. Por exemplo: “em meu sepulcro” (qeber) em Gênesis 50:5, “sepultura (qeber) de Abner” em II Samuel 3:32; “suas sepulturas” em Jeremias 8:1; etc.

A Bíblia nunca se refere ao seol como se fosse exclusivo de qualquer pessoa. A única condição de alma separada do corpo é comum a todos os que morreram.

Seol é associado à dor e tristeza. “cordas do inferno me cingiram”, II Samuel 22:6. “angústias do inferno se apoderaram de mim”, Salmo 116:3.

Qeber nunca é associado a sofrimento, pois o corpo no túmulo está inconsciente e não pode sentir dor nem tristeza.

Seol sempre aparece em conexão à alma, nunca ao corpo. “Pois não deixarás a minha alma no inferno (seol)”. Qeber nunca aparece em conexão à alma, mas sempre ao corpo.

HADES E MNEMEION

Estas são palavras gregas no Novo Testamento, idênticas a Seol e Qeber no Velho Testamento. Hades, como Seol, significa o estado invisível da alma separada do corpo. Mnemeion, como Qeber, significa o túmulo. Tudo o que já dissemos sobre qeber pode ser dito sobre mnemeion, pois as duas palavras têm conexão com o corpo e significam túmulo. E, para provar que Seol e Hades são idênticas é suficiente comparar um versículo do Velho Testamento citado no Novo Testamento.

“Pois não deixarás a minha alma no inferno (seol), nem permitirás que o teu Santo veja corrupção”. Salmo 16:10. Atos 2:27.

A referência dos versículos acima é ao nosso Senhor (Atos 2:27). Sua alma estava no seol ou hades entre Sua morte e ressurreição. Seu corpo estava no túmulo, mas não viu corrupção. Esta condição do corpo na morte foi peculiar a Cristo. Diz-se sobre Davi que: “dormiu, foi posto junto de seus pais e viu a corrupção. Mas aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção viu”. Atos 13:36-37. Veja também Atos 2:27-31.

A SEPTUAGINTA

Este é o nome da tradução grega do Velho Testamento hebreu feita pelos judeus da Alexandria, cerca de 280 a.C., sob as ordens de Ptolomeu Filadelfo, rei do Egito. Nesta tradução grega, das 65 vezes nas quais seol aparece, os setenta a traduziram como hades 61 vezes. Nenhuma vez eles a traduziram túmulo (mnemeion).

GEENA

Esta é uma palavra nova introduzida pelo Senhor Jesus. É traduzida nove vezes como inferno e como fogo do inferno três vezes. Pertence quase que exclusivamente ao vocabulário do nosso Salvador, sendo encontrada apenas uma vez (Tiago 3:6), sem ter sido usada por Ele. Geena é o lugar do castigo eterno e a única palavra que a traduziria corretamente é inferno. Não é túmulo, o lugar dos corpos mortos; não é hades, o lugar das almas separadas dos corpos. É o lugar tanto para o corpo quanto para a alma dos ímpios após a ressurreição e julgamento. O hades é temporário; a morte física também. “E a morte (thanatos) e o inferno (hades) foram lançados no lago de fogo”. Apocalipse 20:14. O geena (inferno) é eterno. “tendo duas mãos, ires para o inferno (geena), para o fogo que não se apaga”. Marcos 9:43.

Geena é a forma grega de Ge-hinom (Vale de Hinom, que se tornou um lugar de adoração pagã, e que ficava não muito longe de Jerusalém. Acaz e Manasses foram os fundadores de religiões estrangeiras e estabeleceram a adoração horrível a Moloque, deus dos amonitas, neste Vale de Hinom. Moloque era representado por uma figura humana com cabeça de boi horrenda. Era feita de ferro e também era oca. Fazia-se uma fogueira dentro desta imagem e quando ela ficava em brasa, jogava-se uma criança em seus braços, sacrificando-a assim, a este deus pagão. O bom rei Josias pôs fim a adoração deste ídolo (II Reis 23:10). Este vale, mais tarde, tornou-se o montão de lixo da cidade de Jerusalém e o lixo era mantido continuamente queimando. Por causa do fogo nunca ser apagado, nosso Senhor o usou como símbolo para o lago do fogo, lugar do castigo eterno. Embora seja um ótimo exemplo para o inferno, deve-se ter o cuidado de notar que nosso Senhor fala de Geena, mas sem nunca se referir ao montão de lixo de Jerusalém como outra coisa, a não ser um exemplo para o lugar de tormento eterno para o perdido. Ele não estava dizendo que todos os perdidos vão ser jogados no vale de Hinom. O montão de lixo de Jerusalém não é o lugar do castigo eterno, apenas é uma figura ou símbolo para ele.

Published inDefinição de doutrina – Volume 2